É bem desenvolvida a descrição que o Caetano Alberto faz do arquipélago de Cabo Verde, nesta revista de nome O Ocidente. Mas no aspecto geográfico cometeu uma gafe ao afirmar que o arquipélago fica "próximo da linha do equador". Deve ter feito confusão com o de S. Tomé. Também errou, ou foi impreciso, ao afirmar que a ilha de Santiago "é a mais importante por seu comércio, mercê da grande produção agrícola do distrito". Falar de "grande produção agrícola do distrito" e associar esta circunstância à pujança do comércio em Santiago é uma falha de conhecimento inexplicável. Porque a produção agrícola em Cabo Verde foi sempre deficitária e oscilante conforme as chuvas. Além disso, a ilha de S. Vicente, por ser à data a única industrializada, e mercê da exploração do seu porto, era a verdadeira plataforma do comércio do território e era a que mais contribuía para o orçamento da província. Porém, o articulista denunciou, e muito bem, o descaso dos governos relativamente ao conveniente apetrechamento do Porto Grande e para que pudesse rivalizar com o de Dakar, ao contrário do que fizeram os franceses. Ora, no tempo do Estado Novo, de Salazar, a censura não lhe permitiria o reparo.
É bem desenvolvida a descrição que o Caetano Alberto faz do arquipélago de Cabo Verde, nesta revista de nome O Ocidente. Mas no aspecto geográfico cometeu uma gafe ao afirmar que o arquipélago fica "próximo da linha do equador". Deve ter feito confusão com o de S. Tomé.
ResponderEliminarTambém errou, ou foi impreciso, ao afirmar que a ilha de Santiago "é a mais importante por seu comércio, mercê da grande produção agrícola do distrito". Falar de "grande produção agrícola do distrito" e associar esta circunstância à pujança do comércio em Santiago é uma falha de conhecimento inexplicável. Porque a produção agrícola em Cabo Verde foi sempre deficitária e oscilante conforme as chuvas. Além disso, a ilha de S. Vicente, por ser à data a única industrializada, e mercê da exploração do seu porto, era a verdadeira plataforma do comércio do território e era a que mais contribuía para o orçamento da província.
Porém, o articulista denunciou, e muito bem, o descaso dos governos relativamente ao conveniente apetrechamento do Porto Grande e para que pudesse rivalizar com o de Dakar, ao contrário do que fizeram os franceses. Ora, no tempo do Estado Novo, de Salazar, a censura não lhe permitiria o reparo.