Concordo com que se diga que não há comparação entre o Cabo Verde do ante e do pós independência. Quem vê fotografias de pessoas e paisagens humanas reportadas às duas épocas separadas por cerca de 4 décadas, só não o reconhecerá se quiser tapar o sol com a peneira. Mas será sempre interessante questionar se mesmo sem a independência semelhantes etapas de evolução não teriam sido atingidas, em maior ou menor grau, ou com cambiantes de desenvolvimento mais ou menos acentuados neste ou naquele sector. O mesmo é perguntar se não seria a própria dinâmica natural do progresso a determinar a evolução tout court, interessando, por exemplo, saber se Cabo Verde como região autónoma (ou periférica) do país anteriormente tido como colonizador, não viria a oferecer o mesmo quadro de evolução social e económica, tal como sucedeu com os Açores a Madeira. Questões que sempre se podem colocar, mais a mais a de saber se o estatuto do cabo-verdiano não teria sido particularmente favorecido pela simples circunstância do seu enquadramento político no espaço europeu. Alguns desconfiados por natureza (ou preconceituosos) dizem que o cabo-verdiano não seria beneficiado com o mesmo estatuto político atribuído ao açoriano ou ao madeirense, precisamente por causa da cor da pele. Mas como assim se vemos por essa Europa fora milhares e milhares de cidadãos de origem africana, árabe ou asiática? Seja como for, a História se cumpriu conforme os desígnios do movimento independentista, caucionados ou não maioritariamente, pelo povo do território. Agora não há nada a fazer, é andar para a frente, com fé e esperança de que os deuses haverão de cuidar do destino do povo das ilhas. Mas mais cuidarão se o povo tiver juízo e trabalhar para isso, e se os governantes tiverem a lucidez da boa e sensata governação.
Também concordo contigo Adriano não há comparação entre o Cabo Verde do antes e do pós independência. Mas será que existe país no Mundo em que as coisas ficaram na mesma há 40 anos? Portanto há muita leviandade nestas afirmações com quem quer desculpar alguma coisa. Levantaste bem uma questão pertinente, a da suficiência ou a insuficiência daquilo que se alcançou. Depende da métrica usada e separar a realidade da propaganda é hoje uma tarefa muito difícil senão impossível pois estamos numa período da História de Lavagem Cerebral e de re-escrita da própria História. É claro CV tinha vários itenerários e escolheu um, ninguém saberá como seriam os outros pois estes ficaram de fora do cone de luz (usando uma nomenclatura da física relativista). Agora ninguém discorda que se materialmente se progrediu, espiritualmente e civilizacionalmente a coisa é mais complicada. Este é o grande debate de Cabo Verde contemporâneo que muitos tentam atirar areia para os olhos
Concordo com que se diga que não há comparação entre o Cabo Verde do ante e do pós independência. Quem vê fotografias de pessoas e paisagens humanas reportadas às duas épocas separadas por cerca de 4 décadas, só não o reconhecerá se quiser tapar o sol com a peneira.
ResponderEliminarMas será sempre interessante questionar se mesmo sem a independência semelhantes etapas de evolução não teriam sido atingidas, em maior ou menor grau, ou com cambiantes de desenvolvimento mais ou menos acentuados neste ou naquele sector. O mesmo é perguntar se não seria a própria dinâmica natural do progresso a determinar a evolução tout court, interessando, por exemplo, saber se Cabo Verde como região autónoma (ou periférica) do país anteriormente tido como colonizador, não viria a oferecer o mesmo quadro de evolução social e económica, tal como sucedeu com os Açores a Madeira.
Questões que sempre se podem colocar, mais a mais a de saber se o estatuto do cabo-verdiano não teria sido particularmente favorecido pela simples circunstância do seu enquadramento político no espaço europeu. Alguns desconfiados por natureza (ou preconceituosos) dizem que o cabo-verdiano não seria beneficiado com o mesmo estatuto político atribuído ao açoriano ou ao madeirense, precisamente por causa da cor da pele. Mas como assim se vemos por essa Europa fora milhares e milhares de cidadãos de origem africana, árabe ou asiática?
Seja como for, a História se cumpriu conforme os desígnios do movimento independentista, caucionados ou não maioritariamente, pelo povo do território. Agora não há nada a fazer, é andar para a frente, com fé e esperança de que os deuses haverão de cuidar do destino do povo das ilhas. Mas mais cuidarão se o povo tiver juízo e trabalhar para isso, e se os governantes tiverem a lucidez da boa e sensata governação.
Também concordo contigo Adriano não há comparação entre o Cabo Verde do antes e do pós independência. Mas será que existe país no Mundo em que as coisas ficaram na mesma há 40 anos? Portanto há muita leviandade nestas afirmações com quem quer desculpar alguma coisa.
ResponderEliminarLevantaste bem uma questão pertinente, a da suficiência ou a insuficiência daquilo que se alcançou. Depende da métrica usada e separar a realidade da propaganda é hoje uma tarefa muito difícil senão impossível pois estamos numa período da História de Lavagem Cerebral e de re-escrita da própria História. É claro CV tinha vários itenerários e escolheu um, ninguém saberá como seriam os outros pois estes ficaram de fora do cone de luz (usando uma nomenclatura da física relativista).
Agora ninguém discorda que se materialmente se progrediu, espiritualmente e civilizacionalmente a coisa é mais complicada. Este é o grande debate de Cabo Verde contemporâneo que muitos tentam atirar areia para os olhos