Como prometido, aqui estão as sete páginas originais (24-30) do n.º 9 de "Claridade" (Dezembro.1960), a que Pd'B teve acesso directo, onde Corsino Fortes escreve por "cunha" do seu professor Baltasar Lopes / Osvaldo Alcântara. Boa e sábia cunha esta, que nos revela um poeta de excelente estirpe, como se confirmou depois e sempre. Assim se documenta como morreu ABC Corantes e nasceu um bardo claridoso
in extremis. Quanto à estranha segunda parte do pseudónimo juvenil de CF, ela tem a ver com nada mais que o seu nome: CORsino ANtónio forTES...
Belo, belo! Não me lembro de ter ouvido falar do ABC Corantes, mas a culpa da ignorância ou do esquecimento é exclusivamente minha.
ResponderEliminarAinda ontem, ao responder a um mail sobre o actual imbróglio linguístico cabo-verdiano (os alunos não acertam com o português por causa do crioulo?), perguntei o que mudou nos últimos 40 anos para isso acontecer. E então citei cabo-verdianos, como o Corsino, que falavam correntemente o crioulo em casa e nas ruas, e no entanto foram, e são, artistas da língua de Camões.
Por que não comentou mais ninguém?
ResponderEliminarApoiado Adriano. Exprimiste o pensamento de todos, pelo que não vale acrescentar algo.
ResponderEliminarTem razão de ser o teu reparo, Djack. Desencoraja meter posts e muito pouca gente comentar.Muito pouca gente, mesmo. E este post tinha pano para manga.
ResponderEliminarLamento só agora poder navegar um pouco pelos portos de abrigo de meu pai... a minha homenagem ao autor de tão belos recortes poéticos, que confesso, na minha "pueril" ignorância, desconhecia! e agradecendo ao Djack, o facto de os ter recolocado a luz do dia!
ResponderEliminarPaulo Azevedo
tentarei estar atento!
O Corsino, filho de Nhô Cagarra de Wilson, , nasceu no Monte Sossego e cresceu entre a Craca e a Rua de Morguino. Um verdadeiro self-made man pois antes de fazer os estudos liceais e universitarios foi trabalhador na Companhia ingleza Cory'brothers onde era ferreiro. Este pseudonimo de ABDCorantes, foi criado ainda nos tempos em que frequentava as aulas (de segundo e depois quinto ano do Liceu) em casa do poeta João Vario (João Manuel Varela) e que mais tarde teve grande influência em Portugal na sua formaçao literaria, permitindo aprofundar os seus conhecimentos literarios. Corsino Fortes era também um grande dançarino e gostava de vestir à brasileira. Era famoso nos bailes do Castilho ponde possuia muitas admiradores. Tinha jeito para o futebol mas foi no ténis que ele se revelou no Grméio Recreativo Castilho. Conhecedor profundo da realidade Mindelense desde os tempos aureos de carvão a sua poesia traz as tripas do nosso sofrimento interno tanto no plano social como cultural e do nosso exilio que em varios momentos testemunhou a sua admiraçao. Apaixonado pelo morna que infuencia os seus textos raros sao os seus poemas que foram musicados. Corsino de Cagarra como era conhecido pelos amigos e vizinhos marcou a nossa historia como exemplo de coragem e de muita dignidade. Tem ua estatua em Sao Vicente, infelismente num sitio que ele nao gostaria de estar, pois menino de Monte de Sossego com longa passagem pela Craca e Rua de Morguino e apaixonado pela Praça Estrela, talvez seria ali o lugar indicado para a colocaçao desta estatua; Ainta é tempo que essa estatua volte para os lugares proximos do coraçao do Corsino Fortes.
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