domingo, 12 de fevereiro de 2017

[2860] José "Zito" Azevedo, português de nascimento e cabo-verdiano e mindelense pelo coração, faleceu hoje, pelas 10h00

Nestes casos, as palavras devem ser poucas, mas sentidas.

Morreu o nosso amigo e colega bloguista Zito Azevedo. Muito nos ensinou (ou relembrou) sobre Cabo Verde, terra para sempre amada, apesar das patifarias que alguns dos filhos menores das ilhas lhe fizeram. Deixa imensas saudades, bem como o seu Arrozcatum, parceiro do Pd'B de mais de meia década. Um braça d'ratchá osse para ele, nesta viagem sem retorno, desejando-lhe que lá onde ele estiver se possam ouvir mornas e coladeras e se comam boas cachupas e, obviamente... arrozcatum. Um grande viva ao Zito, dito do alto do Monte Cara: VIVA O ZITO, SEMPRE!!! 

Praia de Bote encerra até ao próximo domingo, em homenagem ao amigo desaparecido.

Juntamos um poema de Baltasar Lopes / Osvaldo Alcântara que fomos buscar à última página do n.º 9 de Claridade, último da revista, adequado ao dia.

Foto Joaquim Saial - Largo de São Domingos, Lisboa, 11.Julho.2016
Foto Joaquim Saial - Restaurante da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, 11.Julho.2016

12 comentários:

  1. "Eu não pude evitar o teu sofrimento
    quando as dores te partiam o coração
    mas pude chorar contigo
    e receber os pedaços
    pensando poder-te aliviar.

    Eu não pude trazer soluções
    para todos os problemas da tua vida,
    nem tive respostas
    para as tuas dùvidas e medos,
    mas pude ouvir
    e comparilhà-los contigo".

    REQUIESCAT IN PACE

    (o texto é uma adaptação)

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  2. Fomos colegas do Radio Club Mindelo nos principios dos anos sessenta. O pai era o técnico da nossa radio. E viemos nos reencontrar, mais tarde, à volta do seu blogue, onde participei com varios artigos. Sofria da dor exilio, da sua abusiva expulsão de Cabo Verde, uma terra que ele considerava ser sua pois ali cresceu, casou-se com uma patricia e onde nasceu os seus fiho. Como todos queria democracia e menos centralismo do Estado em Cabo Verde. Por isso, por obras valerosas, se foi da lei da morte libertando (Camôes)

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  3. É com muita mágoa que acabo de saber que o amigo Zito Azevedo animador do blogue Arrozcatum já não se encontra entre nós.
    'Mnin de Soncente' um grande amigo de Mindelo, de S. Vicente e de Cabo Verde. Zito partilhava comigo algo especial a Rua da Moeda em S. Vicente onde morou até ser expulso 'manu-militari' em 1977 de Cabo Verde.
    Zito foi um grande animador da Rádio Barlavento e da Rádio Clube e a sua voz ecoava por todo Cabo Verde até essas rádios terem sido caladas pelo destino e a arbitrariedade.
    É uma perda inestimável para os amigos que giravam em torno do seu blogue Arrozcatum (não pode haver nome mais mindelenses para um blogue que este) e que ele acolhia a todos com muito carinho.
    No meio de toda a censura ele acolhia com muita abertura os nosso textos de opinião assim como sugestões de headline.
    A mágoa que carregou toda a sua vida é que a justiça às injustiças que sofreu nunca lhe tenha sido feita. Mas a contribuição, à sua maneira, para que essa justiça aconteça um dia foi dada, e ela será feita um dia, se Deus quizer, para ele e todos os outros. ViVa Zito Eternamente
    RIP

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  4. Li com emoção o texto homenagem que o Joaquim Djack aqui "postou" em louvor e saudade do nosso Zito. Que Deus o receba e os anjos o transportem com amorável cuidado. À família e aos amigos as sentidas condolências.

    P.S. Creio que a fotografia foi feita no nosso almoço de 11 de Julho de 2016, na Baixa lisboeta.

