Mais um livro de Manuel Lopes, com dedicatória ao jornalista, ensaísta e crítico literário Álvaro Salema - que só o abriu até à página 33 de 96... A este propósito, ver também post 3133, AQUI.
Ora sendo Manuel Lopes um dos clássicos da literatura cabo-verdiana e um dos nossos preferidos, aqui deixamos dois poemas deste interessantíssimo livro, mais a capa e a dedicatória.
Edição de autor, imagine-se como ele ficou brabo quando viu as gralhas que lá vêm... Ao ponto de colar uma tirinha de papel escrita à máquina no início do livro, com o aviso que abaixo se pode ver.
Ora sendo Manuel Lopes um dos clássicos da literatura cabo-verdiana e um dos nossos preferidos, aqui deixamos dois poemas deste interessantíssimo livro, mais a capa e a dedicatória.
Edição de autor, imagine-se como ele ficou brabo quando viu as gralhas que lá vêm... Ao ponto de colar uma tirinha de papel escrita à máquina no início do livro, com o aviso que abaixo se pode ver.
Cais
p. 9
Nunca parti deste cais
e tenho o mundo na mão!
Para mim nunca é demais
responder sim
cinquenta vezes a cada não.
Por cada barco que e negou
cinquenta partem por mim
e o mar é plano e o céu azul sempre que vou!
Mundo pequeno para quem ficou…
Crioulo
P. 55
Há em ti a chama que arde com inquietação
e o lume íntimo, escondido, dos restolhos
- que é o calor que tem mais duração.
A terra onde nasceste deu-te a coragem e a resignação.
Deu-te a fome nas estiagens dolorosas.
Deu-te a dor para que nela
sofrendo, fosses mais humano.
Deu-te a provar da sua taça o agri-doce da compreensão,
e a humildade que nasce do desengano…
E deu-te esta esperança desenganada
em cada um dos dias que virão
e esta alegria guardada
para a manhã esperada
em vão…
Saudades do Praia de Bote.
ResponderEliminarVoltarei brevemente.
Braça e mantenha.
O príncipe de Tours é sempre bem-vindo. Praia de Bote tem estado mais ou menos parado mas agora com o quase final da tarefa de escrita que nos tem ocupado regressámos em força, com Manuel Lopes e Wynton Marsalis que interpreta o "nosso" Horace Silver.
EliminarBraça literária e musical,
Djack
Lê-se esta poesia claridosa com inteira satisfação e uma nostalgia que nos recoloca no epicentro do psicodrama cabo-verdiano. Ressente-se a agrura da solidão e ao mesmo tempo a sensação de que existe um horizonte que é pertença de quem sonha.
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