Esta é mais fácil. Eu reconheci a maioria dos presentes, aqui num almoço com sopa e dois pratos, enquadrados pela foto de calendário de uma bela pin-up. Falta o Dr. Teixeira de Sousa, que nesta altura estaria fora da ilha, talvez no Fogo. Vamos numerá-los de 1 a 10, da esquerda para a direita.
Não conheço o 5. Alguém me disse que o 6 era um jovem oficial metropolitano do Exército, que passou por São Vicente e se tornou amigo destas grandes figuras mindelenses (não tem nada a ver com o Manuel Ferreira). Também não sei quem é o 8. Conheci pessoalmente o 2, o 4 e o 7. Por incrível que pareça, não tenho qualquer memória do 10 (com muita pena minha, aliás). Quanto ao local, alguém me referiu que é o restaurante da pensão "Chave de Ouro" (?)
Agora, é convosco!
Djack, também não estou a ver quem é o 5. O 8 posso adiantar que é o Dr. Júlio Monteiro, administrador do concelho de S. Vicente. O 9 é o Dr. Rosinha, advogado. Aliás é a mesma pessoa que está na foto da recepção ao PR Craveiro Lopes (post mais atrás) e que o Djack admitiu tratar-se do Dr. Baltasar. Eu no meu comentário disse que ou seria o Dr. Rosinha (advogado) ou ou Dr. Gregório Chantre (Chantrão), mas agora confirmo ser o Dr. Rosinha. Quanto ao 10, creio que o Djack está a brincar, pois sei que conhece, pelo menos por foto, o nhô Roque (Dr. Aurélio Gonçalves). Mas devo dizer que o 3 não estou a ver quem é, pelo que o Djack me dirá, uma vez que o reconhece.
ResponderEliminar3 - Vou revelar o nome deste, embora muita gente o conheça. Esperando não estar a ser traído por alguma parecença excessiva, trata-se do Dr. Bento Benoliel Levy, licenciado em Direito e deputado por Cabo Verde em Lisboa, em duas legislaturas. Fundou o Rádio Clube de Cabo Verde, o Boletim Cultural e Informativo de Cabo Verde e o jornal Arquipélago. Teve vários cargos na administração de Cabo Verde, antes da independência.
Eliminar5 - Pois, veremos o que dizem outros comentadores, nomeadamente a "enciclopédia viva".
(continua)
8 - Nunca tinha visto imagem do Dr. Júlio Monteiro, cuja notável biografia já conhecia. Aqui esta ela, copiada do site do Dr. Barros Brito: Natural do Mindelo, ilha de S. Vicente, faleceu em 1979 em Portugal. Estudou no Liceu Infante D. Henrique do Mindelo. Formou-se em Direito pela Universidade de Lisboa em 1933? e em Ciências Oscilais pela antiga Escola Superior Colonial. De regresso a Cabo Verde, exerceu, durante anos, advocacia na Comarca de Sotavento e foi secretário da Câmara Municipal da Praia. Em 1952 foi nomeado administrador do concelho de S. Vicente onde, exerceu durante oito anos, "uma acção social persistente que modificou em larga medida a vida da população do Mindelo." (Cabo Verde Boletim n. ° 124, Jan/960, pág. 22). Sempre atento à vida cultural da sua cidade natal participou na Mesa redonda sobre o homem cabo-verdiano, realizado em 1956, por iniciativa do professor Almerindo Lessa. Deixou o lugar em 1960, por ter sido transferido para Angola como Intendente Administrativo em 30 de Julho de 1959. Foi delegado do governo português às reuniões da O.I.T. e da C.C.T.A. e fez parte da delegação representativa de Portugal à Assembleia Geral da O.N.U. • Em Angola exerceu as funções de Encarregado do Governo do distrito de Malange e, em 1961, foi nomeado governador do mesmo distrito. Neste ano começou a Guerra de Independência de Angola (Guerra Colonial ou do Ultramar) e, na Baixa do Malange, Júlio Monteiro pôde ver o lado mais bárbaro do colonialismo, desde um administrador que matou à pancada um angolano - e ao qual ele instaurou um processo por homicídio, - até à destruição das lavras (culturas) dos nativos pêlos proprietários agrícolas europeus a fim de apressar a apanha de algodão. Impressionado com o que viu escreveu um livro em que relata estes factos e que intitulou "Baixa do Desespero", livro este que, infelizmente, não chegou ou não pode publicar. • O professor português Orlando Ribeiro, que foi condiscípulo de Monteiro, transcreve estes factos no seu livro "A colonização de Angola e o seu fracasso", faz-lhe um sentido elogio e lamenta não ter convivido com ele mais tempo. • Desde os seus tempos de estudante que ficou ligando à imprensa. Em Lisboa, ainda estudante de Direito, colaborou activamente na A Mocidade Africana de que foi primeiro editor e depois director e onde defendeu o homem negro na linha do pensamento de Marcus Garvey. De regresso à sua terra colaborou nos periódicos Notícias de Cabo Verde, Cabo Verde - Boletim de Propaganda e Informação de que foi um dos mais assíduos colaboradores; no português Portugal Colonial, etc. • Publicou: Lições da cadeira de Administração Colonial, (co-autor Paulo Roque da Silveira, com base nos apontamentos das aulas do Dr. J. Gonçalves de Santa-Rita, ao curso de 1931-32), Famalicão, Portugal, 1933, (296 p.); Cabo Verde, ilhas adjacentes, Praia, Minerva de Cabo Verde, 1942; O valor de uma "confissão", Praia, Minerva de Cabo Verde, 1945; Os rebelados da ilha de Santiago de Cabo Verde, Praia, I. de Santiago, 1974, ed. do Centro de Estudos de Cabo Verde, impresso em Lisboa, 240 p. Escreveu ainda "Baixa do Desespero" que ficou manuscrita.
