sábado, 25 de maio de 2019

[4232] 100 anos de Mindelense! Veja o post anterior

[4231] Clube Sportivo Mindelense, o grande clube da Praia de Bote, faz hoje 100 anos. Um século a dar brilho a São Vicente e ao Mindelo

Leia um muito interessante e desenvolvido artigo sobre a história do Mindelense AQUI mas onde está Italcable (coisa de italianos) deveria ler-se, ao que supomos, pelo desenvolvimento do texto, Western Telegraph. Ou então, das duas uma, também havia ingleses amantes do futebol na Italcable. No mesmo local, AQUI leia um notável artigo sobre a questão da regionalização em Cabo Verde, pelo nosso amigo José Lopes Fortes.

Veja AQUI também o palmarés da agremiação da Ponta de Praia (de Bote). 

E, por fim, veja AQUI um dos mais antigos posts do Pd'B sobre os leões vermelhos do Porto Grande.


sexta-feira, 24 de maio de 2019

[4230] É AMANHÃ, É AMANHÃ!!!


[4229] Um soldado cabo-verdiano na Guerra da Secessão dos EUA

A notícia vem no "Daily Independent" de Elko, Nevada, EUA, de 24 de Setembro de 1913. Chamava-se o sujeito José de Barros e era natural da ilha Brava. Alistado num regimento de Massachusetts, concretizou tais feitos que acabou por ter direito a pensão do Estado. Digamos que tendo as hostilidades começado a 12 de Abril de 1861, ano em que Barros chegou aos States, o herói não esteve com meias medidas e em vez de ir fazer parte da guarnição de algum baleeiro ou escuna da carreira de Cabo Verde - EUA tornou-se soldado no exército abolicionista. Em boa hora o fez, pois sobreviveu, o que poderia não ter acontecido nas cascas de noz que sulcavam o Atlântico a caminho das ilhas ou na demanda de alguma Moby Dick...

Foto indicativa - Soldado afro-americano da Guerra Civil

[4228] Um texto de Arsénio de Pina sobre stóra sabim de Zizim Figueira

Arsénio de Pina
Houve um artigo teu  (Joaquim Saial) em que falas num barco cujo nome me escapa agora John qualquer coisa [NOTA do Pd'B: trata-se da escuna "John Manta" que em Março de 1920 andava na pesca da baleia sob o comando do capitão António (ou Anthony) J. Mandly e em Fevereiro de 1935, já na carreira de New Bedford - Cabo Verde, estava desaparecida] -, que fazia a carreira para os EUA, barco em que viajou o meu pai na década de vinte ou princípio de trinta para S. Vicente, onde iria fazer o serviço do Porto Grande (Sanidade Marítima e Delegação de Saúde), acompanhando o grande amigo, imediato do barco, ferido gravemente na Furna por uma corda que se rompeu e lhe decepou incompletamente o braço. Contava que o imediato, embora gravemente ferido, ia avisando a tripulação, ao longo da viagem ,“Nhôs bombâ água!” Quando chegaram a S. Vicente, ao cabo de uma noite de viagem, o porão estava cheio de água e a bagagem boiava nela. Ele ainda ajudou na cirurgia, realizada pelo Dr. Miranda (indiano). 

Zizim Figueira
Vou contar-te uma história de que tive conhecimento pelo Zizim Figueira, com quem tive longa correspondência, por estar a tratar da publicação das suas estórias tão interessantes naquel criol de Soncente, que infelizmente se malogrou devido à sua morte súbita e pela teimosia de não me enviar as estórias selecionadas por estar sempre a revê-las e querer enviar-mas completas. Tinham até prefácio do meu irmão Viriato. Tentei recuperá-las através da viúva, o que não deu resultado. [NOTA do Pd'B: parece que por milagre este caso está resolvido, pois entretanto uma filha do Zizim que tem os textos chegou à fala com Arsénio de Pina].

