quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

[2764] 1000 posts, enfim, durante este ano, na quase totalidade em prol da história e cultura de Cabo Verde. Mantenha pa tude munde e inté dia 1 de Janêr de 2017




Conseguimos! 1000 posts em 2016, mais 400 que em 2015 e mais 500 que em 2014. Não sabemos o que 2017 nos reserva e portanto logo se verá se ficaremos aquém ou além destes 1000 esforçados retalhos da história e cultura de Cabo Verde que aqui deixámos. 

Uma palavra de apreço para os amigos que nos brindaram com os seus comentários, mormente o Valdemar, o Adriano e o Zito, os mais persistentes companheiros de jornada - que com a sua colaboração aumentaram o interesse e contribuiram para o sucesso de visitas do blogue.

Um abraço ainda mais forte para o Zito que neste momento atravessa um período difícil e nos deixou desamparados, pois o seu Arrozcatum é mais que necessário e não tem sucedâneo à altura. Mas contamos que o infortúnio se tranformará em breve em retorno, para nossa alegria, dele e da sua família e restantes amigos. Assim seja!

Terminamos com um texto de Arsénio de Pina sobre a recentemente inventada novidade do português como segunda língua.

E até 2017, para o proseguimento da caminhada praiabotística. Contem connosco, como nós contamos com os amigos de sempre. Braça d'ratchá osse e viva o Mindelo, viva Soncente e viva Cabverde!!! Hip, Hip, Hurrah!!! Sai um grogue e um puntchim para cada um dos que estão a ler estas palavras!!!


AINDA A PROPÓSITO DE HERANÇA DO PORTUGUÊS

Essa estória do português como segunda língua já está sendo uma reola. Voltando à herança como responsabilidade e à declaração de A. Cabral sobre a Língua Portuguesa, deveríamos ter bem presente que o português é a terceira língua mais falada na Europa e a quinta mais falada no mundo, o que é extraordinário. O idioma de Camões, do Padre António Vieira, Fernando Pessoa, Machado de Assis, Baltasar Lopes, Aurélio Gonçalves, José Lopes, José Craveirinha, Luandino Vieira e outros, foi a melhor herança que nos deixou Portugal, como bem disse Amilcar Cabral. Devemos investir é no Português como ferramenta de comunicação, não no crioulo, o que não quer dizer que abandonemos a nossa língua, uma relíquia patrimonial para uso doméstico. Ter em conta que os nossos estudantes universitários actuais, em Portugal e Brasil, que não estudaram a sério nem falaram português em Cabo Verde, têm tido sérias dificuldades nos cursos por não dominarem a língua, não lhes servindo para nada o crioulo. Reduzir Cabo Verde ao crioulo significa confiná-lo ao mutismo, mormente agora quando o português já é língua internacional utilizada na ONU. Como escreveu o nosso Mestre Aurélio Gonçalves na década de cinquenta, “o crioulo limitaria a zona de leitura das obras cabo-verdianas à limitadíssima minoria dos curiosos deste arquipélago e, por isso mesmo, a não ser que as letras cabo-verdianas prefiram sepultar-se no próprio berço, têm de recorrer ao português, língua em que, aliás, os escritores cabo-verdianos são educados”.

Arsénio de Pina


[2763 - agora falta só 1 post para os 1000 em 2016] Mornas, para ouvir na grafonola, no final do ano

Era assim, em Julho de 1931. Discos vindos da América, para ouvir na grafonola, com mornas e polkas. E vendidos na loja de António Miguel Carvalho, em São Vicente, por 26 paus, uma verdadeira fortuna, à época. Só pa gente bronc, rique.


[2762 - agora faltam só 2 posts para os 1000 em 2016] Engenheiro Humano Baptista de Sousa

São Vicente e o Mindelo idolatraram-no, merecidamente, e lembram-no até hoje, na memória das gentes e no nome do hospital. E Cabo Verde, na morna cantada por Gardénia Benrós. Dele não se esqueceram na hora da morte, de que o arquipélago teve notícia, através... de "O Arquipélago", em 1 de Junho de 1967.


[2761 - agora faltam só 3 posts para os 1000 em 2016] Um marceneiro e um hotel

O Hotel Porto Grande, embora não muito vasto, era um luxo para a época e para a ilha - que só tinha tido vagas aproximações a esse equipamento turístico, nunca uma obra desta envergadura. E, não o sabíamos, com mobiliário feito na ilha por um dos melhores marceneiros locais, Cláudio Freitas, amigo da nossa família. Desconhecia-mo-lo, porque em 67 já não estávamos no Mindelo. Mas como uma das missões do Pd'B é dar a conhecer a história e sobretudo a pequena história são-vicentina e mindelense, esta aqui fica. Quanto ao hotel, ainda ali está e estará. Ah! E o edifício  estava à escala da praça que o enquadra. Como se impunha e deve SEMPRE ser...

Junho.1967

Cláudio Freitas, Foto Arquivo Joaquim Saial, 1965


[2760 - agora faltam só 4 posts para os 1000 em 2016] Quando os marinheiros cubanos do... "Cuba" descobriram B. Léza

Estávamos no verão de 1937, era ainda a época do Presidente Brú (ver AQUI), o cruzador cabano "Cuba" vistava o Porto Grande e os seus oficiais vistavam B. Léza. É claro que, melhor que outros, eles compreendiam o músico, pois tal como a música brasileira, a de Cuba é parente da das ilhas da morabeza. Se a estação de rádio CMQ (ver AQUI) lhe dedicou uma emissão, não o sabemos. Mas que o gesto da oficialidade foi bonito, lá isso foi. Juntamos duas imagens do cruzador, uma delas exactamente deste ano de comunhão cubano-cabo-verdiana.


