terça-feira, 9 de março de 2021

[4788] À venda na Amazon, livro escrito pela nossa amiga cabo-verdiana radicada no Brasil, Maria Helena Sato "O Médico Africano" (ainda em versão digital e para breve em papel). Prefácio da também nossa amiga Simone Caputo Gomes, estudiosa brasileira da literatura cabo-verdiana











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Um excerto:

Em O Médico Africano, esculpem-se formas globais da identidade do emigrante. Que fio do destino une a brasileira Iracema, a francesa Adélie e o jovem dinamarquês Karl? No perímetro dos sonhos de cada um, volteiam gaivotas-das-asas-negras, apontando para as tépidas águas atlânticas que banham, em secreto recolhimento, o arquipélago de Cabo Verde.


Enquanto se dão as revelações necessárias que levam ao desfecho da história, as águas verdes do mar são reavivadas pela presença de uma biblioteca de livros impressos. Será um museu? Ou, simplesmente, uma narrativa que cedeu lugar à tecnologia vibrante dos livros digitais e de outros dispositivos da comunicação? Vale a pena conhecer a Casa de Papel. Ali, apesar de todos os avanços científicos do final do segundo milênio, discute-se ainda o caminho da criação poética, consagrando a sua universalidade e atemporalidade.

Desse modo, o arquipélago situado no Atlântico se integra à semântica do mundo, enquanto o olhar cosmopolita de São Paulo, de Paris e de Copenhague resgatam origens e unificam a vida de quem um dia partiu para o estrangeiro em busca de trabalho.

É nesse contexto mágico e de aventuras que presenciamos a cena a seguir:

As férias terminavam. A biblioteca da Ilha de Santiago não perdia o encanto com o qual se apresentara inicialmente aos olhos de Karl: a textura do papel, que dava materialidade às histórias; as cores das capas, esbatidas, desprovidas do atraente brilho e das cores de uma tela eletrônica, mas também repletas de vida própria, ocupando um espaço real nas estantes...


Essa disponibilidade constante dos volumes ali guardados não era um repouso, antes, permanente prontidão, um estar a serviço, de sentinela, para compartilhar com eventuais leitores inúmeras narrativas, vidas, passagens. Por outro lado, também se faziam respeitar – pois guardavam silêncios, em merecido descanso, após as inúmeras aventuras que um dia haviam presenciado e repetidamente, de cor, podiam contar...

1 comentário:

  1. Silêncios e fantasias, o regresso ao sonho e à fantasia, com ingredientes que nos devem levar de regresso à fábula e ao fantástico. Estou bastante curiosa, Helena Sato. Vamos esperar? Boa sorte. Sucesso, amiga.

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