domingo, 19 de setembro de 2021

[5384] Praia de Bote oferece dois bilhetes no "Marion L. Conrad", de Soncente para a Mérca: um, ao marujo frustrado Adriano Lima (e pastilhas para o enjoo); outro, ao vice-cônsul Valdemar que irá como grumete

Veja-se o percurso da coisa: o anúncio saído num jornal de Cabo Verde em Março de 1932 e depois o anúncio num jornal americano de língua portuguesa, em Julho do mesmo ano. Nesse meio tempo, o apelido do capitão passou de Almada (o verdadeiro) para Almeida (falso). Repare-se também na boa rede de representantes da empresa nas ilhas. E atente-se naquele "muito veleiro"... No segundo caso, o nome do navio também levou com a ablação do "L."... Quem conta um conto, aumenta-lhe (ou troca-lhe, ou trunca-lhe) um ponto...



Sobre o capton Júlio Almada, ver biografia no blogue amigo "Esquina do Tempo", AQUI

Júlio Almada, foto "Esquina do Tempo"

O marujo Adriano, dez minutos depois de embarcar












Garçon de cabine Valdemar, en formation intensive dans le jardin de sa résidence, à l'aide du kit de navigation acheté au Centre E. Leclerc de Tours.

3 comentários:

  1. Djack, os que nascem nas ilhas ficam fatalmente enamorados do mar. Foi o caso do valoroso capitão Almada e foi (e continua a ser) o meu caso. Não fora o caso de o estômago me ter dado nega em duas viagens marítimas iniciáticas na minha meninice, eu bem poderia ter sido um marinheiro, talvez não da estirpe do Almada, mas alguém que nunca se sentiria enjoado com a sua convivência diária. Por isso tens toda a razão em glosar a minha inapetência fisiológica para ter o mar como companheiro dilecto e constante, se bem que é possível que com o hábito pudesse ter superado o problema, conforme me disse um camarada da marinha de guerra.
    O Val está magnífico no seu posto, ao leme do veleiro. Mas não sei se ele terá tido o mesmo anseio marinheiro que eu, embora possa ter ensaiado alguma peça de teatro como “capton” de um falucho das nossas ilhas.
    Quanto ao capitão Almada, rendo-lhe a minha homenagem pela sua extraordinária carreira como homem do mar e como ser humano sensível e solidário com os que sofrem

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    1. Há os que nascem nas ilhas e os que vêm ao mundo longe delas, mas depois vão morar para junto do rio e ainda por cima acabam por passar três anos na melhor ilha do mundo... (um ca ta mstê dzê sê nome). Fora essa, já estive em mais 11 (três em território africano e as outras em terreno europeu), o que dá a dúzia certa.

      Braça com água por todos os lados,
      Djack

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  2. Marinheiro... de àgua doce.
    Imaginem que este "cuptom", promovido, praticamente pouco sabe nadar por culpa do patriarca que tinha medo que fosse sozinho à Lajinha (perto de casa).
    Dos Capitães, lembro-me do Capitão Tiginha que, antes do tomar o pequeno almoço ia à Pontinha para "ver" e sentir o cheiro do mar. O extraordinário é que o nosso Homem do Mar (jà) estava atingido pela cegueira.
    Mnis,
    O quadro mais triste que guardarei pela vida fora é a chegada das crianças famélicas que chegavam de S.Nicolau, graças aos senhores capitães Junzim Baltazar e Almada. Duro, duro, para uma criança de sete anos.
    Recordações nem sempre alegres mas que nos ajudam a avaliar o peso da vida.

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