António Aurélio "Roque" Gonçalves
Estava o Mestre "Roque" Gonçalves conversando entretidamente com o Dr. Daniel Tavares, no passeio da Rua Lisboa, à frente do antiga Farmácia Teixeira, recostado na sua bengala, que segurava nas costas com as duas mãos, quando apareceu um daquês menine veluntare, malcriode, de Soncente, que aplicou um pontapé à bengala do Mestre Roque Gonçalves, levando este a desequilibrar-se em ginástica de acrobacia para não se estatelar no chão. Enquanto se livrava da queda foi gritando ao Dr. Daniel, naquele seu falar lento, pronunciando arrastadamente todas as sílabas, “Oh Nhelass, estica´m quêss canela e bô panha` m quel fi de cadelaa!!” Claro que quando acabou de falar, o miúdo já estava no passeio do Palácio, tendo passado em velocidade pelo Dr. Daniel.
Não garanto a veracidade da estória, visto a malta do liceu desse tempo ser useira e vezeira em inventar estórias jocosas, sendo vítimas o Mestre Roque Gonçalves, Damatinha, José Inocêncio (Djô fei), Bitim Sarampo, Guste Cavirinha, entre outros.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

[4227] Um cabo-verdiano (nosso) desconhecido... Em texto oferecido pelo amigo Arsénio de Pina que o recebeu de Armando Ferreira

Nota: O jornal é "Le Devoir" de Montreal (não o dizia o material recebido mas nós demos com ele - pois estas coisas, há que saber de onde procedem).

Mois de l’histoire des Noirs au Québec - 400 ans d’histoire méconnue
11 février 2013 | Caroline Montpetit | Actualités en société

Photo : Musée des sciences et de la technologie du Canada Un porteur ferroviaire fait contrôler son travail par son supérieur hiérarchique. 

Le mouvement des porteurs contribuera à améliorer le sort des communautés noires du Québec. Photo tirée du livre La contribution des Noirs au Québec (Les Publications du Québec, 2012) «Lorsqu’un Québécois blanc croise un Noir dans la rue, il présume encore parfois qu’il est étranger », constate l’historien Arnaud Bessière. Le dernier livre de Bessière, La contribution des Noirs au Québec. Quatre siècles d’histoire, aux Publications du Québec, s’applique précisément à corriger cette perception. 

S’il est vrai qu’environ 50 % de la population noire du Québec d’aujourd’hui est née à l’étranger, les Noirs font partie de l’histoire du Québec depuis les débuts de la colonie. Et le mois de février, consacré Mois de l’histoire des Noirs, est une occasion de le rappeler.

Il est assez connu, donc, que le premier Noir à s’être installé au Québec était un homme libre du nom de Mathieu da Costa, un interprète du temps de Champlain qui aurait été originaire du Cap-Vert. Mais on connaît moins l’histoire des Noirs qui a suivi.

De l’esclavage à son abolition, de la discrimination institutionnalisée à celle plus subtile, qu’on trouve encore dans le logement ou l’emploi, Arnaud Bessière ponctue son propos de nombreux extraits, de reproductions de journaux, de dessins et de caricatures qui évoquent, mieux que bien des mots, le contexte dans lequel la communauté noire a évolué au Québec.

Esclavage

Au sujet de l’esclavage, on apprendra qu’il n’y a jamais eu de convois d’esclaves au Québec, entre autres parce que ce n’était pas ici un « marché » florissant. Bessière rappelle qu’un esclave noir valait au XVIIIe siècle 900 livres, soit deux fois le prix d’un esclave amérindien. « L’achat d’un esclave noir signifiait un investissement financier considérable que la grande majorité des habitants, c’est-à-dire des paysans propriétaires, n’était pas en mesure d’assurer », écrit-il.

