sexta-feira, 17 de setembro de 2021

[5378] Maria Alice canta "Bia", morna de B. Léza

4 comentários:

  1. Isto, sim, é morna de verdade. Por acaso, é das minhas preferidas, pelo que se calhar vou repetir a sua audição ao longo da tarde de hoje. Não é de admirar que eu assim a considere se o seu criador é o imortal B. Leza, poeta, músico e compositor. Nada do que B. Leza criou foi vulgar, como muito do que, infelizmente, por aí surgiu de alguns imitadores que só prejudicam o prestígio da morna.
    Esta cantora tem uma belíssima voz, uma voz que entra na alma do ouvinte e faz vibrar as suas cordas sensíveis.
    Esta morna é a pensar numa “Bia” e cada um a formata e idealiza conforme o seu sentimento. Mas direi que a minha “Bia” transcende a condição de ente para ser mar, areia e estrela em vibração sensível. A toada musical composta por B. Leza sugere-me o espraiar lento e amoroso da onda do mar na areia duma praia solitária. Morar “perto di mar” abre o coração para todas as sintonias com a natureza. Se as estrelas são ainda mais numerosas que os grãos de areia de todas as praias, conforme alguém disse, então o amor mora no infinito e é intemporal. Só que morar “perto di mar”, “na esse silêncio, longe di boca desse mundo” ajuda-nos a trazer o amor para bem perto de nós, descodificado e sentido em todo o frémito dos seus impulsos, com a simples visão de cada onda que vai e vem.

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  2. E conforme suspeitei e refiro no meu comentário anterior, passei a tarde a ouvir esta e outras mornas, daquelas que me encantam. Por sinal, ouvi esta morna Bia na voz de duas outras cantoras. Uma delas é portuguesa de Lisboa, é cantora, e chama-se Sant'Ana. Bela voz, pronúncia perfeita do crioulo da letra, arriscando a que se pense que é crioula das ilhas. É jovem e bonita, e, segundo li na legenda do youtube, adora as mornas. Outra foi a Cesária Évora, a diva. Sem desprimor para a
    Maria Alice, a morna Bia ganha na voz da Cesária uma suave tonalidade e filigranas de outro que só estão ao alcance da diva.
    Também ouvi "Tanha", "Noite de Mindelo", "Miss Perfumado", "Fruto Proibido", "Maria Barba", "Mar Azul", entre outras mais.
    Um dos comentadores, português de nascimento, parecendo-me pessoa jovem, comentou assim: "Que sons sublimes!. Se há um povo gémeo do meu é o povo cabo-verdiano. Não hei-de morrer sem ir conhecer as ilhas".

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    1. Como muito bem sabemos, esse comentador tem toda a razão. Nós os dois ganhamos-lhe, porque conhecemos as ilhas.

      Braça cabo-verdiana,
      Djack

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    2. Filigranas de "ouro". Arre... as gralhas...

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