Cruzador "Cuba"
O "Cuba" em 1937

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

[2759 - agora faltam só 5 posts para os 1000 em 2016] Maio.1965

Por hoje, chega. Só faltam cinco posts para os 1000 em 2016, número que ultrapassa todos os records do Praia de Bote. E isto cansa, esgota, dá cabo da cachimónia, de tanto sgrovetá, de tanto tentar fazer do blogue... um BLOGUE. Daí que hoje não me chateiem mais, deixem-me em paz, que vou para o Eden Park ver um filme com o Bogart (e não Bogard como se lê no anúncio), um dos meu heróis. Ah... vou ali comprar uma mancarrinha e uma porção de cimbron, que o filme merece acompanhamento mastigável. Braça e fiquem com manha.


[2758 - agora faltam só 6 posts para os 1000 em 2016] Alguém achou? Em Julho.1937


[2757 - agora faltam só 7 posts para os 1000 em 2016] Jornal "Cabo Verde", Agosto.1923. Reconhece?


[2756 - agora faltam só 8 posts para os 1000 em 2016] Cabo Verde, colónia: era assim o bandeira do Governador


[2755 - agora faltam só 9 posts para os 1000 em 2016] Foto José Carlos Marques / Baía das Gatas, Setembro.2913

Foto José Carlos Marques

[2754 - agora faltam só 10 posts para os 1000 em 2016] É assim, na embaixada dos EUA, na Praia


[2753] Cartaz da União Internacional de Estudantes, de 1973


[2752] Em SONCENTE... estamos em casa!

[2751] Pirolito Canário Lindo (depois Francisco), o mindelense mais velho de sempre?

Passa-se isto em Agosto de 1938, com um "caboverdeano de côr" que andava há décadas a cirandar por Portugal continental. E a coisa até chegou a Vila Viçosa, Alentejo. O que prova que aquela terra não tem ligações só de hoje com as ilhas. O Praia de Bote que o diga...


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

[2750] 2017, "Ano Baltasar Lopes" (ver post anterior)

2017 será no Praia de Bote e em todo o mundo lusófono, mormente e por força de razão em Cabo Verde (acreditamos que o venha a ser...), o Ano Baltasar Lopes. O motivo é simples, directo e compreensível. Comemoram-se neste ano várias efemérides alusivas a um dos pais maiores da literatura cabo-verdiana (que outros houve, também muitos bons, e a lista ainda não acabou...). Teremos os 110 anos do nascimento do escritor, os 70 de "Chiquinho" (romance), os 60 de "O Dialecto Crioulo de Cabo Verde" (gramática, fonologia e léxico do crioulo de Cabo Verde) e os 30 de "Os Trabalhos e os Dias" (contos). 

Praia de Bote dará o seu contributo a estas comemorações, segundo se espera, com o apoio da Embaixada de Cabo Verde e da Câmara Municipal de Almada (prejecto entregue, a aguardar aprovação). Para além disso, sairá este mês no jornal "Terra Nova" o primeiro de dois textos nossos de estudo inédito dos aspectos artísticos das capas de uma dezena de edições de "Chiquinho" (a segunda parte será publicada em Janeiro no mesmo jornal e talvez depois num só bloco, noutro periódico cabo-verdiano). 

Entretanto, aqui ficam também pela primeira vez dois modestíssimos mas curiosos contributos alusivos ao "Chiquinho": imagem da casa de Lisboa onde a primeira edição foi "fabricada" e um desdobramento da capa da 2.ª edição (igual à terceira, que só mudou de cor, para verde).

A maternidade lisboeta da 1.ª edição de "Chiquinho"

O prédio é modesto, situa-se muito perto do Museu Militar (seta da direita) e logo da estação de caminhos-de-ferro de Santa Apolónia, ali à beira do rio Tejo - que, como sabemos, não desagua em Lisboa mas sim no Mindelo... A casinha (também assinalada com seta) está intimamente ligada a Cabo Verde, por um cordão umbilical feito de papel e letras. Não a investigámos ainda devidamente, isto é, com todos os matadores de certezas. Mas a certeza parece certa, quase certa. Há ainda a possibilidade de a morada ser apenas do escritório da tipografia e esta na altura se situar noutro lado. De qualquer modo, é o sítio. O endereço exacto é: Calçada do Forte, 10 - 1.º, Lisboa.

Clique na imagem, para a ampliar

 A capa da 2.ª edição (1961), totalmente vista









domingo, 18 de dezembro de 2016

[2749] Grande pergunta de final de ano (mais uma excepção dominical)

O prédio é modesto, situa-se muito perto do Museu Militar (seta da direita) e logo da estação de caminhos-de-ferro de Santa Apolónia, ali à beira do rio Tejo - que, como sabemos, não desagua em Lisboa mas sim no Mindelo... É casinha de r/c, 1.º e 2.º andar (assinalada na porta) e está intimamente ligada a Cabo Verde, por um cordão umbilical feito de papel e letras. Não a investigámos ainda devidamente, isto é, com todos os matadores de certezas. Mas a certeza parece certa, quase certa. Que tem então o dito prédio, nomeadamente o seu primeiro andar, com algo que aqui o Praia de Bote muito estima, de que tem feito extensa propaganda e que cultiva com grande paixão? Rematamos com o endereço exacto, que é: Calçada do Forte, 10 - 1.º, Lisboa...

