quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

[0010] A "Home Fleet" no Mindelo

Imagem eBay (clique na imagem)
A "Home Fleet" (esquadra inglesa que operou entre 1906 e 1967) no Mindelo, aqui em 18.Outubro.1950.  Por esta altura ainda se chamava ao Monte Cara Monte Washington, como se pode verificar pela legenda. Chapa da Foto Mello, grande casa fotográfica do Mindelo.

Ver post semelhante em "Mindel na Coraçon", fotologue do fotógrafo cabo-verdiano Djô Martins, nosso bom amigo. Ali, vê-se uma imagem muito semelhante, feita no mesmo dia, mas sem legenda,  a que o Djô juntou interessante historial. As duas fotos foram decerto realizadas com poucos minutos de intervalo, esta primeiro. A "Home Fleet" está de regresso a casa, pronta a atravessar o Mar de Canal entre S. Vicente e Santo Antão.

5 comentários:

  1. Saúdo este blogue e felicito efusivamente o seu autor, Joaquim Saial, pela excelente ideia tida. Um nenin de Soncent, fiel e enternecido filho adoptivo da cidade do Mindelo, aqui está ele, em saudoso regresso ao regaço de sua mãe. E abre todo o esplendor deste regaço, convidando todos os mnins de Soncent ao mesmo alvoroço em que o tempo se une no espanto das sensações que se reciclam sem nunca esgotarem a sua essência vital.
    A Praia de Bote é o velho e gasto coração do Mindelo, onde, entre seixos dispersos na areia e restos carcomidos de botes, repousam intactos os vestígios imateriais da alma da urbe, que nos acompanha sempre, por mais distante que sejam as cartografias das nossas andanças.
    À Praia de Bote regressam todos os que querem extasiar-se com a recordação dos odores e dos rumores antigos. O cheiro a salsugem, a peixe a secar ao sol, a grogue, a breu e a estopa, aí estabelece a mais pura relação simbiótica com as vozes dos marinheiros, dos pescadores e das vendedeiras e com o som das sirenes dos navios e do rebuliço do porto. Qual é o antigo mnin de Soncent que resiste a este chamamento e ali não recompõe as suas memórias e não actualiza as suas saudades com o tempero da clarividência? Que ali não traça radiais para o Plurim de Pexe e a Praça Estrela, para a Praça Nova e o Eden Park, ou para a rua de Lisboa e o Liceu Gil Eanes? Radiais para um reencontro imperativo com a cidade, que se prolongam conforme a escala em que cada um sente a emoção das coisas permanentemente inauguradas. É o que nos oferece este blogue. Saibamos ser dignos regressados à Praia de Bote, capazes de lhe levar boas mantenhas, mas também ideias úteis e pertinentes para ajudar a reerguer o pujante Mindelo de outrora.

    Tomar, 9 de Fevereiro de 2011

    Adriano Miranda Lima

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  2. Grande texto de um grande plumitivo. Depois destas, mais palavras seriam redundantes. Resta-me agradecer a simpatia e desejar que o amigo e patrício Adriamo Miranda Lima continue a deleitar-nos com a sua prosa, mesmo que neste modesto mas nobre lugar da Praia de Bote.
    Aquel braça
    Joaquim Saial

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  3. Praia de Bote, ali a dois passos do velho cais da velha alfandega, onde ia pescar papagaios com linha e alfinete de ponta encurvada, fanados da caixa de costura de D.Laura, minha saudosa mãe...Obrigado pelas memórias desse micro-cosmos albergado pela galáxia mindelense que, não sendo terra de nha mãe nem terra de nha cretcheu, não é menos minha, não o sendo, também...
    Mantenhas de um mnin de soncente já com 77 às costas!

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  4. 77 não é nada! 177 é que seriam muitos...
    Um obrigado pela participação (que esperamos continue) e um braça aqui do "Praia de Bote". Também eu pesquei no cais da Alfândega, no da Miller, no Nacional e no da Shell, mas sempre sem capturar nada... excepto uma vez em que fugi com medo de um peixaroco minúsculo que dava saltos quase da altura dpo Monte Cara.

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