domingo, 5 de setembro de 2021

[5315] Filipe de Bragança, único membro da família real portuguesa que pisou solo de Cabo Verde (2 - ver posts anteriores)

1 comentário:

  1. Creio que à data não havia em Cabo Verde um sentimento perceptível de animosidade ao regime monárquico ou de adesão à causa republicana. Aliás, a sorte das ilhas não veria qualquer melhoria com a República. E quando se fala de colonialismo, com tendência para alguns associarem, erradamente, o colonialismo ao Salazarismo, é preciso lembrar que este regime foi mantido inteiramente pelo regime republicano, sem que se notasse qualquer diferença.
    E quanto à adesão ou não à causa republicana, refiro um caso que merece ser dito. Viriato Gomes da Fonseca foi um oficial do exército natural de Cabo Verde, nascido em S. Antão, por sinal amigo da minha bisavó materna, como me contou uma tia minha há muitos anos. Viriato prestou serviço em Cabo Verde como oficial (posto de tenente) e mais tarde em funções civis (director de obras públicas), já como capitão ou major. Chegou ao posto de coronel e já depois de passar à reforma foi promovido a general, assim como outros coronéis na mesma situação.
    Foi um grande orador e parlamentar.
    Isto tudo só para dizer que ele terá sido um monárquico convicto, tanto que, sendo virtuoso executante de harpa e guitarra, era convidado (jovem ainda) a participar em tertúlias com o Infante D. Afonso e D. Carlos, que o estimavam e lhe franqueavam as portas do Paço. Consta que a rainha D. Amélia lhe ofereceu um violino. No entanto, quando foi implantada a República, estando colocado em Cabo Verde, proferiu um vigoroso e empolgante discurso, na câmara municipal, de adesão ao novo regime. Falo do que li em imprensa da época. É caso para dizer: grande vira-casaca!

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