Clique na imagem, para a poder ver melhor

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

[2743] Galardão "Tartaruga de Ouro" do Praia de Bote, 2016, atribuído ao blogue ARROZCATUM, de Zito Azevedo



De há muito que o Pd'B vinha acarinhando a peregrina ideia que hoje finalmente concretiza. Com a autoridade que lhe é conferida por seis longos anos de vida e mais de 2700 posts ao serviço de Cabo Verde, sobretudo do Mindelo e de São Vicente (1000, só neste 2016, que terão conclusão aritmética exacta nos próximos dias), resolveu criar um galadão anual que reconhecerá doravante (no mês de Dezembro de cada ano) pessoas, entidades ou blogues que exerçam acção meritória no mesmo sentido. Este designa-se por "Tartaruga de Ouro", em óbvia alusão ao animal mais simpático e frágil da ilhas (tirando cabra, catchôr, galos cantores da baía e baratas voadoras, fora tubaron, macoc e cavala, ma quês mosca de plurim e pulga d'Praia de Bote...).

Zito Azevedo
Para júri inicial, convidámos cinco personalidades de toda a idoneidade e respeitabilidade, cujas provas nesta área de há muito são reconhecidas local e internacionalmente e que por isso oferecem garantia de honradez avaliativa: Djack d'Cuptania, Djosa de Nha Bia, Nha Bia de Djosa, Tony Mondrong e Julinha d'Matiota (número ímpar, como se impõe em casos de júris e com duas senhoras, como deve ser).

Neste sentido, e pelos seus quase 10.000 posts (só faltam 5 para o número certo), em grande parte dedicados a Cabo Verde, dando no éter na internet uma visibilidade e divulgação às gentes e temas do arquipélago raras vezes atingida por outros meios, sempre com carinho e dedicação especiais pela cidade do Mindelo e pela ilha de São Vicente, o júri escalado pelo Praia de Bote para a espinhosa tarefa de encontrar o primeiro galardoado com a "Tartaruga de Ouro" (assunto que ocupou os cinco convidados durante quase seis meses) resolveu atribuir o laurel de 2016 ao blogue ARROZCATUM, administrado pelo radialista Zito Azevedo. Parabéns, portanto, ao ARROZ, ao ATUM e ao ZITO.

domingo, 11 de dezembro de 2016

[2741] O Seminário-Liceu de São Nicolau, por Arsénio de Pina

Praia de Bote abre nova excepção de publicação (ver post anterior), neste domingo ensolarado de inverno. Autor, assunto e texto merecem-no e o público também, tanto aquele que gosta de dar a sua simpática colaboração com comentários que sempre acrescentam algo de interessante ao que vamos colocando no blogue como os que não estão para isso (ou de tal não são capazes) e apenas usufruem do que aqui se mostra. 

O longo e muito elucidativo texto foi inicialmente lido em palestra da Associação dos Antigos Alunos do Ensino Secundário de Cabo Verde, Carnide, Lisboa.

Arsénio de Pina
Como cabo-verdiano e patchê refiro-me, bastas vezes, por escrito e em conversa, ao Seminário-Liceu, por variadas razões, entre as quais a de sermos o que somos, bastante sui generis, no mundo lusófono, no contexto da colonização, do povoamento e da cultura, sem esquecer que o crioulo se inventou em Cabo Verde. Digo sui generis porque o cabo-verdiano nasceu do chamado melting pot de povos de várias origens e culturas, africanos e asiáticos trazidos à força, europeus - alguns destes, cristãos-novos (judeus) com cultura e saberes, fugindo à Inquisição -, num ambiente pobre que, pela irregularidade das chuvas e ausência de riquezas naturais como ouro, marfim e especiarias, não permitia a grande exploração agrícola e fixação de estruturas reinóis de domínio como aconteceu na Guiné, S. Tomé, Angola, Moçambique e Timor. A seca, a fome, o vento leste, o mar, o paludismo e a ausência de recursos naturais foram factores que condicionaram a sua existência. Outrossim, como a população de Portugal era pequena nessa época, desistiram do seu povoamento como se fez nos Açores e na Madeira com reinóis e outros europeus, e, para a sua sobrevivência, esses povos levados para Cabo Verde e deixados quase ao deus dará, condicionados pelo prazer que une os corpos e o sofrimento comum que aproxima as almas, pondo de lado preconceitos, entrelaçaram-se, criando uma nova sociedade, originando o cabo-verdiano, que não existia antes, por os descobridores portugueses terem achado as ilhas desabitadas. Como o colonialismo é a sobreposição violenta de uma cultura por outra, o que não aconteceu em Cabo Verde, primeiro por as ilhas não serem habitadas aquando do seu achamento, depois, porque a sociedade cabo-verdiana que entrementes se constituiu não o permitiu, até porque as ascensões sociais do escravo foram mais por alforrias. Como escreveu Almerindo Lessa, a miscigenação foi uma necessidade histórica, considerando o mestiço alguém que favoreceu o património genético do homem, portanto, um "método positivo na dinâmica das populações". Por outro lado, a Igreja, para evangelizar, necessitava que as pessoas tivessem o mínimo de instrução, soubessem ler e escrever, fazer os trabalhos domésticos e a lavoura, a chamada ladinização do escravo, empenhando-se muito mais do que o poder civil nessa missão, dado que o padre formado no Seminário-Liceu, quando ia para a sua paróquia, além de ensinar o Evangelho ensinava a ler e a escrever.  

