Feliz iniciativa que devemos apoiar na pedida das nossas possibilidades. Pessoalmente tenho uma mà lembrança da Câmara Municipal de S. Vicente que não me apoiou quando vendia o meu livro de produto total para as crianças da rua. Não lhes pedi qualquer ajuda material e não apoiaram a minha ideia de oferecer dinheiro a crianças necessitàdas. Miséria de miseràveis !!!
Preparava-me para comentar este post, depois de comentar os anteriores, quando o flme youtub desapareceu. Sou paciente. Vou aguardar, e da próxima lanço-lhe uma daqelas redes de pesca de nhô Antunin de Jona de Praia de Bote.
Voltei à carga. Com a ajuda da rede de pesca de nhô Antunim de Jona, consegui agarrar o filme youtub da reportagem. M'catchil… E o dono desta praia ficou boquiaberto com a parceria entre o pescador nhô Adriano e nhô Antunim, que, apesar da sua já provecta idade, ainda não deixa os seus créditos por mãos alheias. Ele ainda é do tempo dos vapores à carvão. Sem dúvida que é louvável esta e outras iniciativas que tirem os meninos da rua. Mas, mais importante ainda, é resolver/prevenir os problemas sociais/familiares que estão na origem do fenómeno. Aflige-me imenso chegar a S. Vicente e deparar com este problema. As suas causas obviamente que ninguém as ignora. É a pobreza, é a circunstância das famílias desestruturadas, mas a primeira causa, a original, a maior de todas, tem a ver com comportamentos sexuais irreflectidos, que não prevêem as suas reais consequências. Não raro, é um ser humano que se gera e fica entregue a uma precária situação de monoparentalidade. A mãe fica com os encargos e as responsabilidades, enquanto o homem os descarta, muitas vezes indo à procura de nova e inconsequente aventura amorosa. Foi assim no passado e infelizmente continua a ser assim no presente, porque, apesar da evolução dos tempos, há comportamentos e atitudes que não mudam em poucas décadas. A outra situação propiciadora dos meninos sem eira nem beira tem a ver com o controlo da natalidade, que não é levado a sério, mesmo nas famílias normais, estruturadas. As proles continuam a ser numerosas, excedendo a capacidade do seu sustento familiar. Antigamente, o fenómeno dos meninos de rua não era tão visível como actualmente porque havia os albergues que funcionavam com maior ou menos eficácia. Por outro lado, porque esses tempos eram de regime político autoritário, era mais fácil impor e fazer cumprir certas medidas. Hoje, não será bem assim, e os próprios meninos de rua interiorizam uma irrestrita noção de liberdade, convencendo-se de que ninguém pode interferir com o seu direito à vagabundagem e à mendicidade nas ruas. Por conseguinte, este é um problema que só pode ser resolvido com o concurso e a convergência de medidas de vária ordem, umas preventivas e outras correctivas. A aposta na informação e no contínuo esclarecimento tem de ocupar lugar central nos meios de comunicação. E as instituições sociais têm muita trabalho pela frente.
Obrigado, Djack. Estamos todos empenhados em dizer alguma coisa que seja útil para a nossa terra. Seria bom que houvesse mais participantes. No meu comentário, quis escrever "maior ou menor eficácia" e saiu "....menos eficácia". Sorry, como se diz à moda mindelense.
Este problema é muito mais delicado do que aparenta ser. De facto, alem das questões relacionados com "desestruturação" familiar e de ausência de medidas de prevenção por parte do Estado, existe um outro que não se pode negligenciar, que é a própria natureza biológica do indivíduo. Existem pessoas que ao que parece, vieram ao mundo não para resolverem, mas sim, para criarem problemas. Conheço pessoas oriundos de famílias humildes, que tinham tudo para ser delinquentes, no entanto conseguiram dar o volta e serem bons filhos, bons pais e maridos; da mesma forma existem situações também inversas, ou seja bons pais com filhos "delinquentes"
Creio que os casos gerais foram bem analisados pelo Adriano. Este é para mim o maior drama e a maior tragédia social de Cabo Verde: Crianças na rua e de rua, completamente entregues a si próprias. Sem qualquer orientação e sem sentido de família. Enquanto não houver uma explicitação política e civil (em conjunto) para atacar este magno problema; vamos continuar a ter em alta -aqui em Cabo Verde - e infelizmente, a pobreza, a delinquência, o analfabetismo e todo o cortejo de maleitas sociais a isso correlatas. Falta a presença e a influência da família: pai e mãe.
Assino por baixo todos os comentários. Eu acrescentaria mais: esta situação social e económica de S. Vicente devia fazer corar encolher muitos pseudo-revolucionários que entraram nesta ilha com discursos de arrachar. 40 anos passados a situação dos meninos de rua piorou, pois como diz e bem o Adriano, nem o reaccionário Albergo existe hoje. A ilha de S. Vicente precisa de uma espécie de Plano Marchal para revitalizar a economia e corrigir a pobreza endémica que grassa nas zonas periféricas. JF Lopes
Feliz iniciativa que devemos apoiar na pedida das nossas possibilidades.
