No Pd'B vamos quase sempre mais longe do que aquilo que se vê à primeira vista. Daí que tenhamos ido à caça da empresa suiça de relojoaria F. Witschi Fils que acabámos por encontrar. Era pois em La Chaux-de-Fonds que o Sr. Vicente António Rodrigues se abastecia de peças necessárias às suas reparações. Neste AQUI, aqui está ela e até uma foto da sua fachada AQUI. Alguém sabe dizer mais alguma coisa sobre esta figura comercial do Mindelo de quem aqui mostramos um envelope de 1970?
Desse cidadão, bem conhecido na praça, muitos podem falar concretamente mas, infelizmente, proferem a invisibilidade, deixando perder ocasiões para se homenagear (ou fazer uma justiça), que não deve ficar na oralidade - costume ancestral - que é o mesmo que condenar factos ao desaparecimento total, irremediàvel.
ResponderEliminarAssim, vou começar, dizendo antes de tudo que nunca fomos de outra relação que aquela da nossa encantadora cidade onde "tude gente ta conchê tude gente": "Bom dia, bo tarde".
Se não me trai a memória, antes de ser o dono e senhor do estaminé, Vicente da Reparadora, como era (é e será) conhecido, começou como ajudante de Bebé Feijoo (irmão da Livia, esposa do Celso Leão), num pequeno ateliié na Rua Senador Vera-Cruz. Como refere a alcunha, ali (se) reparava tudo, desde máquinas de costura, kitson... tudo quanto era maquinaria, nomeadamente relógios.
Até eu deixar a minha cidade, Vicente era o exemplo do menino "buldonhe" que dava o exemplo que - em principio - tudo se repara, tudo deve ser aproveitado.
Para o Vicente digo que, ganhando a sua vida, era um defensor da Ecologia.
Como tudo na vida, se nasceu, ... morreu.
ResponderEliminarNão o Sr. Vicente, que apesar da idade ainda está de pé. A sua "Reparadora" é que está fechada por falta de profissionais uma vez que ele já não consegue. Pudera, com o desenvolvimento das tecnológico, quem não acompanha tende a ficar para trás e "Desaparecer". É por isso que por estas bandas existe uma geração de profissionais e profissões em vias de extinção não tanto pela idade, e a actividade em si, mas por existir hoje outros métodos de formação profissional nem sempre o mais adequado a nossa realidade, o que é discutível.
Conheci e conheço muito bem o senhor Vicente. Grande amigo do meu tio materno Carlos Soulé, o senhor Vicente é o padrinho da sua primeira filha. Em 1912, tendo tido um pequeno problema no meu relógio de pulso, fui ao seu estabelecimento e resolveu-me prontamente o problema. Não quis receber, alegando que foi insignificante o trabalho que teve. Mas fiquei desconfiado de que foi por saber que sou sobrinho do seu amigo.
ResponderEliminarEm 2002 e 2003, anos em que revisitei a Cabo Verde, ele fazia ao princípio da noite, autênticos footings na Praça Nova. Dava inúmeras voltas à praça em passo bem acelerado, aparentando boa forma física. Fui informado de que no ano passado ele estava bastante doente e praticamente não saía de casa. Deus o conserve vivo por mais alguns bons anos! Para mim é uma figura típica do nosso Mindelo.