Ribeira Brava de S. Nicolau, com vista do Seminário-Liceu
Como primeira colónia portuguesa a ser descoberta e povoada, Cabo Verde transformou-se, com o tempo, numa autêntica estação experimental agro-veterinária para estudo de adaptação de plantas e animais. Foi aí que se cultivou a cana sacarina, originária do Sudeste Asiático, levada para o Algarve, depois para a Ilha Madeira, e daí para Cabo Verde, para produção de mel, açúcar e aguardente, com a técnica de trapiches e alambiques, além de Santiago continuar a ser um entreposto de escravos destinados às Américas. Toda essa técnica artesanal agrícola de cultivo da cana sacarina e produção de açúcar e aguardente foi transferida para o Nordeste brasileiro e depois para outras paragens por cabo-verdianos que dominavam essa técnica e utilizavam o crioulo, mais facilmente compreendido do que o Português pelos trabalhadores escravos, a quem ensinavam a técnica e transmitiam os conhecimentos. Ter também em conta que foram os chamados lançados ou também chamados tangomaos, muitos deles cabo-verdianos judeus cristãos-novos, que, comerciando no Golfo da Guiné, contrariando lei do Reino, levaram o crioulo para a Guiné e Serra Leoa e introduziram na África Ocidental culturas das Américas, como o milho, a batata-doce, a mandioca e o amendoim, entre outras culturas, como nos informa a investigadora Maria da Graça Garcia Nolasco da Silva.

Para rematar e esclarecer o que classifiquei de qualidade sui generis do cabo-verdiano, acrescento que as caravelas portuguesas, depois de um certo tempo, passaram a incluir cabo-verdianos na sua tripulação, a substituir marinheiros doentes e falecidos, bem como os baleeiros americanos que pescavam nas nossas águas, razão por que encontramos o nosso crioulo nas sete partidas do mundo, do Pacífico às Antilhas, tendo alguns cabo-verdianos, bem como portugueses reinóis, ficado nessas paragens. Embora haja patrícios que se arvoram em europeus, e outros, africanos de pura gema, isso só por pura leviandade ou ignorância: nem uma coisa nem outra. Contentemo-nos e orgulhemos em ser simplesmente cabo-verdianos. Mesmo a história de pertencermos ao Sahel Insular é fantasia, dado que sahel é termo árabe que significa bordadura de deserto, como nos esclarece José Carlos Mucangana num dos seus Subsídios para a Cabo-verdianidade publicados no jornal "Artiletra".

Presumo que podemos agora entender melhor algo da história do Seminário-Liceu de S. Nicolau a que me comprometi contar-vos.

Baltasar Lopes da Silva
Como afirmou o Mestre Baltasar Lopes da Silva na longa entrevista que concedeu a Fernando Assis Pacheco, em 1988, "o papel do Seminário-Liceu de S. Nicolau foi extraordinário. O seminário começou a funcionar em 1866 e foi extinto em 1917", pela Lei n.º 701, de 13 de Janeiro de 1917, devido ao anti clericalismo exacerbado de alguns republicanos. "Durante esses cinquenta nos, toda a vida pública e privada de S. Nicolau girou à volta da preparação adquirida no Seminário, que foi o seu alicerce, a sua coluna vertebral. A qualidade e a densidade do ensino influenciaram mesmo directamente a instrução primária". Francisco Lopes da Silva, no seu artigo Lembrando o Cónego Bouças, informa-nos de que o edifício do Seminário foi transformado, sacrilegamente, em 1931, em campo de concentração de deportados políticos e aí internados, o Dr. Manuel Camões, o Sr. Pinheiro, o Tenente Pélico Neto, Major Filipe de Sousa, bem como os seus companheiros de armas e outros após a abortada revolta da Madeira e outras tentativas de derrube do chamado Estado Novo. Também acolheu os primeiros Salesianos, a Congregação das Irmãs do Amor de Deus e os Capuchinhos. Muito mais tarde, já nos nossos dias, os irmãos António e Abílio Areal Alves e Carlota Barros criaram um externato liceal nas instalações do Seminário que funcionou de 1967 a 1973, ano em que, se abriu na vila uma extensão do ciclo preparatório do Mindelo, tendo todo o espólio sido cedido gratuitamente àquela extensão, como nos confirma Constança de Pina.

Nós, os menos jovens, tivemos professores primários e liceais excepcionais que foram alunos do Seminário. Cito alguns, mais conhecidos: Almeida Gominho e Padre João de Brito, Pedro Cardoso, Juvenal Cabral, cónego André Fermino, José Lopes (seminarista e autodidata erudito, que nem chegou a completar o curso, por desentendimento com o cónego Bernardo da Costa Pinto, abandonando o Seminário aos quinze anos de idade), Norberto Gomes, Olavo Moniz, Irene Almada, Baltasar Lopes da Silva, Aurélio Gonçalves, Augusto Barreto de Carvalho, entre outros. O nosso Funcionalismo Público e do ex-Ultramar beneficiaram muito, primeiro, com os quadros formados no Seminário-Liceu, a seguir, formados no Liceu de S. Vicente, outro marco da nossa cultura que se seguiu ao Seminário e beneficiou com quadros formados neste.

