terça-feira, 7 de setembro de 2021

[5323] (Cabo Verde - Guiné) Era Dezembro de 1939

5 comentários:

  1. Afinal, ao que parece sonho de Amílcar Cabral e do PAIGC deve ter sido inspirado nestes exemplos.

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    1. Guiné e Cabo Verde, ora andam de braço dado, ora dão um soco um no outro. Mais ou menos como Portugal e Espanha.

      Braça sem soco,
      Djack

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    2. O Zeca observa bem, ou com alguma pertinência. Mas é preciso ver que esta medida era um presente envenenado para os cabo-verdianos porque assim se tornavam os verdadeiros "colonizadores", porque mais próximos e mais a jeito, do território guineense. Pois, o Amílcar Cabral foi na onda, convencendo-se de que os guerrilheiros guineenses aceitariam de bom grado e sem problemas a liderança cabo-verdiana do processo de "luta de libertação" dos dois territórios. O resultado é o que se conhece. A rejeição dos cabo-verdianos era uma realidade e só o receio da repressão a disfarçava. O assassinato do líder Amílcar demonstrou-o em toda a linha. E, mais tarde, a rotura da unidade política, em 1977, foi a machadada final. Na verdade, os guineenses viam nos cabo-verdianos os verdadeiros "colonialistas" do seu "chão". É intrigante que o Amílcar Cabral não tenha ponderado nesta realidade ao conceber a sua estratégia. Talvez tenha admitido que o tempo se encarregaria de esbater a memória do ressentimento que os guineenses acalentavam desde épocas recuadas.

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    3. Adriano, pensei em acrescentar algo mais, mas fiquei apenas por aquele parágrafo.
      Isto tem muito que se diga na nossa relação com o Continente, sobretudo agora que se pretende "Intensificar" a política de integração Africana. Este pequena texto, como outros, pesquisados pelo Djack e publicados aqui, são de extrema importância. Não basta só querer, é preciso algo mais.

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  2. Zeca, é claro que só de relance podem ser aqui abordados certos temas.
    Cabo Verde pode intensificar a sua integração na CEDEAO, mas o que não deve é abdicar da sua identidade. Aliás, será mais considerado pelos parceiros africanos se se mantiver exactamente como é: um povo ilhéu e de vocação atlântica; um povo cristão e de cultura ocidental. Se tentasse "africanizar-se", seria mais um dos outros e não seria levado a sério.
    O próprio Amílcar Cabral terá pensado que uma vantagem da unidade entre Cabo verde e a Guiné seria a possibilidade de os cabo-verdianos contribuírem para a melhoria do nível cultural e social dos guineenses. isto tinha tanto de utopia como de insensatez, como a realidade acabou por demonstrar. Os guineenses querem ser guineenses e os cabo-verdianos querem ser cabo-verdianos. Percebe-se que a doutrina marxista-leninista propugnada pelo líder preconizava que uma política autoritária e de uniformização social tornariam real o sonho. Mas tanto era utópico o sonho como a viabilidade de sucesso da doutrina marxista-leninista.

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