Adriano Miranda Lima |
© Joaquim Saial (clique na imagem) |
REPOUSO DOS BOTES
Os botes são os restos postergados
Da faina tumultuosa de outros tempos.
Sobram, avulsos, ensimesmados,
Na vasta enseada materna
Onde encalharam os sonhos.
Uns, insepultos, não desesperam
De uma anunciada ressurreição.
Outros, mais desatinados contra o destino,
Aguardam o som do apito longínquo,
Já refeitos do eco enganoso do mar,
Para rumarem ao costado da fortuna.
- O lume que alimenta seu sonho
Crepita entre os destroços queimados
Da resignação da última espera.
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