sábado, 11 de abril de 2015

[1477] Domingo, 26 de Abril (logo a seguir ao "25"), saem em Lisboa as "Crónicas Desaforadas" de João Branco


João Branco
"(...) Devíamos transformar as dificuldades de viver numa pequena aldeia - todos os habitantes de Cabo Verde juntos não chegam para compor  uma cidade de tamanho médio num qualquer país sul-americano - em vantagens nossas. Aqui não há lugar para o anonimato, todos se conhecem, todos já tivemos algum tipo de relacionamento com praticamente todas as pessoas com quem nos cruzamos durante um dia normal.

Andamos na rua e somos cumprimentados de forma afável pelo condutor de camião que faz a recolha do lixo, pelo funcionário da CV Telecom que vem verificar uma avaria da Internet, pela senhora da mercearia Mendes & Mendes, pelo homem que vende os jornais numa cadeira de rodas na Rua de Lisboa, pelo gerente do Café Portugal, pelo polícia de trânsito  que está ali na esquina da Praça Nova, pelo engraxador da Pracinha da Igreja, pelo amigo que temos como salva-vidas na praia da Lajinha, que também toca violão e é ator nos tempos livres, por algum anónimo que nos para na rua e nos pergunta se no próximo fim-de-semana há alguma peça de teatro na cidade. (...)"

Cartaz do Praia de Bote
Cartaz oficial da editora Rosa de Porcelana
JOÃO BRANCO

Nasceu em Paris em 1968.
Vive em Cabo Verde desde 1991, na cidade do Mindelo.

Doutorando em Artes, Comunicação e Cultura, pela Universidade do Algarve.
Mestre em Artes Cénicas, especialidade Encenação, com a classificação de Muito Bom. 
Licenciado em Gestão do Património e Organizações Culturais, com a classificação de Muito Bom.

Inicia as suas atividades cénicas em 1984 com o encenador João Paulo Seara Cardoso. Em 1987 dá as suas primeiras aulas de Iniciação Teatral no Liceu Camões, a convite da Associação de Estudantes. Em 1990 encena o seu primeiro espetáculo Quem me Dera Ser Onda do escritor angolano Mário Rui, na Escola Sec. D. Maria II, em Lisboa.

Inicia em 1993 no Mindelo, o I Curso de Iniciação Teatral a convite do Centro Cultural Português (CCP), que já com catorze edições. Por eles passaram já centenas de pessoas. Funda em 1993, o Grupo de Teatro do CCP do Mindelo (GTCCPM), onde é encenador e director artístico. Neste grupo de teatro já encenou e produziu 50 espetáculos teatrais, com textos de autores cabo-verdianos, como Arménio Vieira, Germano Almeida, Caplan Neves e Mário Lúcio Sousa, ou da dramaturgia universal como Camus, Oscar Wilde, Garcia Lorca, Willian Shakespeare, Victor Hugo, Moliére, Beckett, Muller, Alfonso Castelao, entre outros.

Comemorou, em 2014, a sua 50ª encenação, com “Tempêstad”, adaptação crioula da peça origina de Shakespeare. 

É convidado, em 1994, a assumir o cargo de Responsável por todas as Atividades Artísticas do Instituto Camões – Centro Cultural Português / Pólo do Mindelo. Em 2014, assume a direção do mesmo centro cultural.

Funda em 1995 o Festival Internacional de Teatro do Mindelo - Mindelact, do qual é diretor artístico até hoje. Um festival considerado hoje o mais importante evento de teatro africano. Foi, entre 1996 e 2013, Presidente da Direção da Associação Mindelact.

É autor da mais importante obra editada sobre o teatro cabo-verdiano, “Nação Teatro – História do Teatro em Cabo Verde”, editado em 2004, pela Biblioteca Nacional de Cabo Verde. Uma obra que foi premiada pela Associação Cabo-verdiana de Escritores e considerada um marco na literatura de investigação em Cabo Verde. Faz parte, desde 2013, da Academia de Letras de Cabo Verde. Editou, pela Rosa de Porcelana, o livro "Crónicas Desaforadas", em 2015.

Autor da componente cabo-verdiana, do livro “O teatro dos Sete Povos Lusófonos”, editado pelo Centro Cultural de S. Paulo (Brasil). Coordena, em 2003, a edição do livro “10 Anos de Teatro”, referente ao historial do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo. Edição de 2003. Funda em 1997, a revista de Teatro "Mindelact - Teatro em Revista", da qual é principal responsável editorial.

Escreveu crónicas para os jornais “A Nação”, “Horizonte”, “O Cidadão”, e tem textos seus publicados no jornal “A Semana” e “Expresso”, de Portugal. Publica o texto sobre teatro em Cabo Verde no número especial da revista “Kultura”, comemorativa dos 25 anos da Independência de Cabo Verde.

Recebe, o Prémio de Mérito Teatral, em 2010 e o Prémio de Teatro de Mérito Lusófono, atribuído pela Fundação Luso Brasileira para o Desenvolvimento da Língua Portuguesa, no Recife, em 1996. Recebe em 1999, o Prémio Micadinaia de Cultura, atribuído pela Academia de Estudos Comparados de S. Vicente.

É condecorado em 2010, pela Presidência da República de Cabo Verde, com a Primeira Classe da Medalha do Vulcão, pelo contributo que vem dando à Cultura Cabo-verdiana, em geral, e à Arte Cénica, em particular, da qual é por muitos considerado o maior expoente das ilhas de Cabo Verde.

Pertence, desde Dezembro de 2014, à Academia Cabo-verdiana de Letras.

2 comentários:

  1. Para não férir pessoas muito sensiveis deixo-vos adivinhar a palavra que foi inventada por Cambronne e que é muito utilizada antes de qualquer teatro.
    Bom lançamento e muito sucesso.
    Força !!!
    Braças e mantenhas

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  2. Em poucas palavras: Grande Cidadão Mindelense!

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