Luxemburgo, 11 de Julho de 2017
Senhor Presidente da Câmara dos Deputados do Luxemburgo, Mars de Bartolomeo
Senhora Secretária Geral da Francofonia, Michaëlle Jean
Senhor Presidente da Assembleia Geral da Francofonia, Aubin Minaku
Senhores Presidentes dos Parlamentos Nacionais
Caros colegas parlamentares
Caros jovens parlamentares
Caros participantes desta Assembleia
Minhas senhoras e meus senhores
Constitui motivo de orgulho para mim e para a Assembleia Nacional de Cabo Verde que aqui tenho a honra em representar, participar nesta 43ª Sessão da Assembleia Parlamentar da Francofonia, que coincide justamente com os 50 anos da criação da APF no Grão Ducado do Luxemburgo.
Confesso-vos, que nos sentimos em casa. Luxemburgo tem sido casa de milhares de cabo-verdianos, há já varias décadas, têm tido uma adequada integração nesta comunidade, com impactos positivos na contribuição que têm dado no processo de desenvolvimento do nosso país.
Somos um país diaspórico. Temos cerca de 550 mil habitantes a residir em nove das dez ilhas do nosso arquipélago, mas temos ainda, aproximadamente o dobro a residir em várias paragens do mundo, como Estados Unidos da América, Brasil, Argentina, Senegal, Costa do Marfim, Angola ou São Tomé e Príncipe e no continente europeu temos significativas e importantes comunidades aqui no Luxemburgo, Alemanha, Suécia, Noruega, Reino Unido, Suíça, Holanda, França, Bélgica, Itália, Espanha e Portugal.
Fomos e continuamos a ser um país aberto ao mundo. Temos mais de 500 anos de história, feita de sacrifícios e esperanças. Hoje, malgrado as naturais vicissitudes de um país insular e de parcos recursos naturais, somos uma referência em África e no mundo a nível da boa governação e do desenvolvimento humano.
Somos um Estado soberano de Direito Democrático desde 1991, com uma Constituição moderna, com estabilidade social e política, alternância de poder, poder local próximo das populações, indicadores apreciáveis de educação e saúde, comprometido com a equidade e igualdade de género e com a segurança e paz mundiais.
Não obstante, séculos de dominação e de desesperança, lutámos sempre para a preservação da nossa identidade cultural, atitude evidenciada por várias gerações de cabo-verdianos, que fizeram sempre questão de afirmar a cabo-verdianidade.
Somos um povo que resultou do cruzamento e confluência de várias culturas, que hoje enforma o nosso mosaico identitário. Mais do que qualquer outra coisa somos acima de tudo cabo-verdianos.
Falamos a nossa língua materna, o crioulo, veículo de comunicação da maioria da população, convivendo naturalmente com a língua oficial, o português. Foi através das mornas escritas por ilustres escritores e poetas crioulos, que a nossa diva Cesária Évora encantou os franceses e milhares de apreciadores em todo o mundo e sobretudo junto de países francófonos.
Mas, o que estará aqui a fazer um país lusófono?
Cabo Verde tem orgulho do seu passado. Um passado de abertura às civilizações, ao diálogo e interculturalidade. Temos relações históricas indestrutíveis com países que fazem parte do espaço da Francofonia, seja na Europa como em África, onde fazemos parte da organização política regional, a CEDEAO, com forte presença de países francófonos e, onde Cabo Verde reafirma crescentemente a sua vontade de integração política, económica, social e cultural.
Desde muito cedo, a Língua Francesa, fez parte do currículo escolar das nossas crianças e adolescentes, que sempre mostraram interesse, abertura e sensibilidade para com a língua e cultura francesas.
O espaço da Francofonia, pelas suas caraterísticas especiais, cujos membros estão espalhados por todos os continentes, tem todas as condições históricas e geoestratégicas, para se afirmar cada vez mais como um espaço de diálogo e convivência intercultural, de promoção da solidariedade, da tolerância, do respeito e da integração das minorias e de promoção da paz mundial.
Após vários anos de alguma ausência nas sessões da Assembleia Parlamentar da Francofonia, reafirmamos a nossa firme vontade em relançar a nossa participação, com sentido de pertença e de responsabilidade, perante os ingentes desafios, que temos que enfrentar em comum. Aliás, muitos dos problemas que hoje enfrentamos à escala global, derivam da ausência dos valores civilizacionais como a tolerância, o diálogo intercultural e a solidariedade.
Participámos, muito recentemente, no Reino dos Marrocos na 25ª Assembleia Regional da Francofonia, donde saiu a feliz decisão da realização da 26ª APF-África, em Cabo Verde, onde teremos o imenso prazer em receber as delegações dos nossos países irmãos francófonos. Irmãos pela história, irmãos pela cultura e irmãos pelos desígnios comuns.
Muito obrigado pela vossa atenção.
Muito obrigado pela vossa atenção.
Foi preciso abrir o PdB para tomar conhecimento do que sucedeu e do discurso do santantonense Jorge Santos. Não vi isso em nenhum periodico da região.
ResponderEliminarBdB marcando pontos
Braça d' "agardecimente"
Praia de Bote tem um submarino nuclear na Cidade Velha que lhe diz tudo que se passa no Universo.... cabo-verdiano.
EliminarBraça com periscópio,
Djack
Foi um bom discurso, com peso e medida. Mas sobre a alternância democrática em CV o que ele diz é um autêntico logro. Os dois paridos do arco do poder são farinha do mesmo saco.
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