«Les plus grands propriétaires [du Québec] étaient les communautés religieuses, qui avaient quelques esclaves, qui ne travaillaient pas nécessairement sur les terres», relève M. Bessière. Le père de Louis-Joseph Papineau lui-même aurait été propriétaire d’esclaves… À la lumière d’écrits récents, l’ouvrage apporte un éclairage intéressant sur la période qui suit l’abolition de l’esclavage. On apprend la présence de propriétaires noirs dès 1793, dont celle d’Hilaire Amour, premier esclave affranchi à s’acheter une terre à Montréal.

Mais on découvre aussi des lois sur l’immigration qui ont exclu les Noirs, lesquels étaient perçus « comme un danger pour la sécurité de la race française ». L’Église, de son côté, a longtemps interdit la prêtrise aux Noirs. Et même après l’abolition de l’esclavage, elle forçait les Noirs à s’asseoir aux derniers rangs ou à des balcons distincts. Cette attitude, précise l’auteur, a encouragé l’établissement de la première église créée par des Noirs au Québec, l’Union United Church.

En fait, même l’armée exerçait une discrimination systématique envers les Noirs. « Alors que des Canadiens français refusaient de partir en guerre, on rejetait les candidatures de volontaires noirs. En dépit d’un tel comportement, quelques-uns - au moins une quarantaine - sont tout de même parvenus à s’enrôler, mais ils n’allaient pas participer au combat ; c’était un “ privilège ” réservé aux Blancs », écrit-il. Quant à la fréquentation de l’école par les Noirs, elle était « pour ainsi dire nulle » durant la seconde partie du XIXe siècle, relève l’auteur, jusqu’à ce que leur éducation devienne accessible et obligatoire pour tous, aussi tard qu’en 1940.

Train et jazz

Parallèlement à ces misères, la communauté noire s’organise. C’est le cas des porteurs des compagnies ferroviaires, qui se mobilisent au début du XXe siècle contre les plafonds d’emploi. « Les compagnies canadiennes estimaient que les Noirs ne devaient pas être promus au-delà du poste et qu’ils devaient rester sous la supervision des Blancs », écrit Bessière. Le mouvement des porteurs contribuera à améliorer le sort de l’ensemble des communautés noires du Québec et du Canada. Ce sont aussi les porteurs noirs, dont plusieurs arrivaient des États-Unis, qui ont favorisé l’émergence de Montréal comme plaque tournante du jazz au XXe siècle. « La première vague de musiciens arrive donc à Montréal dans les années1920. Une seconde suivra peu après, attirée par l’ambiance électrisante de la ville. Celle-ci constituait d’ailleurs à leurs yeux une sorte de refuge », écrit Bessière.

Aujourd’hui, la communauté noire du Québec regroupe quelque 250 000 membres, dont la moitié, donc, seraient de nouveaux arrivants. Elle représente 2,5 % de la population. Les dernières vagues d’immigration noire provenaient majoritairement de l’Afrique noire, un groupe méconnu jusqu’à présent au Québec.

domingo, 19 de maio de 2019

[4225] COLÓQUIO DE HOMENAGEM AO POETA CABO-VERDIANO JORGE BARBOSA

22 de Maio de 2019
CHAM /NOVAFCSH
Edifício ID, Sala Multiusos 2
Av. de Berna, Lisboa, Portugal
14h00-17h00

14h00-14h20 – Recepção dos participantes

14h20-15h40 – Conferências

Moderação: Noemi Alfieri (Assistente de Investigação do CHAM)

Hans-Peter Heilmair "Lonha" (Doutor com uma tese sobre a Literatura Cabo-verdiana e Professor)
Posicionamento da Obra e Actuação de Baltasar Lopes da Silva na Luta pela Dignificação da Cultura e Língua Cabo-verdiana

Joaquim Saial (Mestre em História de Arte e Professor)
Jorge Barbosa, o Ilhéu Consciente

José Luís Hopffer Almada (Poeta e Jurista)
Reminiscências da Negritude e da Afrocrioulitude na Escrita dos Claridosos, em especial na Poética de Jorge Barbosa e Osvaldo Alcântara