1.ª edição. Parte do livro passa-se em S. Nicolau
Baltasar Lopes, que fez três anos no Seminário, poude, nessa entrevista, esclarecer que "o curso seminarístico não era por ciclos, mas sim por disciplinas: havia os Preparatórios e o total de disciplinas era de dezasseis. Normalmente faziam-se duas a três, por ano. Era assim por a matéria ser dura. Ensinavam bem, mas eram exigentes. Então o 2.º ano de Português era qualquer coisa de mitológico, segundo Baltasar, e por uma razão simples: havia muito amor pela Língua Portuguesa e ligava-se muita importância à correcção, muita, muita importância". Ainda nos conta o Mestre Baltasar que após o exame do 2.º grau no Seminário, matriculou-se no 2.º ano de Português, Francês e Latim, e no ano seguinte é que veio então o regime liceal, passando o Seminário a funcionar como Escola Normal Superior, que tinha três anos, pelo que, feito o 3.º ano, foi para S. Vicente fazer o quarto e quinto anos; não havendo no Liceu Infante D. Henrique de S. Vicente o 6.º e 7.º anos, fê-los em Lisboa.

Durante a sua existência de cinquenta anos o Seminário-Liceu formou 101 pessoas, para o quadro eclesiástico, ensino e funções públicas, que conferiram a Cabo Verde um estatuto diferente, privilegiado, sob o ponto de vista religioso, cultural e educativo dentro do espaço colonial.

O Seminário-Liceu dá-nos uma ideia do quanto devemos à Igreja no tocante à educação e mesmo à ética e moral. Ter em conta que a Igreja de Cabo Verde é vetusta de 500 anos (a Diocese de Cabo Verde foi criada em 1533). Num relatório anual de 1899 sobre o Seminário-Liceu, o seu deão e vice-reitor durante dez anos, o cónego Francisco Ferreira da Silva, encontramos o seguinte: …"Pode dizer-se que a província de Cabo Verde deve mais aos bispos e aos padres que aos governadores que por séculos atrás o governaram. Das lutas entre governadores e ouvidores encontramos sempre um conciliador no bispo que, ou derimia a acesa contenda, ou se colocava ao lado do mais fraco, sobretudo ao lado do povo indígena e buçal que, tímido e não instruído, tinha no seu bispo um desvelado protector." Segundo esclarece António José Fermino Correia no seu interessante artigo publicado no jornal "Terra Nova", em Maio de 2007, o reitor do Seminário-Liceu era sempre o bispo da diocese.

O primeiro bispo da diocese foi D. Frei Francisco da Cruz, 1554 a 1571, que governou a diocese durante trinta anos, começou a prover às necessidades religiosas, tanto de Cabo Verde como da Guiné. Foi no tempo deste bispo que, por carta-régia de 12 de Janeiro de 1570 foi criado o seminário, sendo rei D. Sebastião, por directiva saída directamente das resoluções tomadas no Concílio de Trento, mas que não chegou a concretizar-se por falta de fundos e de clero qualificado motivado para trabalhar em Cabo Verde. Como nos diz Francisco Lopes da Silva no artigo de uma famosa série sobre as individualidades ilustres de Cabo Verde, publicada no jornal "Notícias", em Novembro de 1991, sobre o Cónego Bouças, chegaram a Santiago, em 1604, alguns sacerdotes da Companhia de Jesus para acções de evangelização e de ensino.

Em 1777 foi criada a primeira cadeira de instrução primária na cidade da Praia, doze em 1840, duas de 1.ª classe, doze de 2.ª classe, e 22 de 3.ª. As escolas para meninas, em número de nove, régias, e quatro, municipais, para toda a colónia.

Outro aspecto da Ribeira Brava
Em 1834, a população de Cabo Verde era estimada em 141.915 habitantes, distribuídos por 30 freguesias. S. Nicolau, com duas freguesias, tinha 12.093 habitantes, S. Vicente, 6211 almas, antes da valorização da melhor baía da costa africana, do chamado Porto Grande, pelos ingleses com a instalação do entreposto de carvão de pedra com agências marítimas, oficinas de reparação, consulado e residências para os funcionários ingleses. Interessante saber que antes dessa valorização da Baía do Porto Grande, os navios que navegavam para o Sul aportavam à Preguiça, em S. Nicolau. Já numa informação do Frei Cristóvão de S. Boaventura dirigida ao rei, de 25 de Novembro de 1788, este estranhava a ilha de S. Vicente não ser povoada por ter água e uma baía capaz de acolher uma armada de duzentas velas, abrigada de ventos, somente visitada por pescadores e quando se pretendia reparar navios sem os arrastar para terra.

O bispo José Alves Feijóo, transferido de Macau para Cabo Verde, de passagem por Lisboa, reclamou do ministro todas as providências para a organização do prometido Seminário, ao que o ministro lhe respondeu: "Vá V. Exa que lá há de ir ter tudo", ao que o prelado observou: "não sigo para Cabo Verde enquanto não for atendido em tudo, porque, em passando a Torre do Bugio, mandam-me bugiar". Foi assim que, nos termos do decreto de 1856, que determinava se estabelecessem seminários diocesanos no Ultramar, foi promulgado o decreto de 3 de Setembro de 1866 criando o Seminário-Liceu de Cabo Verde, com o duplo fim de admitir alunos com destino à vida eclesiástica e de suprir a falta de liceu onde os mancebos, que, não se destinando ao estado eclesiástico, pudessem seguir estudos superiores ou receber uma educação literária e científica.

