sábado, 2 de setembro de 2017

[3146] Depois da boa notícia do post anterior, agora o reverso da medalha

Praia de Bote ficou agoniado com esta notícia, nomeadamente, por motivos óbvios, com a parte referente à cabo-verdiana Lurdes Tavares que reside neste concelho de Almada e aos obstáculos que lhe têm sido impostos para se integrar como cidadã de país irmão no Portugal "padrasto" onde quer viver e trabalhar.
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Foto Orlando Almeida

4 comentários:

  1. A insensibilidade cria monstro. Fui emigrante sem papel e fui-o com documento. Na altura (e no lugar) não me foi tão difícil oficializar a estadia mas antes sofri as muitas das dificuldades que se me apresentaram. Mais tarde vi-me na pele de quem deve defender mas nem todos têm o mínimo de possibilidades para ser socorrido dentro dos parâmetros oficiais.
    Que dilema? Querer e não poder, nomeadamente quando a lei não é igual para todos e alguns menos merecedores saiam airosamente..
    Que a bela e, de certo, corajosa conterrânea possa sair do "soc d'sampé" em que se encontra.

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  2. Até hoje eu me pergunto porque; Tive tudo para emigrar, bons tempos anos 60, origem de família pobre com dificuldades de sobrevivência, filho sem Pai mas com responsabilidade para sustento da mãe e duas irmãs nível de baixo de escolaridade e profissional. Apesar de encontrar apoio para emigrar recusei, e hoje não estou arrependido.

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    1. Nunca poderemos saber o que é melhor para nós, se não tomarmos decisões que podem alterar as nossas vidas. Há pessoas que arriscam a emigração e saem-se bem, muitas chegam a enriquecer e a ter futuros brilhantes; outras, nunca saem da cepa torta.
      Na minha família, falavam-me de um casal de primos nossos de Lisboa que foram para o Brasil, aí por meados dos anos 50. Em Lisboa ele era taxista e acho que em São Pulo também. Nunca tiveram uma vida fácil e que eu saiba nunca mais regressaram a Portugal, por não terem dinheiro para as passagens. Mas quantos outros por lá ficaram ricos, com negócios de padarias e pastelarias? Lembro até os "brasileiros" que no século XIX vinham passar os últimos anos à terra onde se tornavam políticos/caciques locais e construíam grandes mansões hoje chamadas "casa de brasileiro" (ver por exemplo "A Morgadinha dos Canaviais", de Júlio Dinis entre outras obras que focam o assunto). Nunca se sabe, a vida é o que é. Mas é verdade que ficando no nosso canto (mesmo não sendo ele grande coisa como lugar de sobrevivência), muitas vezes nós conseguimos ter uma existência bem sabim.

      Braça migratória,
      Djack

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  3. Dói ler o drama de quem sai da sua terra à procura de trabalho honesto. A vida é bastante dura para muitas criaturas.
    A mensagem do Marcos Soares é significativa e deve ser tida em boa consideração. Muito falta à nossa terra para criar as condições mínimas para a sobrevivência do seu povo. Mas ela tinha mesmo necessidade de optar, há mais de 40 anos, para seguir sozinha e com os seus botões pela vereda do destino?

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