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    1. Exactamente, cara amiga Ondina. Foi dia memorável, primeira e última vez que estivemos todos juntos: a Ondina, que na altura estava perto, o Valdemar que veio propositadamente de Tours, o Adriano e a Carmo que vieram também de propósito de Tomar e de Coimbra e finalmente eu e o Zito, que estávamos mais próximos. Encontro na Pastelaria Suíça, onde bebemos o gin-tonic do gosto do Zito (e meu) e almoço na Sociedade Histórica da Independência de Portugal, bem comido e bem regado com vinho alentejano Insólito, da Casa Agrícola Alexandre Relvas, do Redondo, um 13,5 muito agradável. E rematámos com uma ginjinha, como não podia deixar de ser, dado o lugar em que estávamos, no Rossio.

      Grande dia, irrepetível, agora que falta o Zito, mas repetível em nova versão de todos nós que ficámos, com um brinde final ao nosso amigo, logo que nos encontremos em novo almoço.

      Isto, não falando das consequências palatais de um atum enlatado oferecido a ambos pela Ondina.

      Braça de "Viva o Zito!"
      Djack

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    2. Louvemos a Onda benéfica que "provocou" esse memoràvel encontro
      que estava para ser "um dia" que todos esperàvamos.
      Não se esqueçam que estamos bem avançados nos "entas" e que devemmos aproveitar (ou mesmo provocar) as boas ocasiões.

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  5. Despedida... momento de separação
    da lágrima, muitas vezes do conflito entre
    a alegria e a tristeza
    Se não houve despedida, a saudade com
    certeza teria que mudar de nome...
    Não há saudade sem despedida...
    e nem despedida sem saudade.

    F. Pessoa

    Até sempre Amigo.

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  6. Amigos, este é daqueles momentos dolorosos que nos deixam sem palavras para exprimir o que vai na alma. Era já previsível este desfecho, mas quando chega a hora fatal o impacto é sempre cruciante. O blogue ARROZCATUM teve o condão de criar e cristalizar uma boa e sã amizade entre os seus mais dilectos correspondentes. O Zito foi o centro de tudo isso, o importante pilar dessa construção humana, cativando-nos com a elevação do seu espírito, a pureza dos seus princípios e a sua permanente e voluntária adesão às boas causas. O seu sentimento tanto era suscitado pelos problemas de Cabo Verde como pelos de Portugal e do mundo inteiro. Era um homem do mundo, sem fronteiras para abrir e partilhar o seu coração. Neste havia, contudo, um cantinho especial onde a nossa ilha de S. Vicente se resguardava com carinho e incontida saudade. O Zito era mais cabo-verdiano do que muitos que lá nasceram, entendendo-se como "cabo-verdiano" esse interesse e preocupação constantes, orlados de emoção, pela terra onde cresceu, onde estudou, onde viveu a sua juventude e onde se ligou à mulher dos seus sonhos, uma bravense.
    Resta-nos a esperança de que alguém da família dê continuidade ao blogue, para assim continuarmos em sintonia espiritual com o Amigo que nos deixou.
    Aguardarei informação sobre o funeral, no qual estarei presente.

    Um muito sentido abraço de solidária condolência à viúva, Maiúca, aos filhos, aos irmãos, à família em geral e aos amigos bloguistas e não só.


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  7. Daqui junto-me a todos e ouço mornas para minimizar a saudade deste que nunca vi ao vivo, mas vive em meu coração e mente.
    Meninos da turma de Zito, não me abandonem!

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    1. "Os amigos dos nossos amigos são nossos amigos." E, estarei nomeadamente, na hora em que o coração sangra pela perda de um dos nossos que esteve sempre presente.
      Força !!!

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  8. Depois de dois dias fora e acabada de chegar a casa, deparo-me com esta triste notícia. E constato ainda que estou em total contramão, pois acabada de chegar de Lisboa, fiquei impedida de ir ao funeral, que está a decorrer neste momento... Resta-me juntar-me a todos que acompanham este momento à distância. Dirijo também as minhas condolências à família.

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    1. Só uma nota: No dia do inesquecível almoço lisboeta, a Carmo não veio de Coimbra mas sim de Évora, facto que relembrei hoje em conversa com o Adriano, em Queluz.

      Braça eborense,
      Djack

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