segunda-feira, 15 de julho de 2019

[4263] Um sopre de diazá!...

Era lá para o quinto mês de 1964, o soprador da foto fazia 11 anos e havia festa em sua casa, no Mindelo, com muita miudagem por ali aos saltos, como seria de esperar, embora na imagem (depois revelada na Foto Melo) só se veja o apagador e velas. 

Mais interessante será espiolhar o que está para além daquela janela por onde entra uma claridade (e se reflecte outra) de meio de tarde. A dita era a segunda a contar do plurim d'pêxe (ela e ele ainda hoje existem). Nessa terça-feira já tinha cessado o barulho ensurdecedor das latas de água que as mulheres costumavam encher durante toda a manhã na Ferro & Cia. que ficava do outro lado da rua. Também cessara o ruído das vozes de outras que vendiam peixe e hortaliça na esquina da companhia e na oposta, junto ao botequim do Faustino, hoje de Boca de Tubarão. 

Talvez por ali estivesse a passar algum pliça a caminho da staçom, talvez estivesse a regressar algum operário das instalações da Shell, em fim de jornada de trabalho... Certamente, algum peixe estaria já a chegar do mar, para as vendas do dia seguinte... Mas ainda não o esgoto aéreo que só começava por volta das 9 horas...

Ó que tempos, ó que tempos!...

Foto de 1999. Lá está a janela, junto à qual passa um homem com um saco branco na mão.

2 comentários:

  1. Estas recordações ficam para sempre, Djack. Naquela idade, tudo se grava mais fundo na alma. Quero crer que este edifício foi completamente restaurado depois da data em que foi colhida esta foto.

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  2. O Djack foi marcado pela Praia de Bote tornando-se "um menino da ponta da paraia" no bom sentido não o pejorativo. Aha ah ah

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