Eliminar(continua)
9 - O Dr. Rosinha, cujo nome não sabia, surge em imensas fotografias de cerimónias oficiais e não só. Juntei agora a cara com o nome.
Eliminar10 - Não estou nada a brincar. Nos meus tempos de Mindelo e sobretudo de Gil Eanes, nunca fixei esta elevada personagem, com a qual de certeza me cruzei centenas de vezes. Há coisas assim. Para mim, só começou a existir há uns 30 anos (vá lá, que ainda fui a tempo).
Na foto relativa ao PR Craveiro Lopes reconheci o Dr. Julinho Monteiro, filho de sanicolaenses. A pessoa que està entre ele e Nhô Roque não é Dr. Rosinha de quem ouvia falar em S.Vicente e para onde foi só depois da morte do pai (Nhô Djêdje da Rosa, bravense e aduaneiro). Por mim, esse senhor é o Dr. João(?) Coelho Pereira Serra, pai do nosso pianista Chico Serra. Dr. Serra foi Secretario da Câmara Municipal do Mindelo e, temporàriamente, substituto do Procurador da República, durante algum tempo (fins de 40...).
ResponderEliminarVejo que o 5 vos dà dores de cabeça. Não jro mas penso ser Dr. Santa Rita (ou Santa Rita Vieira).
E aqui temos mais uma razão de sair os tesouros do baù para evitar confusões ou mesmo sonegação de coisas, actos e gentes.
Espero a continuação.
Volto.Desculpem a insistência.
EliminarOs Tribunais - naquele tempo - não paravam mesmo quando os juízes e procuradores se ausentavam (de férias ou definitivamente). Assim apareciam os substitutos tais como José Soares de Brito (Nhô Djô Dadô) e Dr. Coelho Pereira Serra, quando não eram o Dr. Baltazar e o Dr. Adriano Duarte Silva.
CONFIRMACÃO
ResponderEliminarO notàvel N° 5 é mesmo Dr. Henrique Lubrano de Santa Rita VIEIRA, natural de Assomada (1912 - 2001), Santiago.
Desculpem. Fui ao Google porque queria ter a certeza; mas não o conheci.
Está então descoberto o 5, à conta da "enciclopédia viva".
EliminarAfinal, os heróis estão TODOS nomeados no site do Dr. Barros Brito. Aqui vão eles, sendo que segundo o dito site o tal militar era da Armada e não do Exército: Foto em grupo: Jantar em homenagem a Bento Levy: Mindelo, São Vicente, Cape Verde. começando pela esquerda: Jorge Barbosa, Guilherme Chantre, Dr. Bento Levy (deputado e director do "Cabo Verde"-Boletim de Propaganda e Informação) Dr. José Duarte Fonseca, Dr. Santa Rita Vieira, Comandante Sousa Machado, (Capitão dos Portos), Dr. Baltasar Lopes da Silva, Dr. Júlio Monteiro, Manuel Serra e Dr. Aurélio Gonçalves
ResponderEliminarBolas, grande maratona, rapazes.
ResponderEliminarAfinal, enganei-me ao confundir o Dr. Serra com o Dr. Rosinha. Bravo, Val, pela rectificação!
Bravo, Djack, pela identificação do número 3, Dr. Bento Levy.
Bravo, Val, por identificares o número 5, Dr. Santa Rita Vieira!
Bravo, Djack, por fazeres luz sobre o oficial da Armada, comandante Sousa Machado!
Fui "lofa", pelo menos de memória, porque tinha obrigação de identificar o Dr. Santa Rita Vieira, que conheci muito bem e até me consultou no hospital um dia, eu jovem adolescente.
Mas fico ressarcido por ter identificado nhô Roque (Dr. Aurélio Gonçalves). E como podia não ser se ele foi meu professor de História e Filosofia em mais do que um ano?
Grande trabalho se fez neste posto.
Vou guardar esta foto e os nomes dos que estão nela presentes, porque isto é útil para a história social de S. Vicente.
Para reforçar o meu "não conheci" relativamente a Nhô Roque Gonçalves, digo que ele não foi meu professor. Mas conheci o mano Naldinho e a esposa grega Kati, cuja casa frequentei. E sou amigo do Kalu, colega de Gil.
EliminarBraça gonçalvesca.
Djack