Os discursos são como são. Uns bons, outros maus, outros assim-assim. Ora o Pd'B esteve a cerca de três metros dos primeiros-ministros de Portugal e de Cabo Verde e não só os ouviu com atenção como sentiu o pulsar das centenas de cabo-verdianos que ali estavam e podemos dizer que não só os discursos (de improviso, note-se) como a reacção dos ouvintes foram BONS. Podia até dizer MUITO BONS, mesmo. Não só por António Costa ter dito que Lisboa é a 11.ª ilha cabo-verdiana como por Ulisses Correia e Silva ter invocado sem subserviências a história comum e ter acentuado que essa história é sentida e estimada oficialmente (para além da mais natural que os dois povos nutrem). E viu-se, na alma das pessoas mais populares que ali estavam, as batucadeiras que animaram a festa (para além de Lura e do seu grupo) como elas abraçaram os dois homens de estado. Sim, sim, houve escravidão, houve malfeitorias por parte dos portugueses, sim, todos o sabemos, mas o que de bom eles deixaram nas ilhas supera todos os males que possamos ir buscar aos livros ou arquivos da História. E é isso que devemos valorizar. O resto são cantigas... perdão, mornas...
A propósito de mornas, lembremos que Ulisses ofereceu um cavaquinho a Marcelo Rebelo de Sousa, outro ao Presidente da Assembleia da República e um terceiro a António Costa. Quando o fez a este, na Estufa Fria, disse que a oferta não era inocente e que a mesma tinha lugar no âmbito do desejo de Cabo Verde ver a morna elevada a património imaterial da UNESCO. Desejo esse que se estende a Portugal, obviamente. Imaginem, o fado, o cante alentejano e a morna juntos... com uma cachupa e um cozido à portuguesa para ajudar ao deleite...
Bravo, Djack. Belo texto. Acompanhei este acontecimento na televisão.
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