Dizia o Padre António Vieira, num fragmento de carta enviada ao padre António Fernandes, escrita em Santiago, a 25 de Dezembro de 1652, falando de párocos, "todos negros, mas somente neste acidente se distinguem dos Europeus. Têm grande juízo e habilidade, e toda a política que cabe em gente sem fé e sem muitas riquezas, que vem a ser o que ensina a natureza. Há aqui clérigos e cónegos tão negros como azeviche, mas tão compostos, tão autorizados, tão doutos, tão grandes músicos, tão discretos e bem morigerados, que podem fazer inveja aos que lá vemos nas nossas catedrais", o que nos diz que já nessa altura havia gente nossa de formação eclesiástica de elevado nível, formada em Santiago nas cidades de Ribeira Grande e Praia.

S. Nicolau, vistas recentes
Não é de admirar a afirmação do Padre António Vieira porque no citado relatório do cónego Francisco Ferreira da Silva de 1899, vice-reitor do Seminário, este afirmava serem "sensíveis os cabo-verdianos, apalpando-se os progressos da instrução, havendo ilhas onde serão bem poucos os que não saibam ler e escrever, embora haja necessidade de educação religiosa. Em S. Nicolau a instrução é muito desenvolvida. Entre cinquenta testemunhas encontram-se duas que não sabem escrever".

Em Dezembro de 1866 começou a funcionar o Seminário-Liceu com dois professores, vindos do reino, além de cantos e ritos, dois (latim e filosofia) que faziam parte do liceu da Praia e um professor de teologia que aí chegou em 1869. Por portaria-régia de 1867 foi determinado que um professor da Escola Principal (criada por decreto de 1845) passaria a leccionar no Seminário-Liceu a aula de Instrução Primária.

Somente em 1873 é que entrou o primeiro aluno externo com o fim de estudar para a vida civil. Os estudantes para a vida civil, internos, costumavam demorar três a quatro anos, gastando um ou dois anos com a instrução primária e o restante tempo em Português e Francês. Os alunos que vieram de S. Tomé e Guiné desistiram quase todos devido à dificuldade dos cursos.

Para o liceu havia as cadeiras de língua latina, francesa e inglesa, filosofia, retórica e geografia, matemática e introdução, em curso bienal. Criado o curso eclesiástico com quatro aulas, em dois anos – história sagrada e eclesiástica, teologia moral, sacramental e dogmática, direito natural, direito canónico e eclesiástico português. Para o curso de preparatórios havia quatro professores.

As instalações do Seminário-Liceu de S. Nicolau pertenciam ao benemérito da ilha, Dr. José Júlio Dias, que as cedeu para a instalação do Seminário, indo residir no Cachaço. Formou-se em Paris, tendo regressado a S. Nicolau onde exerceu Medicina gratuitamente, mantendo correspondência com colegas e sumidades franceses, entre os quais o historiador e homem de Estado Guizot, que foi chefe de Governo Francês, membro da Academia e autor da Histoire d´Angleterre. Herdara uma grossa fortuna que espalhou a mãos cheias em actos de beneficência. Tem busto no Terreiro à frente da Igreja matriz da vila que recuperou o seu estatuto inicial de Catedral após restauração pelo malogrado arquiteto sanicolaense Leonel Brito, a qual fora reedificada em 1888 e sagrada em 1898, com as mesmas dimensões que tinha a antiga igreja. Essas instalações sofreram obras de ampliação, adaptação e dotadas de mobiliário apropriado para as novas funções.

Os professores mais conhecidos e famosos foram, dos mais antigos, o chantre Doutor Manuel Caeiro, o arcediago Manuel Correia Figueiredo, o deão da Sé Bernardo da Costa Pinto, os cónegos José Félix Machado, Joaquim Silva Caetano, Ramalho, Ferreira da Silva, e os mais recentes, os cónegos António Oliveira Bouças (vice-reitor após aposentação do anterior), a que Francisco Lopes da Silva dedica um longo artigo, bem como o Mestre Aurélio Gonçalves, pelas suas excepcionais qualidades como professor, pela erudição e desapego pelas honrarias, tendo o Dr. Sócrates da Costa, delegado de saúde e presidente da Câmara Municipal de S. Nicolau, prestado homenagem solene, descerrando no Salão Nobre o seu retrato; ao jardim à frente da Câmara Municipal da Vila foi atribuído o nome desse ilustre cónego. Temos ainda o cónego José Correia, que chegou a ser Administrador e Presidente da Câmara Municipal da ilha, mais tarde professor de Latim no liceu e adjunto do Bispo, na Praia, que acompanhou, apoiou e protegeu o cónego Bouças após o encerramento do Seminário, até à morte deste em S. Nicolau e enterrado no cemitério da Tabuga. Ao jardim com repuxo do Terreiro, por proposta do vereador Almeida Gominho e aprovação da Câmara, foi dado o nome do Cónego José Correia. Ainda a considerar o cónego Augusto Ferreira Coimbra, Bernardo Galvão, e leigos ilustres: o professor de inglês Edmund Charles St Aubyn, súbdito inglês, que se apaixonou pela ilha e aí ficou, constituindo família, e o Dr. Areal. Os não leigos, embora eclesiásticos, com exclusão do cónego Bouças, não conseguiram resistir aos encantos femininos a que se referiu Camões, e o nosso poeta maior Eugénio Tavares cantou em crioulo em Bárbara, Bonita Scrába, “aquela cativa que me tem cativo”, já não sendo cativas, de belezas exóticas, sensuais e morabes, de misturas cruzadas da Europa, África e Ásia, deixando numerosa descendência.