Hilarino Carlos Rodrigues da Luz (Investigador da NOVA FCSH e Investigador Integrado do CHAM)
Reflexos do Quotidiano Cabo-verdiano no “Poema Memorial de S. Tomé” de Jorge Barbosa e na Obra “Famintos” de Luís Romano

15h40-16h00 – Debate 

16h00-16h20 – Intervalo

16h20-16h40 – Recital de Poesia (Lisneia, Tamilton Teixeira, Giusepe, Maria Vitória, Bianca Aguilar, Heloísa Monteiro, Luís Tomar, Carlota de Barros, Regina Correia, Abílio de Barros). 

16h40-17h00 – Intervenção de Maria Teresa Segredo (Embaixadora da Rede de Voluntariado de Cabo Verde na Europa) 



MODERAÇÃO

Noemi Alfieri (Doutoranda na NOVA FCSH e Assistente de Investigação do CHAM)
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Espanhol e Português) pela Universitá degli Studi di Torino, Itália, concluiu o Mestrado em Línguas e Literaturas Modernas (Português) na mesma faculdade, com a tese Pepetela e as Aventuras de Ngunga: alla scoperta dell'identità angolana. É doutoranda em Estudos Portugueses na FCSH-Universidade NOVA de Lisboa e Assistente de Investigação do CHAM, Centro de Humanidades. Conduz a sua investigação sobre o tema (Re)Construir a Identidade Através do Conflito: uma Abordagem às Literaturas Africanas em Língua Portuguesa (1961-74). Integra o grupo de investigação Leitura e Formas d’ Escrita e colabora com as linhas temáticas de Estudos Africanos e História das Mulheres e do Género. É membro da Comissão Organizadora do IV CHAM Conference - Innovation, Invention and Memory in Africa.

ORADORES

Hans-Peter Heilmair "Lonha", Doutor com uma tese sobre a Literatura Cabo-verdiana, foi docente na área de Português nas Universidades de Freiburg (Alemanha), Zürich e Fribourg – Suíça (1990 e 1996) e ministrou acções de formação contínua de professores sobre as interferências do crioulo de Cabo Verde no português (1995 – 2000) e a disciplina de Alemão no curso de Turismo, no INP e no ISLA – Universidade Europeia (2000 e 2013). Também leccionou e participou num projecto de produção de materiais didácticos bilingues português/crioulo, na ESE João de Deus, Lisboa (2002 e 2004); Mestrado em Pedagogia na Universidade de Santiago, em Assomada, Cabo Verde (2016) e curso de Língua Cabo-Verdiana na Associação Caboverdeana de Lisboa (desde 2015). 

Posicionamento da obra e actuação de Baltasar Lopes da Silva na luta pela dignificação da cultura e língua cabo-verdiana
Autor do romance Chiquinho, de contos, ensaios e poesias (enquanto Osvaldo Alcântara), Baltasar Lopes é também autor de uma obra de índole linguístico e cultural, O Dialecto Crioulo de Cabo Verde. Sendo hoje óbvio que o crioulo de Cabo Verde não é nenhum dialecto, classificação que deve ser encarada no contexto do regime colonial e da imposição o de definições a ele inerente, senão uma língua de pleno direito, é interessante abordar a temática do posicionamento do próprio autor e daquele que lhe possa ser atribuído quanto à independência cultural de Cabo Verde e da sua língua. 
Abordar-se-á, nesta comunicação, o enunciado da obra de Baltasar Lopes em termos de definição e defesa dos valores culturais, tendo em conta, quanto à sua veiculação mais implícita ou explícita, os condicionalismos políticos vigentes na altura da sua publicação, questão a que, aliás, o próprio autor se haveria de referir em retrospectiva. Entram, portanto, os aspectos da afirmação subjectiva e objectiva e do seu carácter relativo, assunto tanto mais interessante quanto o autor viveu a transição entre as duas épocas, antes e depois da independência.

