sábado, 24 de outubro de 2015

[1714] Leia segunda-feira, 26 de Outubro, no "Liberal" (Cabo Verde), mais um texto de Joaquim Saial

Enredo teatral com um "deputado" por Cabo Verde pelo meio…

(...) O que de facto nos interessa aqui é ver neste entrecho que a visão de Cabo Verde existente na época da Rainha D. Maria II que da peça conseguimos extrair se baseia em lógica comercial de defesa do negócio do café e da urzela e num paternalismo etnocentrista que via os habitantes das ilhas como "pretinhos" ou "negrinhos". Digamos no entanto que a expressão "pretinhos" era mais utilizada para os habitantes da Guiné (um pretinho da Guiné) mas aqui ela veio a calhar ao anónimo autor. Augusto defendia os "constituintes da Brava", residentes na sua colónia favorita (não seria portanto de lá natural) mas aparentemente desconhecia o grande café do Fogo e ainda menos o de igual modo odorífero de Santo Antão… (excerto)

1 comentário:

  1. Isto promete, Dack... No seu livro de memórias, Adriano Moreira diz que Salazar tratava os naturais das colónias por "pretitos". Segundo Moreira, ele dizia: pronto, vamos então arranjar uns dinheiritos para os pretitos, Parece que em privado ele gostava dos diminutivos.

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