Estou inteiramente de acordo com o Antero de Matos, tanto que comecei a ler a notícia e se me aflorou logo este pensamento - de pouco ou nada serve criar mais um cargo ou subestrutura - antes de, já no fim, deparar com a observação do ex-cemfa. Penso que o problema é preocupante e não haverá forma fácil, sequer possível, de se resolver, com maior ou menor expressão, dado que, na verdade, se prende indiscutivelmente com causas sociais. No resolver estas com um mínimo de eficácia é que está o busílis da questão, tão profundas e complexas são. Têm a ver com a pobreza endémica, com a falta de emprego para os jovens e, fundamentalmente, com as magras esperanças no futuro. Isto é grave e dilacera os anseios dos que, como eu, gostariam de ver outros vislumbres de felicidade para o povo das ilhas. Sim, de todas as ilhas, porque, embora os sintomas se centrem com mais visibilidade na ilha mais populosa, isto não significa que nas restantes ilhas se deva descurar uma contínua auscultação dos seus sinais. Nos tempos do regime ditatorial de partido único, os problemas deste jaez eram ocultos ou sufocados, ou despoletados, pela vigilância das chamadas "milícias populares". Mas não, creio que os cabo-verdianos, tal como eu, preferem a liberdade, mesmo que com o estômago a dar horas de vez em quando. Não há nada mais sagrado para o ser humano que a liberdade. É o alimento mais precioso da nossa curta e precária existência.
Estou inteiramente de acordo com o Antero de Matos, tanto que comecei a ler a notícia e se me aflorou logo este pensamento - de pouco ou nada serve criar mais um cargo ou subestrutura - antes de, já no fim, deparar com a observação do ex-cemfa.
ResponderEliminarPenso que o problema é preocupante e não haverá forma fácil, sequer possível, de se resolver, com maior ou menor expressão, dado que, na verdade, se prende indiscutivelmente com causas sociais. No resolver estas com um mínimo de eficácia é que está o busílis da questão, tão profundas e complexas são. Têm a ver com a pobreza endémica, com a falta de emprego para os jovens e, fundamentalmente, com as magras esperanças no futuro. Isto é grave e dilacera os anseios dos que, como eu, gostariam de ver outros vislumbres de felicidade para o povo das ilhas. Sim, de todas as ilhas, porque, embora os sintomas se centrem com mais visibilidade na ilha mais populosa, isto não significa que nas restantes ilhas se deva descurar uma contínua auscultação dos seus sinais.
Nos tempos do regime ditatorial de partido único, os problemas deste jaez eram ocultos ou sufocados, ou despoletados, pela vigilância das chamadas "milícias populares". Mas não, creio que os cabo-verdianos, tal como eu, preferem a liberdade, mesmo que com o estômago a dar horas de vez em quando. Não há nada mais sagrado para o ser humano que a liberdade. É o alimento mais precioso da nossa curta e precária existência.