Joaquim Saial é Mestre em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Licenciado em Ciências Humanas e Sociais pela mesma Universidade e em Serviço Social pelo Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Possui, ainda, o diploma de Estudios Superiores da Universidade de Salamanca. Foi professor de História da Arte na Licenciatura em Turismo do Instituto Superior de Novas Profissões e do 2.º e 3.º ciclos do ensino público português, tendo-se aposentado em 2012. Na Universidade Católica Portuguesa – Escola das Artes, Extensão de Lisboa, criou e dirigiu a cadeira de Arte Pública do Século XX, do Mestrado em Arte Contemporânea. Além de outras actividades, tem participado em conferências em universidades portuguesas, na Fundação Calouste Gulbenkian, onde foi bolseiro, e em outras instituições culturais nacionais e estrangeiras. Tem várias publicações em livro, jornais e revistas de Portugal e Cabo Verde e é Cidadão Honorário da Ribeira Grande Santiago (Cidade Velha), ilha de Santiago, Cabo Verde.

Jorge Barbosa, o poeta consciente
Jorge Barbosa é “o poeta” de Cabo Verde, sem competidor à altura, em vida e no género, no território verdiano. Sem estudos superiores, mas com significativas leituras e lata curiosidade intelectual, o facto de ter exercido a profissão de aduaneiro não o impediu – antes o enriqueceu em vivências – de prosseguir uma via literária de elevada qualidade, ao nível da dos seus contemporâneos continentais europeus e brasileiros mais importantes, com muitos dos quais privou, ainda que apenas por correspondência trocada.
A poética barbosiana obedece à assunção do aprisionamento próprio da condição insular. Patente em parte significativa das suas criações, mostra amiúde a contradição entre o ir e o ficar, entre o gosto de partir à descoberta do mundo além-mar e a vontade de permanência no rincão natal: “a minha assinatura e a minha renúncia, / que fez com que todas as viagens / nunca passassem do cais da ilha de S. Vicente”, por contraposição a “Navio aonde vais (…) / Leva-me contigo / navio / Mas torna-me a trazer!” No entanto, também a consciência política nela se pressente, como num poema que dedica a Marcelo Caetano, onde diz que os seus ouvidos e a sua alma “estão cheios apenas dos ecos que ficam dois gritos e das aflições da vida”.

José Luís C. Hopffer Almada, poeta, jurista, ensaísta, analista e comentador político, é Pós-graduado em Ciências Jurídicas, Ciências Políticas e Internacionais e em Ciências Jurídico-Urbanísticas pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Licenciado em Direito pela Universidade Karl Marx, de Leipzig na antiga República Democrática Alemã (RDA), é detentor de uma vasta experiência profissional, nomeadamente como Técnico Superior da Secretaria Geral do Governo, da Secretaria de Estado da Promoção Social, do Instituto Nacional da Cultura e do Instituto Nacional da Investigação e da Protecção Culturais. Além de estar representado em diferentes colectâneas, antologias poéticas e ensaísticas nacionais e estrangeiras, é autor de vários estudos, ensaios e poemários, a registar: Sonhos Caminhantes (2017); Rememoração do Tempo e da Humidade (Poema de Nzé de Sant´y Ago) (2015/2016); Praianas (Revisitações do Tempo e da Cidade) (2009); Assomada Nocturna (Poema de NZé di Sant’ y Águ) (2005); Assomada Noturna (1993); e À Sombra do Sol, Volume I e Volume II (1990). Tem participação regular em colóquios, conferências e congressos em países como Cabo Verde, Senegal, Cuba, Bélgica, Brasil, Angola, Portugal, Holanda, Suíça, Moçambique e a Itália.
Foi condecorado com a Medalha de Mérito Cultural de Primeira Classe, do Governo de Cabo Verde, e com a Medalha da Ordem do Vulcão, outorgado pelo Presidente da República de Cabo Verde.    

