Recebi hoje a triste notícia, através do amigo comum Zeca Soares. Virgílio de Pina era antigo marinheiro da Capitania dos Portos (na versão "Torre de Belém") e depois, segundo creio, ainda chegou a polícia marítimo, já no novo edifício do Comando Naval. Funcionário exemplar, o meu pai estimava-o muito, pois era quem melhor conhecia as suas qualidades de homem de autoridade do porto e da baía, visto que lidou com ele diariamente durante três anos.
Na sua casa, que visitei em anos mais recentes, atrás da porta da rua, lá estava a sua mota e o saco com tacos de golfe de que era praticante entusiasta. Ó Virgil, bô naquel brown... E, nesses dias, levou-me ao 18-2-8 visitar os túmulos da família Serradas, dos Vera-Cruz, de Baltasar Lopes e de Frank Cavaquim... Mas não foram só tristezas, pois também bebemos umas belas cervejas no Café Lisboa...
Quando o Virgílio vinha a Lisboa, por assuntos de saúde, seus e da esposa, eu convidava-o sempre para uma almoçarada. A última foi no Palácio da Independência, no Largo de São Domingos, perto do Rossio, um dos locais onde gosto de levar os amigos cabo-verdianos que vêm a Lisboa e se encontram comigo. Estava com a esposa e demos os três uma volta pela baixa, mostrando-lhes eu, com vagar, parte do coração da capital. Aqui ficam algumas imagens desse dia 22 de Julho de 2014 em que o vi pela última vez e a saudade de mais um amigo natural das ilhas amadas que partiu. Um braça, Virgil, até sempre.
Junto ao edifício sede do antigo Banco Nacional Ultramarino, hoje Museu do Design e da Moda (então já em obras), ao lado do brasão colonial de Cabo Verde. |
No pátio do Palácio da Independência, esperando pelo almoço. |
Com a esposa, na Rua das Portas de Santo Antão. No Coliseu, em breve tocariam os cabo-verdianos Ferro e Gaita |
Não tenho ideia desse senhor em cuja cara se vê bondade. Era gente doutrora, gente respeitadora daquela educação que pouco ou nada se vê.
ResponderEliminarSe se pode analizar uma pessoa à primeira vista, digo que a sua cara transmite serenidade e convite a diàlogo.
Paz à sua alma !
Aos seus Familiares bem como aos Amigos que sentem, igualmente, a sua perda apresento as minhas sentidas condolências.
Ainda garoto nas minhas idas ao campo pelado da Fontinha, conheci o Senhor Virgílio jogando no Grémio Sportivo Castilho. Jogava sempre, se não me engano, com o numero 11, era muito veloz e impunha respeito aos seus adversários.
ResponderEliminarTornamos muito próximos quando comecei a visitar o blogue Praia de Bote depois do conhecimento virtual do Djack Saial e que conversamos sobre as histórias da Baía e do Praia de Bote, ao qual falava com muito entusiasmo. Segundo o próprio me disse, era natural da ilha Brava veio para São Vicente ainda criança onde também cumpriu o serviço militar obrigatório. Era casado, Pai duma dezena e meia de filhos.
Os meus sentidos pesamos a família enlutada e o grande Amigo Joaquim Saial.
ResponderEliminarUm Abraço sentido de Zeca Soares
Exactamente, era bravense. Uma vez, rimo-nos muito, quando ele me disse que em São Vicente tinha um irmão que estava sempre dentro de água. Era o "Carvalho" do Firrim que fora feito na sua ilha natal.
ResponderEliminarBraça de amizade e saudade do nosso Virgil.
Djack
Não conheci ou então não me lembro da pessoa deste conterrâneo.
ResponderEliminarPaz à sua alma!
A sua numerosa descendência vai certamente honrar a sua memória.
Fiquei agora a saber que o Carvalho foi construído na Brava. Ilha pequenina mas com know how, sim senhor.
Também não o conheci mas tenho a lembrança recente de, em Setembro último, ter sido portador duma oferta do Joaquim Saial, amigo comum, para o seu amigo Virgílio, entregue ao Zeca Soares, com quem partilhámos (eu e a minha cara metade) bons momentos no Mindelo. Foi triste saber por ele que o Virgílio, destinatário da oferta do Saial, já estava bastante doente, e informar o Saial do estado do seu amigo.
ResponderEliminarDecorrido tão pouco tempo, a notícia do seu falecimento também me surpreendeu. Sem o conhecer, e sabendo que era pessoa estimada, quero manifestar o meu pesar à sua família pela perda dum ente querido, cuja memória se manterá bem viva.