Algures no início do século XX, a rapariguita carrega um provável irmão às costas, atado a ela à moda de São Vicente. Editado pelo "Bon Marché" do Mindelo, o postal ilustrado ainda é a preto e branco. Em inglês, a legenda refere que a jovem carregadora é uma "pequena enfermeira"... ou seja, vai a carregar um doente...
Na segunda imagem, a mesma mas colorida e igualmente legendada em inglês, o texto diz que a miúda está "a adormecer o bebé". Então, em que ficamos?... Não se pode confiar nestes publicitários...
NOTA: veja no post anterior uma foto fresquinha de Zeca Soares, da Praia de Bote.
Deixa aparecer o Val para mais claramente legendar essa foto de diasa na mundo. Parece ser la para os lados do Monte ou propriamente, Rua da Craca ou de Morguin, Antigamente e pode ser que ainda hoje, esse metode de ter as crianças as costa presas por um pano, era a melhor forma de as maes terem os filhos por perto durante as suas lides domesticas. Nada de enfermeira, segundo consta da foto colorida que nao e original.
ResponderEliminarNita Ferreira
TALVEZ PORQUE, EM INGLÊS, "TO NURSE" TAMBÉM SIGNIFICA "TOMAR CONTA DE CRIANÇAS"...
ResponderEliminarit's possible, it's possible!!!
ResponderEliminarOh Yes!!! Indeed, Mr. Zito !!! Mim "agree" teu ideia. Eu pensar como você porquê tude inglês Western chamar seu criada "nurse" antes de chamar por sua nome Maria, Néné, Pasca ou...
ResponderEliminarPenso que neste contexto "nurse" foi empregue como criada mas e as crianças devem ser irmãos. Assim a mãe ia trabalhar na casa de gente ou buscar aquela lata d'àgua ali na porta de Pelurim de Pêxe (Vascônia) ou no Madeiral ao lado do Tribunal.
Lembro-me perfeitamente de casas iguais às acima (Anita, podes contar comigo!!!) pelas bandas de Monte (tràs de Craca) e de Monte Sossego já que Rbera Bote não tinha esses declives. E se me refiro a estes lugares é que tinha familiares e/ou amigos por essas bandas e seguia o meu pai para visitinhas depois do trabalho.
Cenas destas, como as de pessoas com crianças às costas a pilar, foram fotografadas pela criança que fui e ainda moram na minha memória. Especialmente coisas de Rbera Bote onde morava o meu tio José Pereira (mais conhecido por "Burmedje" ou "Djesse Pom c'mel") o criador do bairro "Ilha da Madeira".
Aqui no Praia de Pote estou em casa e posso contar desabridamente (sem abusar) porque Monsieur Joachim não toma a cabeça deste velho: - Tio Burmedje era carpinteiro e, por vezes latoeiro; tanta fazia "frigdera" e fechaduras de porta como fabricava malas, mesas, camas e... barracas que ia vendendo. Foi assim que, com a ajuda de seus filhos (1 ou 2), fez uma, duas, três que ia vendendo, recebia encomendas... e foi assim que nasceu pouco tempo depois a "ILHA DA MADEIRA. Se ele ganhava a vida, muitos pobres passaram a ter um tecto e não dormiam ao relento.
Convém acrescentar que o terreno ocupado era, primeiramente, o que chamava de, cavocona. A Câmara, sem dar autorização, capeou a ideia e, finalmente, cada proprietàrio de barraca passou a ser o dono do terreno.
Não sei se ainda dizem Ilha da Madeira mas o certo é que ninguém fala dessa iniciativa nem da pessoa que esteve na origem do bairro. Mas... pouco me importa.
Isse era dias-há na munde. Eu devia ter uns 7, 8 anos.
O lugar parece o Monte, logo a seguir à antiga "muralha", esta possivelmente construída depois desta foto.
ResponderEliminarA desolação está aqui bem representada na paisagem física e humana, em desgraçada associação. Felizmente, as coisas evoluíram continuamente, e hoje as duas paisagens fundem-se mais harmoniosamente numa síntese que é o corolário do triunfo do homem sobre a adversidade.
Foto muito curiosa, que nos permite ter sempre presente a difícil existência humana nas ilhas em que viemos ao mundo. A caminhada prosseguirá rumo a tempos mais auspiciosos, queiram os homens decidir com acerto e coração em quanto diga respeito à sorte da nossa gente.
Uma vez mais me deliciei a ler os registos memorialísticos do Val.
O Adriano tem razao: estamos pelas bandas do Monte, Muralha. Parece-me que é a rua da estrada que vai para o aeroporto, não sei se chama Guibarra.
ResponderEliminarA fotografia miséria muita típica dos arredores/miolo de S. Vicente. É uma miséria digna, expressa na face da senhora que crrega o seu bébé.
Hoje a miséria e pobreza exitem mas tomaram formas diferentes, pois para além do material associam a uma certa crise espiritul de valores.