quarta-feira, 26 de setembro de 2012

[0253] O FALHADO CONCURSO 12 E A SUA SOLUÇÃO



Pela segunda vez, o concurso do PRAIA DE BOTE não teve vencedor. Reconhecemos que a resposta não era muito fácil, pela razão de que é costume dar nomes novos ou manter os antigos em edifícios, ruas e praças que adquiriram outros - o que destrambelha tudo.... Por exemplo, o velho Terreiro do Paço lisboeta quase nunca é chamado de Praça do Comércio, designação inventada pelo marquês de Pombal em reconhecimento da benemérita acção dos comerciantes da capital por altura da reconstrução pós-terramoto de 1755. O Paço Real soçobrou mas o nome da praça mantém-se ainda hoje. A praça do Areeiro, também em Lisboa, cujo nome mudaram para Praça Francisco Sá Carneiro, nunca é referida com este segundo nome. E a Rua de Lisboa do nosso Mindelo é exemplo semelhante que nenhum nome de cristão ou mouro será capaz de destronar (e já lhe aplicaram vários...).

Passemos então a esta escola do nosso concurso falhado... Segundo o Zito, terá sido edificada lá pelos anos 40. Pelo aspecto, queremos acreditar que sim, observando os seus tiques construtivos próprios da época em que se queria dar foro de coisa científica a uma então designada "casa portuguesa": a forma do telhado, o tipo de telha, os telhadinhos sobre as janelas, o alpendre, etc. Curiosamente, surge-nos exteriormente apenas a designação de ESCOLA, ao contrário do nosso bem-amado Liceu Gil Eanes. ESCOLA e pronto! Talvez isso tenha contribuído para este estabelecimento de ensino ser ainda agora lembrado como "Escola Nova" ou "Escola da Praça Nova", neste caso devido à proximidade da mesma. Mas... Há sempre um mas... Acontece que a dita escola tinha nome. Só que este não aparecia na fachada. E se calhar, muito pouca gente o saberia: os professores, talvez alguma contínua, um ou outro encarregado de educação mais atento no acto das matrículas ou na hora de receber diplomas. E aí está como aqui o Djack chegou à solução! É que o rapaz fez lá o exame da 4.ª classe (tal como um anónimo ou anónima que aqui apareceu e no/a qual depositávamos tantas esperanças para o deslindar do intrincado caso). E recebeu diploma com a classificação de "Distinto". Foi então que há dias, ao ver de novo o dito documento, virando-o, redescobriu no verso o carimbo que aqui hoje mostra. Quanto ao preço, o papelinho custou três paus, o que dava na altura para comprar um monte de chuinga e sucrinha... E está assinado por um elemento da família Serradas (talvez uma senhora professora) cujo nome gostaríamos de saber.

E está tudo dito! Bem, tudo, tudo, não... Falta dissecar as ajudas: o "bonito" e o "lindo" era o "Belo". Tratava-se da Escola Central João Belo, em alusão ao nessa altura já falecido comandante João Belo (1878-1928) sobretudo notabilizado através da sua actividade em Moçambique onde esteve em várias missões, quase por três décadas. Quando se dizia que ele "não gostava de donos de gente" isso significava que teve importante acção no ataque à escravatura e aos negreiros que a ela se dedicavam, mesmo depois de a mesma ter sido proibida. Foi apoiante do Estado Novo, nos seus primórdios, tendo falecido cerca de dois anos depois do golpe que lhe deu origem.

Apesar do fiasco do concurso, fica afinal mais uma nota histórica sanvicentina e mindelense daquelas que o PRAIA DE BOTE gosta de fixar no éter da internet. Pois para isso ele serve...

10 comentários:

  1. Também eu fiz o exame da quarta classe nesta escola, mas nao dei conta do carimbo... ah ah ah!
    Um abraço Fernando

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  2. Aqui o PRAIA DE BOTE vasculha tudo, cada cantinho, cada impressão digital, cada pupu de mosca. Historiador tem estes "defeitos".

    Braça,
    Djack

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    1. O mais engraçado é que ao ler o nome o identifiquei imediatamente com a escola o que, do meu ponto de vista, significa que eu o tinha no subconsciente,,,Não dá para ganhar? :D

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  3. ahahahaha, boa! O Zito, fica como "vencedor moral" e ganha uma folha de acácia em vez do ramo.

    Braça,
    Djack

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    1. Agradeço e, já agora, se for acácia rubra, melhor...
      Mantenha
      Zito

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  4. João Belo? Eu tenho desculpa. Estudei na Vila da Assomada.

    Joman

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  5. Desculpado, desculpado!!! Nem todos puderam andar à escola no Paraíso da Cultura, ahahahahaah

    Braça,
    Djack

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  6. E de quem é a assinatura que vem junto do carimbo? Eu penso que sei. Aqui é a continuaçao do concurso numero 12. Quem descobrir ganhara o ramo. Vamos la. Força! Fernando

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  7. Muito bem pensado! Ideia aprovada. De qualquer modo, como já disse, não sei a resposta. Antes do Serradas parece estar um D. Será de Dulce?

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  8. Ciao Djack
    Frio, muito frio. Nao é um D. Poe a lupa e observa melhor. Mantenhas Fernando

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