Há um grupo de sanicolaenses a trabalhar no reconhecimento e valorização do Seminário-Liceu de S. Nicolau, e creio que está envidando esforços no sentido da comemoração condigna dos 150 anos da sua criação, coincidindo com a comemoração do centenário do Liceu de S. Vicente, por terem sido as duas pedras mestras dos alicerces de Cabo Verde como nação, que facilitou a enxertia do Estado aquando da independência, o que não aconteceu às outras ex-colónias onde o sentimento de pertença a uma nação ainda não existia. E nós, patchês, em particular, mas todos os cabo-verdianos, em geral, nós temos razão de nos orgulharmos do Seminário-Liceu de S. Nicolau, porque foi a primeira instituição de nível universitário desta zona e berço que foi da intelectualidade, da cultura e da Igreja.

Lisboa, Dezembro de 2016 

Arsénio Fermino de Pina

Obras e artigos consultados:

- Relembrando o Cónego Bouças, de Francisco Lopes da Silva, jornal "Notícias", 11/91
- Relembrando José Lopes, de Francisco L. da Silva, jornal "Notícias",12/1990
- Na Morte de Baltasar Lopes – In memoriam, de Francisco Lopes da Silva, "Tribuna", Junho de 1989.
- Apontamentos para a história da administração da diocese e da organização do Seminário-Lyceu, do cónego Francisco Ferreira da Silva
- Baltasar Lopes – 100 anos, Kriolidadi, jornal "A Semana", Abril de 2007
- O Mago Baltazar, suplemento de "O Jornal", Maio de 1988
- Seminário-Liceu de S. Nicolau, de Baltasar Lopes, Artiletra. In "Ponto & Virgula", Maio/Junho de 1984
- Seminário-Liceu de S. Nicolau 1866-2006, de António Fermino, "Terra Nova", 2007
- Subsídios para a Cabo-verdianidade, de José Carlos Mucangana, "Artiletra"
- Constança de Pina, artigo em "A Semana".

sábado, 10 de dezembro de 2016

[2740] As palavras de Dylan lidas na cerimónia Nobel 2016

Nove posts (ou oito, se não contarmos o da impressão digital) com muito interesse que ficam aqui à espera dos comentários dos cabo-verdianos que... são MESMO cabo-verdianos... 

Em domingo, abrimos uma excepção para publicar o discurso escrito por Bob Dylan para a cerimónia Nobel de 2016

You can read Dylan's speech, which was read by United States Ambassador to Sweden Azita Raji, below:


Good evening, everyone. 

I extend my warmest greetings to the members of the Swedish Academy and to all of the other distinguished guests in attendance tonight.

I'm sorry I can't be with you in person, but please know that I am most definitely with you in spirit and honored to be receiving such a prestigious prize. Being awarded the Nobel Prize for Literature is something I never could have imagined or seen coming. From an early age, I've been familiar with and reading and absorbing the works of those who were deemed worthy of such a distinction: Kipling, Shaw, Thomas Mann, Pearl Buck, Albert Camus, Hemingway. These giants of literature whose works are taught in the schoolroom, housed in libraries around the world and spoken of in reverent tones have always made a deep impression. That I now join the names on such a list is truly beyond words.

I don't know if these men and women ever thought of the Nobel honor for themselves, but I suppose that anyone writing a book, or a poem, or a play anywhere in the world might harbor that secret dream deep down inside. It's probably buried so deep that they don't even know it's there.

If someone had ever told me that I had the slightest chance of winning the Nobel Prize, I would have to think that I'd have about the same odds as standing on the moon. In fact, during the year I was born and for a few years after, there wasn't anyone in the world who was considered good enough to win this Nobel Prize. So, I recognize that I am in very rare company, to say the least.

I was out on the road when I received this surprising news, and it took me more than a few minutes to properly process it. I began to think about William Shakespeare, the great literary figure. I would reckon he thought of himself as a dramatist. The thought that he was writing literature couldn't have entered his head. His words were written for the stage. Meant to be spoken not read. When he was writing Hamlet, I'm sure he was thinking about a lot of different things: "Who're the right actors for these roles?" "How should this be staged?" "Do I really want to set this in Denmark?" His creative vision and ambitions were no doubt at the forefront of his mind, but there were also more mundane matters to consider and deal with. "Is the financing in place?" "Are there enough good seats for my patrons?" "Where am I going to get a human skull?" I would bet that the farthest thing from Shakespeare's mind was the question "Is this literature?"

When I started writing songs as a teenager, and even as I started to achieve some renown for my abilities, my aspirations for these songs only went so far. I thought they could be heard in coffee houses or bars, maybe later in places like Carnegie Hall, the London Palladium. If I was really dreaming big, maybe I could imagine getting to make a record and then hearing my songs on the radio. That was really the big prize in my mind. Making records and hearing your songs on the radio meant that you were reaching a big audience and that you might get to keep doing what you had set out to do.

