[5463] Competição cerrada: três anúncios a tabaco, todos na mesma página de um jornal de 1933

O Eloy Neves vendia tabaco da Virginia feito na Holanda e dizia que era o representante do dito em Cabo Verde

O Martins dizia do mesmo tabaco que era o importador e depositário em Cabo Verde, mas dava brindes como o "magnífico cachimbo" apregoado.


O Marcelo Leitão diversificava e fazia propaganda ao Dobbelmann, rebaptizado de "Pátria"., mas também ao Locky (talvez referindo-se ao Lucky Strike ou aos charutos Lucky)

[5462] Não sabia, pois não? Pois foi assim que nasceu a estação de correio da antiga Rua Infante D. Henrique, dita "Rua do Telégrafo", depois "5 de Julho" (notícia de Junho de 1933)

E matavam-se dois coelhos de uma cajadada: libertava-se o Gil Eanes - que ficava apenas para fins escolares - e dava-se trabalho a desempregados, dele necessitados.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

[5457] Novo trabalho inédito da poetisa cabo-verdiana Carlota de Barros

Para ver outros trabalhos da poetisa, basta escrever Carlota de Barros no espaço em branco por cima do cabeçalho deste blogue (à esquerda)
 
 
Carlota de Barros com sete anos e na actualidade

SEGREDO

 

Vou contar-vos um segredo ao ouvido

sob o magnífico luar de hoje

visto de trás da vidraça da minha sala

 

Amei tanto as casas onde morei!

uma afeição infantil que ainda dura

 

Amei tanto os jardins da minha mãe

os lugares onde meu pai se sentava

para ouvir rádio ou escrever e ler tranquilamente

 

Na alma   sinto o som dos nossos passos  

pelos grandes quartos e salas 

da enorme casa ancestral do Tantchon

onde morámos e que tanto amei

 

Éramos felizes e sei-o

quando revejo os rostos dos meus irmãos

o olhar bondoso do meu pai

o sorriso lindo nos lábios da minha mãe  

e no seu olhar verde aveludado

 

Guardei bem o meu segredo

que me aquece a alma

sempre que me lembro

de como amei as casas onde morei

 

De dia penso nos sonhos que de noite sonho

em como amei as casas que meu pai escolheu para morarmos

e nos sonhos   escuto o alegre canto das aves que alegravam

e cobriam de encanto os belos jardins da minha mãe

  

A vida é breve

deixem que sonhe com as casas onde morei

os jardins admiráveis da minha mãe

os nossos sorrisos solares

trovas de cada manhã das nossas vidas

correndo pelos quartos e corredores

das casas onde morei

e a minha alma   o meu coração cantarão

os versos líricos mais belos 

que algum poeta jamais escreveu

 

Deixem que sonhe

com as casas onde morei

e que tanto amei

 

Carlota de Barros

Lisboa, 22 de Setembro de 2021

 

Os pais de Carlota de Barros em Moçambique

[5445] Cinema TUTA e Foto MELO !!! O desleixo total, o desprezo total, a miséria total!!! (filme recente)

Porquê, oh, mas porquê? Porque é que os mindelenses e a sua câmara municipal não salvam estas duas casas com tanta história? No final, até aparece um fotograma com uma imagem do Pd'B, mais um sinal de que somos vistos nas ilhas, principalmente neste Mindelo que parece envergonhar-se da sua rica história.

[5441] "Paúl", um dos dois primeiros livros de Manuel Lopes: o outro, do mesmo ano, foi "Monografia Descritiva Regional"


Anúncio à obra de Manuel Lopes, em 24 de Dezembro de 1932. O livro fora publicado nesse mesmo ano, na Sociedade de Tipografia e Publicidade, Limitada, de São Vicente, Cabo Verde e tem uma pequena nota, espécie de explicação para o leitor, que aqui deixamos:

"...julguei-me no direito de traduzir o que vi e senti consoante a verdade do meu temperamento." A frase é de Aquilino Ribeiro, em "O homem que matou o diabo" e Manuel Lopes, neste caso, adoptou-a como sua e muito bem, aliás. 

São 20 páginas de texto e mais uma de post-scriptum de três parágrafos que também aqui fica:

«Releio o que acabo de escrever sobre o Paúl- Acho-o muito sintético, muito pobre, muito incompleto.

Mas não desejo tocar em uma única frase, não desejo modificar nada que, num acto febril, foi aqui traçado. Não quero simplesmente mutilar a emoção que m'o ditou, porque, se esta reportagem nervosa e imperfeita foi escrita, obedeci unicamente à necessidade irresistível de expandir a impressão imediata que aquela paisagem transmitiu - e não porque fosse ali na intenção de a escrever.

Afora isso, sendo ela ainda uma tentativa, oxalá que possa vir a escrever mais tarde algo de concreto a este respeito, fruto de mais demoradas observações...

São Vicente de Cabo Verde
Maio-Junho1932»


Capa de F. Torres


O autógrafo é de possuidor antigo do livro, talvez "Manuel Sena". A capa deve ter estado meio pegada a este frontispício (eventualmente devido a humidade existente na biblioteca onde esteve guardado), daí ele estar algo maltratado.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

[5428] Polvo à Dadal (receita recolhida no livro de D. Maria de Lourdes Chantre)

Já que num comentário ali atrás se falou o Sr. Dadal, aqui vai uma das famosas receitas dele, existente no também famoso livro de D. Maria de Lourdes Chantre.




O casal Chantre, em 17.12.2005 - Foto Joaquim Saial

[5424] "Biografia dum Criol", morna de Manuel d'Novas, Arr. Casimiro Tavares (FAP)

Babem-se cabo-verdianos, portugueses e todos os outros "anos e "eses". Tomem lá que é para saberem como funciona um capitão cabo-verdiano a dirigir a banda da Força Aérea Portuguesa. Palmas, palmas, palmas!

[5423] E ainda mais uma fotografia da "remessa Djô Martins"

O nome do ficheiro é "No Clube da Caça Submarina - Anos 60". E não conheço nenhuma destas pessoas, aqui muito atentas ao discurso de alguém que ficou fora da objectiva do fotógrafo.