A passagem do gigantesco "passarom" alemão por Cabo Verde (e por São Vicente), ficou na memória colectiva da gente das ilhas cabo-verdianas. Já até aqui se mostrou um pequeno filme e outra documentação que... o documenta (ver AQUI e AQUI). Mas a ave zeppelinesca não se limitou a passar. Deixou correio. E disso aqui temos prova que interpretamos assim:
O carimbo mais antigo, de 18 de Setembro de 1931, é de Friedrichshafen, cidade alemã que fica na área do Bodensee (Lago Constança, limitado pelo Norte da Alemanha, Áustria e Suíça). Logo no dia seguinte, vemos um carimbo de São Vicente, o que revela a rapidez do aparelho. Mas em baixo há uma referência a Breslau (Woroclaw, na Polónia) e o postal destina-se a Herrn Kurt Aufheimer, em Innsbruck, na Áustria. Cabe dizer que o "Graf Zeppelin" estava a fazer a segunda viagem para a América do Sul. E aquele "bis zur inselgruppe", quer dizer "para o grupo de ilhas" (ou arquipélago).
A coisa é algo confusa para quem não está familiarizado com este tipo de "aventuras" mas quer-nos parecer que a mala postal desceu dos ares através de uma corda (assim se fazia o serviço, de facto, conforme lemos relativamente aos Açores, em caso semelhante) até São Vicente, de onde a correspondência terá sido enviada para os seus destinos, enquanto o "passarom" seguia viagem. Estávamos a cerca de dois anos da subida do louco do bigodinho ao poder.
Muito interessante este relato, Djack.
ResponderEliminarCabo Verde era uma plataforma no Médio Atlântico por onde tudo passava.
Mesmo Muito interessante. Esta pequenas coisas coladas ponta a ponta dá uma ideia da importância estratégica de S. Vicente de Cabo Verde no Atlântco Norte
ResponderEliminarDa cartola do Djack saem os coelhos mais exoticos que se possa imaginar...Este, então, é de dimensões gigantescas...
ResponderEliminarFez-me pensar no antigamente quando as freguesas do 3º andar sem elevador, mandavam da janela a cesta pela corda para as frutas, os legumes, o peixe e a fava-rica...Subia com os géneros, descia com a paga e voltava a subir com a demasia!
Exactamente! Ainda me lembro desse engenho, embora na minha infância em quase desaparecimento.
ResponderEliminarDurante muito tempo estive convencido que tinha visto o "Zupline" passar por cima do Mindelo e estive convencido disso dpor muito tempo. Agora, com a estôria do Djack comprendo que foi a imagem vista de uma fotografia que foi subtraida em casa depois da morte do patriarca.
ResponderEliminarMuito bom isto de contar coisas antigas.
Merci