Well, I've been doing what I set out to do for a long time, now. I've made dozens of records and played thousands of concerts all around the world. But it's my songs that are at the vital center of almost everything I do. They seemed to have found a place in the lives of many people throughout many different cultures and I'm grateful for that.

But there's one thing I must say. As a performer I've played for 50,000 people and I've played for 50 people and I can tell you that it is harder to play for 50 people. 50,000 people have a singular persona, not so with 50. Each person has an individual, separate identity, a world unto themselves. They can perceive things more clearly. Your honesty and how it relates to the depth of your talent is tried. The fact that the Nobel committee is so small is not lost on me.

But, like Shakespeare, I too am often occupied with the pursuit of my creative endeavors and dealing with all aspects of life's mundane matters. "Who are the best musicians for these songs?" "Am I recording in the right studio?" "Is this song in the right key?" Some things never change, even in 400 years.

Not once have I ever had the time to ask myself, "Are my songs literature?"

So, I do thank the Swedish Academy, both for taking the time to consider that very question, and, ultimately, for providing such a wonderful answer.

My best wishes to you all,

Bob Dylan

[2739] Entre a Madeira e Cabo Verde, entre Cabo Verde e a Madeira... cana e purgueira

[2738] Dedicado aos cabo-verdianos da América: Bluegrass Christmas Medley | The U.S. Army Band's 2015 American Holiday ...

[2737] Bob Dylan em "A Hard Rain's A-Gonna Fall", 10 de Março de 1964 (ver post anterior)

[2736] O maravilhosos e doce engano de Patti Smith ao cantar "A Hard Rain's A-Gonna Fall" do seu amigo Bob Dylan... em vez dele (cerimónia Nobel 2016)

[2735] Cabo-verdiano que vem ao Praia de Bote e não deixa comentário, merece passar o resto da vida no ilhéu dos Pássaros a pão e água

[2734] Ilha de São Vicente - Cabo Verde - A terra onde Deus derramou a sua alegria

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

[2733] Um enigma... a desvendar em breve!!!

[2732] O "Esperanza" da organização ambientalista Greenpeace estará em Cabo Verde em Fevereiro

Ver AQUI

[2731] Cooperação Portugal-Cabo Verde na área hidrográfica, na tradição de navios como o "Almeida Carvalho" e o "Pedro Nunes"

Navio da República Portuguesa Almirante Gago Coutinho em missão no Porto Grande de Mindelo
13:58 - 08-12-2016 (jornal português "A Bola")

"Almirante Gago Coutinho", porto de Pipas, Angra do Heroísmo, Terceira, Açores - Foto Carlos Luís M. C. da Cruz
O navio da república portuguesa "Almirante Gago Coutinho" atracou na quarta-feira no Porto Grande do Mindelo, na ilha de São Vicente, onde irá permanecer durante seis dias. 

Esta missão enquadra-se no âmbito da participação de meios navais portugueses em missões no Golfo da Guiné e na Costa Ocidental Africana, integradas na iniciativa Mar Aberto 2.º Semestre. 

Durante a sua estadia no Mindelo, o "Almirante Gago Coutinho" efetuará o levantamento hidrográfico das aproximações ao Porto Grande e do interior do próprio porto, com o objectivo de actualizar a respectiva cartografia.

Estará igualmente envolvido, no âmbito da Cooperação Técnico-Militar com Cabo Verde, em diversas actividades de formação e treino de militares da Guarda Costeira e Fuzileiros das Forças Armadas de Cabo Verde, que decorrerão nos dias de quinta e sexta-feira.

Nesta quinta-feira, o navio receberá a visita de docentes e discentes da Faculdade de Engenharia e Ciências do Mar, durante a qual serão apresentadas as capacidades do navio, bem como as principais actividades desenvolvidas, incluindo os levantamentos hidrográficos efectuados em colaboração com a Agência Marítima e Portuária de Cabo Verde.

Daniel Almeida, Cabo Verde

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

[2730] Praia de Bote canta com Manuel d'Novas: HOJE É NATAL (isto é, será a 24/25, ou então quando nós assim o desejarmos)

[2729] Praia de Bote deseja bom Natal aos cabo-verdianos de todo o mundo

Embora já o tenha feito pessoalmente junto dos seus amigos cabo-verdianos mais chegados, aqui ficam também, para todos os outros filhos das ilhas, os votos do Praia de Bote de um bom Natal. Aos que entretanto responderam retribuindo, o nosso agradecimento.

[2728] Quem é o padrinho de Maria Alice?

Praia de Bote recebeu em 2 de Dezembro, no post 0782, o seguinte comentário...Ver AQUI

Chamo-me Maria Alice filha de Maria das Dores e pai Antero Paulo Pinto, nasci em 1965 na cidade da Praia em Cabo Verde, fui batizada como sua afilhada e gostaria muito de entrar em contacto consigo caso seja a pessoa em questão!
Obrigada

Ora, porque ela não o diz, ficamos sem saber se a comentadora Maria Alice se refere ao Adriano Miranda Lima, ao Zito Azevedo ou ao Valdemar Pereira (ao autor do blogue e ao José Fortes Lopes, não pode ser, por questão cronológica). Aqui fica a nota, para que quem souber responda. E um braça para a Maria Alice que deve continuar a vir aqui, conversar connosco, mesmo que não seja afilhada de nenhum de nós.