quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

[3520] Comemoração dos sete anos do Pd'B (18) - No dia do 7.º aniversário do Pd'B, recebemos uma oferta muito especial

Praia de Bote agradece vivamente ao Zeca Soares esta maravilhosa prenda (texto que se segue a este nosso e fotografia), vinda de um tempo perdido "nas brumas da memória", que nos diz muito a nós, mnine de escola de Lombo e alunos de D. Maria do Rosário Brito (falecida há dois ou três anos), Mariazinha Brito (para mim) ou Rosarinha Brito (para ele). Quanto à escola do Lombo, mais uma vez tive sorte, pois ela era frequentada sobretudo por miúdos pobres da periferia, muito mais divertidos e sabedores da vida, tal como acontecia com os da Praia de Bote. Digamos que no Mindelo, tirando a "Universidade" Gil Eanes eu fui sempre mais do meio popular que da élite. 

Curioso, curioso, é que fui à procura da D. Mariazinha Brito no Mindelo em 1999, acabei por ser confundido como aluno de outra D. Mariazinha (esta Lima), de quem me tornei amigo (aquele café na sua casa da Rua Ferreira Fortes, num pátio cheio de flores, foi dos melhores que já bebi) e que era amiga da outra D. Mariazinha (a minha), ambas de Santo Antão. 

A stóra é longa (até mete uma aluna de uma familiar minha que casou com um filho da minha professora de Português do 1.º ano do Gil, D. Biá, que era parente de D. Mariazinha Brito), mas remato assim: a D. Mariazinha Brito, afinal, morou a cerca de 200 ou 300 metros de mim, aqui em Almada, nunca nos encontrámos durante muitos anos e depois de saber o seu endereço acabei por ir lá a casa, que frequentei mais vezes, sobretudo na época do Natal onde ia para lhe levar bombons. 

O final, o final mesmo, é que um dia levei a D. Mariazinha Lima (que estava em Portugal a tratar de uns assuntos de saúde) a casa da D. Mariazinha Brito e estivemos uma tarde na conversa os três, elas sem se verem há décadas e fartamo-nos de comer pastéis de nata que lhe levei de oferta… 

Ó Zeca, com este historial todo na minha vida, como posso não gostar de Cabo Verde? Um grande, grande abraço para ti e que vivas muitos mais anos, pois és uma enciclopédia que o Mindelo deve preservar.

A escola da Rua do Sol, na zona do Lombo, da dona Rosarinha de Brito, professora da 4ª classe do ensino primário

Esta é à entrada da rua na zona do Lombo em Mindelo que o menino traquino Djack, da Praia de Bote, percorria para chegar à escola que ficava lá em cima (hoje Hospital Batista de Sousa), quando estudava a 4.ª classe.

Sabe-se que ele passava longas horas em conversa amena com Gregorio Gonçalves, o (Ti Goy) que morava ali mesmo a entrada da rua, acerca das suas composições musicais, nomeadamente coladeiras, marchas populares e não só, pois o Djack estaria a pensar em aprender tocar violão antes de regressar a Portugal. Também naquele ano de 1964 estava entusiasmado porque queria participar no desfile de carnaval no grupo Reciativo Cultural Lombianinha de que Ti Goy era presidente, vestindo de "Guerreiro Lusitano".

O porquê não se sabe, mas desse desfile carnavalesco o Djack guarda como recordação apenas as fotos do bloco Flor Azul tirado na Praça Nova na rua da casa do Dr. Anibal.

Naquele ano, a competição entre aqueles dois grupos carnavalescos foi renhida, mas o juri atribuiu o primeiro lugar ao Flor Azul, tendo-se na sequência gerado alguma confusão com briga entre os "Guerreiros Lusitanos" e "Mosquiteiros" do Flor Azul, por causa da classificação, pois os lombianos consideraram terem sido roubados.

O que o Djack adorava era um pires daquele grão/garão com sabor especial que Nha Liza Manobra vendia no seu botequim, situado na mesma rua,  sem contar com aquela caneca de chá d’india quente com sanduix lá por volta da meia noite na saída de estreia no cinema d’Tuta.

Outra figura que também vivia naquela rua cujas casas foram destruídas era a Ilina de Nicla diminutivo do empresário Anacleto Cabral que foi proprietário da ainda padaria junto à pracinha da igreja. 

Nas traseiras da escola, havia um largo onde nas horas de recreio se jogava a bola.

Um abraço pelo 7º aniversário, e longa vida ao blogue Praia de Bote. 

2 comentários:

  1. Que dizer mais do que Recordar é Viver.
    Mas louvo os que se lembram dos belos factos e que os trazem para lembranças (uns) e conhecimentos (muitos). Isto, quando impera a "riola" e a violência (tanto verbal como fisica), é... ouro que apreciam, especialmente, os idosos que lutam contra o esquecimento.
    Que PdB e seus colaboradores (jà agora os comentadores) vivam o màximo para nos deliciarem.
    Hip, hip, hip !!!
    Hurrraaa !!!

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  2. Boa iniciativa tiveste, Marco Soares. Boas recordações proporcionaste ao Djack.

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