ResponderEliminarPessoalmente tenho uma mà lembrança da Câmara Municipal de S. Vicente que não me apoiou quando vendia o meu livro de produto total para as crianças da rua. Não lhes pedi qualquer ajuda material e não apoiaram a minha ideia de oferecer dinheiro a crianças necessitàdas.
Miséria de miseràveis !!!
Preparava-me para comentar este post, depois de comentar os anteriores, quando o flme youtub desapareceu. Sou paciente. Vou aguardar, e da próxima lanço-lhe uma daqelas redes de pesca de nhô Antunin de Jona de Praia de Bote.
ResponderEliminarVoltei à carga. Com a ajuda da rede de pesca de nhô Antunim de Jona, consegui agarrar o filme youtub da reportagem. M'catchil… E o dono desta praia ficou boquiaberto com a parceria entre o pescador nhô Adriano e nhô Antunim, que, apesar da sua já provecta idade, ainda não deixa os seus créditos por mãos alheias. Ele ainda é do tempo dos vapores à carvão.
ResponderEliminarSem dúvida que é louvável esta e outras iniciativas que tirem os meninos da rua. Mas, mais importante ainda, é resolver/prevenir os problemas sociais/familiares que estão na origem do fenómeno. Aflige-me imenso chegar a S. Vicente e deparar com este problema. As suas causas obviamente que ninguém as ignora. É a pobreza, é a circunstância das famílias desestruturadas, mas a primeira causa, a original, a maior de todas, tem a ver com comportamentos sexuais irreflectidos, que não prevêem as suas reais consequências. Não raro, é um ser humano que se gera e fica entregue a uma precária situação de monoparentalidade. A mãe fica com os encargos e as responsabilidades, enquanto o homem os descarta, muitas vezes indo à procura de nova e inconsequente aventura amorosa. Foi assim no passado e infelizmente continua a ser assim no presente, porque, apesar da evolução dos tempos, há comportamentos e atitudes que não mudam em poucas décadas.
A outra situação propiciadora dos meninos sem eira nem beira tem a ver com o controlo da natalidade, que não é levado a sério, mesmo nas famílias normais, estruturadas. As proles continuam a ser numerosas, excedendo a capacidade do seu sustento familiar.
Antigamente, o fenómeno dos meninos de rua não era tão visível como actualmente porque havia os albergues que funcionavam com maior ou menos eficácia. Por outro lado, porque esses tempos eram de regime político autoritário, era mais fácil impor e fazer cumprir certas medidas. Hoje, não será bem assim, e os próprios meninos de rua interiorizam uma irrestrita noção de liberdade, convencendo-se de que ninguém pode interferir com o seu direito à vagabundagem e à mendicidade nas ruas.
Por conseguinte, este é um problema que só pode ser resolvido com o concurso e a convergência de medidas de vária ordem, umas preventivas e outras correctivas. A aposta na informação e no contínuo esclarecimento tem de ocupar lugar central nos meios de comunicação. E as instituições sociais têm muita trabalho pela frente.
Excelente reflexão e boa escrita, como sempre. Assim te lesse quem te devia ler...
EliminarBraça
Djack
Obrigado, Djack. Estamos todos empenhados em dizer alguma coisa que seja útil para a nossa terra. Seria bom que houvesse mais participantes.
EliminarNo meu comentário, quis escrever "maior ou menor eficácia" e saiu "....menos eficácia". Sorry, como se diz à moda mindelense.
Este problema é muito mais delicado do que aparenta ser.
EliminarDe facto, alem das questões relacionados com "desestruturação" familiar e de ausência de medidas de prevenção por parte do Estado, existe um outro que não se pode negligenciar, que é a própria natureza biológica do indivíduo. Existem pessoas que ao que parece, vieram ao mundo não para resolverem, mas sim, para criarem problemas. Conheço pessoas oriundos de famílias humildes, que tinham tudo para ser delinquentes, no entanto conseguiram dar o volta e serem bons filhos, bons pais e maridos; da mesma forma existem situações também inversas, ou seja bons pais com filhos "delinquentes"
Creio que os casos gerais foram bem analisados pelo Adriano. Este é para mim o maior drama e a maior tragédia social de Cabo Verde: Crianças na rua e de rua, completamente entregues a si próprias. Sem qualquer orientação e sem sentido de família. Enquanto não houver uma explicitação política e civil (em conjunto) para atacar este magno problema; vamos continuar a ter em alta -aqui em Cabo Verde - e infelizmente, a pobreza, a delinquência, o analfabetismo e todo o cortejo de maleitas sociais a isso correlatas. Falta a presença e a influência da família: pai e mãe.
ResponderEliminarAssino por baixo todos os comentários. Eu acrescentaria mais: esta situação social e económica de S. Vicente devia fazer corar encolher muitos pseudo-revolucionários que entraram nesta ilha com discursos de arrachar. 40 anos passados a situação dos meninos de rua piorou, pois como diz e bem o Adriano, nem o reaccionário Albergo existe hoje. A ilha de S. Vicente precisa de uma espécie de Plano Marchal para revitalizar a economia e corrigir a pobreza endémica que grassa nas zonas periféricas. JF Lopes
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