Reminiscências da Negritude e da Afrocrioulitude na Escrita dos Claridosos, em especial na Poética de Jorge Barbosa e Osvaldo Alcântara
Os claridosos e a revista na qual se foi buscar o seu nome de baptismo celebrizaram-se por terem inaugurado em Cabo Verde uma escrita moderna de feição telúrica e na qual há uma ampla comunhão entre a terra e o homem cabo-verdianos, sendo este o protagonista quase exclusivo do seu destino. Lastro comum dessa escrita é a cabo-verdianidade entendida como a crioulidade historicamente sedimentada e enraizada nas ilhas e de que o idioma crioulo cabo-verdiano é a principal expressão. Amiúde foi essa crioulidade entendida como excludente da matriz negro-africana, significando por isso uma forma exacerbada de diluição de África, como atestado, por exemplo, em vários escritos de Baltasar Lopes da Silva.
Todavia muitas são as reminiscências da negritude e da afrocrioulitude na escrita tanto poética como ficcional e ensaística dos claridosos, como se tentará comprovar na nossa palestra.

Hilarino Carlos Rodrigues da Luz, Investigador da NOVA FCSH e Investigador Integrado do CHAM, Centro de Humanidades, foi Bolseiro Pósdoc. do CHAM, de Julho de 2015 a Junho de 2018. É Doutor em Estudos Portugueses, especialização em Literaturas e Culturas de Língua Portuguesa (2013), Mestre em Estudos Portugueses, especialização em Estudos Literários (2008), Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, Variante de Estudos Portugueses (2006), pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa. Possui uma vasta experiência profissional, nomeadamente no ensino público português, no sector editorial e na bibliotecnia. Além de artigos publicados por peer review em livros e revistas, tem participado em vários congressos internacionais em Portugal, Cabo Verde, Itália e Polónia. Tem participação em júris de provas de mestrado e é coorientador de uma tese de doutoramento. É membro de várias redes de investigação, nomeadamente sobre Angola. 

Reflexos do Quotidiano Cabo-verdiano no “Poema Memorial de S. Tomé” de Jorge Barbosa e na Obra Famintos de Luís Romano
Pretendemos, com esta comunicação, apresentar uma breve reflexão do poema “Memorial de S. Tomé”, de Jorge Barbosa, e da obra Famintos (1962), de Luís Romano. Trata-se de uma abordagem que, além de visar evidenciar algumas abordagens testemunhais e reivindicativas dos dois autores, procura mostrar que a saída dos cabo-verdianos para as Roças de S. Tomé resulta das dificuldades internas vividas nas ilhas, sobretudo quando não chovia, visto que a queda da chuva simboliza, algumas vezes, um ano agrícola favorável e mantimentos em abastança. Contudo, a sua irregularidade, distinguida por grandes secas, tem feito com que o cabo-verdiano se confronte, em certos períodos de tempo, com épocas de estiagem, com consequências dramáticas na agricultura e na criação de gado. 
Quando não chove, os agricultores e a maioria dos residentes acabam por ser as grandes vítimas, dada a carência de géneros básicos de subsistência, mormente o milho. Ora, a seca cria, portanto, nos cabo-verdianos a necessidade de procurarem alternativas para os seus problemas.



sábado, 4 de maio de 2019

[4221] Novo livro de Nuno Rebocho, prestes a sair na ilha de Santiago e, para breve, também em Lisboa

É apresentado pelo poeta Filinto Elísio e pelo também poeta e pintor Tchalé Figueira no Instituto de Língua Portuguesa (Casa Cor de Rosa), às 18h00, a 9 de Maio, quinta-feira, na cidade da Praia (ilha de Santiago, Cabo Verde), o mais recente livro de poesia de Nuno Rebocho, “Rotxa Scribida” (edição Rosa de Porcelana). O mais recente livro de Nuno Rebocho será depois apresentado na Assomada (a 22 de Maio) e em Lisboa (a 29 de Maio), por altura da Feira do Livro.