Percebo pouco de música, mornas incluídas. Na minha família não há nem nunca houve no passado pessoas ligadas a música. Mas não se me negue o meu amor ao género e a minha admiração pelos seus cultores, autores e intérpretes. Há uma única excepção em relação ao que disse. Desde há poucos anos, um primo direito meu, pelo lado materno, começou a aprender música e a tocar violão. Foi depois de se reformar e ele já tem quase 68 anos. Faz parte de um grupo e já actuou em público, entre amigos, quero crer. Mas se for mais do que isso, aparece aqui e esclarece, Carlitos. O que eu sei é que ele é um homem dum coração enorme, onde cabe tudo, mesmo a aprendizagem continuada da música.
Tudo isto só para dizer que esta morna é bonita e, como não podia deixar de ser, muito bem interpretada. A temática é a recorrente, a da partida, da distância, da promessa de regresso, da saudade. A música é bonita na plangência da sua sonoridade e o poema é de um ritmo pausado na expressão do sentimento que integra. É como se o manso vaivém das ondas na areia da praia sejam a voz da intérprete da morna. A Cesária tinha esse dom de reproduzir o que de mais belo tem a voz da natureza. Tudo está na natureza e só alguns têm a virtude de encontrar e interpretar os seus sons mais secretos.
Foi com muita satisfação que li este teu comentário sobre a nossa música que, quando tem conteúdo e é bem interpretada, como é o caso vertente, mexe com o sentimento de qualquer cabo-verdiano, e não só.
Assim como vários outros compositores, o nosso saudoso Ti Goi soube tão bem retratar na nossa música - mornas e coladeiras - a vivência deste povo ilhéu com destaque para o sanvincentino, que tem um peculiar espírito de humor e de alegria, não obstante as inúmeras dificuldades que enfrenta no seu dia-a-dia.
Quando passei à aposentação, decidi oferecer à minha alma um bálsamo para melhor aproveitar a vida, e nada melhor como aprender a tocar, e tocar. Confesso-te que não me arrependi e não me arrependerei.
Toco com alguns ex-colegas de trabalho e amigos para passar o tempo, mas nunca fiz nenhuma actuação pública, porque a música é uma forma de arte muita complexa e exige muito treino. Quiçá um dia faça alguma actuação pública.
Percebo pouco de música, mornas incluídas. Na minha família não há nem nunca houve no passado pessoas ligadas a música. Mas não se me negue o meu amor ao género e a minha admiração pelos seus cultores, autores e intérpretes. Há uma única excepção em relação ao que disse. Desde há poucos anos, um primo direito meu, pelo lado materno, começou a aprender música e a tocar violão. Foi depois de se reformar e ele já tem quase 68 anos. Faz parte de um grupo e já actuou em público, entre amigos, quero crer. Mas se for mais do que isso, aparece aqui e esclarece, Carlitos. O que eu sei é que ele é um homem dum coração enorme, onde cabe tudo, mesmo a aprendizagem continuada da música.
ResponderEliminarTudo isto só para dizer que esta morna é bonita e, como não podia deixar de ser, muito bem interpretada. A temática é a recorrente, a da partida, da distância, da promessa de regresso, da saudade. A música é bonita na plangência da sua sonoridade e o poema é de um ritmo pausado na expressão do sentimento que integra. É como se o manso vaivém das ondas na areia da praia sejam a voz da intérprete da morna. A Cesária tinha esse dom de reproduzir o que de mais belo tem a voz da natureza. Tudo está na natureza e só alguns têm a virtude de encontrar e interpretar os seus sons mais secretos.
quis escrever "seja a voz..." e não "sejam a voz..."
ResponderEliminarMeu caro primo Adriano,
ResponderEliminarFoi com muita satisfação que li este teu comentário sobre a nossa música que, quando tem conteúdo e é bem interpretada, como é o caso vertente, mexe com o sentimento de qualquer cabo-verdiano, e não só.
Assim como vários outros compositores, o nosso saudoso Ti Goi soube tão bem retratar na nossa música - mornas e coladeiras - a vivência deste povo ilhéu com destaque para o sanvincentino, que tem um peculiar espírito de humor e de alegria, não obstante as inúmeras dificuldades que enfrenta no seu dia-a-dia.
Quando passei à aposentação, decidi oferecer à minha alma um bálsamo para melhor aproveitar a vida, e nada melhor como aprender a tocar, e tocar. Confesso-te que não me arrependi e não me arrependerei.
Toco com alguns ex-colegas de trabalho e amigos para passar o tempo, mas nunca fiz nenhuma actuação pública, porque a música é uma forma de arte muita complexa e exige muito treino. Quiçá um dia faça alguma actuação pública.
Um forte abraço. Carlitos.
Bem-vindo ao Praia de Bote, caro Carlos. Venha sempre que lhe apetecer a este lugar onde estão o Mindelo, Sáo Vicente e o resto de Cabo Verde.
EliminarAquele braça luso-mindelense,
Djack