terça-feira, 25 de março de 2014

[0789] A antiga Casa Gaspar, no Mindelo

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Foto Joaquim Saial - 1999 (já divulgada em Praia de Bote)

Foto José Carlos Marques - 2013 (já divulgada em Praia de Bote) - Repare-se que de 1999 para 2014, para além de estar muito mais descascado, o edifício ganhou uma lata no telhado e uma parabólica.
Foto José Carlos Marques - 2013 (já divulgada em Praia de Bote)

9 comentários:

  1. Da turma dos assíduos comentadores só o Zito deve lembrar-se o que foi este edifício antes de ser do sr. Gaspar, ex-militar (furriel ou segundo sargento) que, logo após a desmobilização, comprou o edifico e, com a ajuda da corajosa esposa, trabalhou duramente para fazer um verdadeiro "bijou", deixando todos boquiabertos pelo seu engenho.
    No primeiro andar residia o proprietàrio Nhô Muxim Pinto, bravense, radicado na Ilha do Porto Grande, onde era funcionário aduaneiro.
    O rés-do-chão era o domínio de outra figura muito que morreu centenário, João da Mata Costa, o célebre Damatinha, o maior fan do clube Mindelense.
    Quando foi vendida a casa se encontrava como se vê na foto de 2013 e pouco tempo depois era uma das mais belas da cidade de Mindelo como podem calcular.

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  2. Havia num andar superior do prédio um inglês, explicador de... inglês que acho que de algum modo era familiar do Gaspar ou dos Grais, algo assim. Fui seu explicando e o quarto em que o senhor vivia (com uma pequena cozinha acoplada, se não estou em erro) era um fascínio para mim, pois as paredes estavam literalmente forradas a páginas de revistas estrangeiras com fotos da segunda guerra mundial, Jorge VI, sua filha Isabel, Churchill, navios da Armada de Sua Majestade, grandes crruzadores, talvez alguns americanos, mas também actores e actrizes, como David Niven e Alec Guinness, por exemplo, dois de quem me lembro. Fumava a sua cachimbada entre as frases com que me martelava a tola. Se mais não aprendi, não foi por culpa dele mas por passar mais tempo a olhar para aquela Inglaterra de parede que a ouvir "to be", "to have" e "to go"...

    Braça british,
    Jack (hoje escrito em inglês)

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  3. Reparem na beleza deste prédio embora precise de restauro.
    Temo que já haja especuladores a farejar o seu abate. E se protestarmos seremos acusados de ser o grupinho de sempre. Conclusão, torna-se urgente um verdadeiro trabalho de levantamento e classificação da cidade do MIndelo

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  4. Nós, em tempos, já tínhamos falado sobre esta Casa Gaspar. Mas não sei se foi no PdB ou noutro blogue.
    Em 2003, entrei na loja para comprar 2 botões que me faltavam numa camisa. Quando entrei no estabelecimento, senti um baque porque o ambiente interno era o que ainda é. Mas encontrei lá precisamente os botões que eu queria. Só precisava de 2 mas comprei meia dúzia para compor melhor o negócio, até porque nestas coisas de botões convém estar prevenido, já que não se sabe quando um vai à vida ou é esmagado no acto da lavagem. Fui atendido precisamente pelo homem presente na foto. Além dele, estava também uma mulher bastante idosa, que não sei se seria a mãe.
    Ao sair do estabelecimento, fiquei a matutar no conceito de progresso e na estandardização dos gostos e dos figurinos de vida. Naquela loja, afinal de contas, e não obstante o seu aspecto muito antiquado, encontrei o que queria, e por certo outros objectos peculiares e fora de uso lá terão lugar numa estante ou na ponta de um fio pendurado no tecto. Ou seja, quem precisar de alguma coisa, que vá à Casa Gaspar que provavelmente não sairá de mãos a abanar. O tempo foi congelado dentro da Casa Gaspar e o seu dono é um fiel e paciente guardião, pronto a atender a encomendas de todos os gostos. Em lugares destes, as pessoas da minha idade sentem um reencontro com a infância e por momentos são invadidas pela esquisita sensação de não saberem a idade que têm.
    O Val, mais uma vez abriu o grosso livro da sua portentosa memória. O Moxim Pinto deve ter mudado para Fonte Cónego, pois em 1950 a minha família se transferiu para aquela zona e aquele idoso senhor e sua família já lá estava, vizinhos no mesmo conjunto de casas, assim como o enfermeiro Manuel de Mexô e outros. Fiquei a saber onde morava o célebre Damatinha.

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  5. Sr Gaspar este outro português mindelessíssimo. Os meus brinquedos todos saiam de lá, estavam a um preço de chinês de hoje, mas eram de boa qualidade e sofisticação para época. Mas o que gostava mais era dos buscapés(estes aqui eram perigosos) e dos petardos. Deus é que protegia aquela casa pois pela altura do Natal era um autêntico paiol e os meninos que viviam praticamente na rua transformavam Mindelo no mês de Dezembro num autêntico campo de batalha com esses petardos adquiridos na casa Gaspar.
    Outro assunto parece-me que o Sr Gaspar foi o mandatário de Humberto Delgado nas eleições presidenciais em SV, mas não posso confirmar
    Boas recordações da família Gaspar da Rua da Luz e da restante que morava na rua Sa da bandeira (hoje não sei como se chama).

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  6. Também era uma Casa especializada em artigos para bicicletas...
    Na realidade foi mandatário de Humberto Delgado, cujas consequências são fáceis de adivinhar!

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  7. A população de São Vicente esta sendo servido por um "Aprendiz" da Loja Gaspar. Originário da Ilha de Santo Antão, trabalhou durante algum tempo desde muito novo na Casa Gaspar, é hoje um comerciante de sucesso, mantendo todo a forma e o aspecto da loja que o ensinou acompanhando, é claro, a evolução dos tempos fazendo dele quase que o único nesta actividade, trabalhando quase que 8 horas por dia 7 dias por semana

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  8. Esperei, mas como ninguém se lembra (ou não sabem?):
    Na porta atràs da acàcia que ali se encontra hà pelo menos 7 décadas (sim senhor !!!) era a oficina de Sapataria de Henrique Pereira o homem do cinema caboverdiano (depois do sr. Ferro da WTC).
    O seu ùnico filme, cujo titulo não me ocorre agora, foi todo trabalhado ali dentro. Afirmo isso porque na sua montagem ainda me encontrava (por poucos dias ) em S.Vicente.
    Uma curiosidade que pouco interessa: - Fui convidado pelo Franco Frusoni (que o assessorava) para dar a minha voz "porque o intérprete do padre (Reinaldo Ribeiro) não tinha dicção".
    Estou certo que qualquer dia o Praia de Bote vai trazer o assunto.
    Não duvido.

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