quarta-feira, 1 de junho de 2022

[6852] Novo livro de José Luiz Tavares, "É Ka Lobu Ki Fase - tratadu di grandeza i mizéria di pátria kabuverdi", apresentado em Lisboa


Foto Joaquim Saial

Apresentação do livro – “E ka Lobu ki Fase – tratadu di grandeza i mizéria di pátria kabuverdi” de José Luiz Tavares

Apresentação de: Apolo de Carvalho

3 de JUNHO de 2022 | SEXTA-FEIRA

18h00

*Entrada livre

O autor José Luiz Tavares e o CCCV - Centro Cultural de Cabo Verde tem o prazer de convidar a todas e todos para a apresentação do livro com o título “E ka Lobu ki Fase – tratadu di grandeza i mizéria di pátria kabuverdi” , a ter lugar no dia 3 de junho de 2022, pelas 18h, no Centro Cultural de Cabo Verde, localizado na Rua de São Bento 640, 1250-222 Lisboa.

O livro é a primeira obra do autor que é totalmente escrito numa das variantes do crioulo. As ilustrações ficaram a cargo do artista plástico Tchalé Figueira.

O poeta cabo-verdiano, que também está retratado no livro, traz sátiras de personagens de figuras conhecidas na área da política, social cultural e intelectual de Cabo Verde.

O evento vai contar com a presença do autor, e a apresentação do livro ficará a cargo de Apolo de Carvalho.

   Sinopse

Escrita diretamente em língua cabo-verdiana e usando o seu alfabeto oficial, «E ka Lobu ki Fase – tratadu di grandeza i mizéria di pátria kabuverdi» é a primeira obra do autor, José Luiz Tavares, integralmente dada a lume no idioma territorial de Cabo Verde.

Tomando como personagens figuras bem conhecidas da cena política, social cultural e intelectual de Cabo Verde, utilizando técnicas da tragédia grega, entre as quais o uso omnisciente do coro, em versos rimados e metrificados, o autor espraia-se em cerca de quatrocentas páginas de pungentes ou delirantes reflexões sobre as feridas da pátria.

Todavia, apesar das técnicas tomadas de empréstimo à tragédia grega, tal obra não se insere na categoria de tragédia, estando mais próxima da sátira, se não moralista, pelo menos comportando certos aspetos edificantes. Assim, é por esse viés que a narrativa poética flui, castigando os (maus) costumes através do riso, que não obsta à reflexão filosófica de índole mais profunda. Sequer a figura do autor, que também é personagem desta obra, é poupada nesta acerba digressão pelas mais fundas e obscuras ribanceiras da pátria.

Com ilustrações (melhor dizendo, recriação visual) do artista plástico Tchalé Figueira, esta é a mais ambiciosa obra de criação literária dada a lume em língua cabo-verdiana.

   Biografia

José Luiz Tavares nasceu a 10 de Junho de 1967, no Tarrafal, ilha de Santiago, Cabo Verde. Estudou literatura e filosofia em Portugal, onde vive.

O autor também já publicou: Paraíso Apagado por um Trovão (Lisboa, 2003); Agreste Matéria Mundo (Porto, 2004); Lisbon Blues seguido de Desarmonia (S. Paulo, 2008); Cabotagem & Ressaca (Maputo, 2008); Cidade do Mais Antigo Nome (Lisboa, 2009); Coração de Lava (Assomada, 2014); Contrabando de Cinzas (S. Paulo, 2016); Polaróides de Distintos Naufrágios (Lisboa, 2017); Rua Antes do Céu (Lisboa/Praia, 2017); Prólogo à Invenção do Dilúvio/Prólogo a la Invención del Diluvio (Bogotá, 2018); Arder a Vida Inteira (Lisboa, 2019); Ku Ki Vos/ Com que Voz (Lisboa, 2019): Instruções para Uso Posterior ao Naufrágio (Lisboa, 2019); Com o Fósforo duma só Estrela/Com el Fósforo de una Sola Estrella (Bogotá, 2020).

O escritor já foi agraciado com os seguintes prémios: Prémio Revelação Cesário Verde, CMO 1999; Prémio Mário António de Poesia, Fundação Calouste Gulbenkian (2004); Prémio Jorge Barbosa, Associação de Escritores Cabo-verdianos (2006); Prémio Pedro Cardoso, Ministério da Cultura de Cabo Verde (2009); Prémio de Poesia Cidade de Ourense (Espanha, 2010); Prémio BCA/Academia Caboverdeana de Letras (2016).

Por três vezes consecutivas - 2008, 2009 e 2010 - recebeu o Prémio Literatura para Todos do Ministério da Educação do Brasil, por livros destinados a neo-leitores jovens e adultos; Prémio Vasco Graça Moura /Imprensa Nacional Casa da Moeda (2018). Foi ainda finalista do Prémio literário Correntes d’escritas (2005 e 2019), semi-finalista do prémio Portugal Telecom (2009) Finalista do Pen Club Português (2018) e semi-finalista do Prémio Oceanos de Literatura (2020).

Os seus poemas estão traduzidos para inglês, espanhol, francês, alemão, neerlandês, italiano, catalão, letão, finlandês, russo, mandarim e galês.

O autor já traduziu Camões, Pessoa e João Cabral de Melo Neto para a língua cabo-verdiana. Alguns livros seus estão incluídos no Plano Nacional de Leitura de Cabo Verde e Portugal.

É membro da academia Cabo-verdiana de Letras. Fez parte do júri do Prémio Camões em 2017 e 2018. Em 2018 foi distinguido na categoria Cultura na gala Somos Cabo Verde.

Recusou por duas vezes uma das mais importantes distinções do estado de Cabo Verde: a Medalha do Vulcão, 1ª Classe. Também recusou o estatuto de Cidadão Honorário da Cidade Velha e uma homenagem do Congresso de Quadros Cabo-verdianos na Diáspora.

A sua obra foi objeto de duas teses de doutoramento: «Exemplo cosmopolita», de Rui Guilherme Figueiredo Silva, defendida na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 2013, e «A expressão metafórica do sentido de existir na literatura cabo-verdiana contemporânea – João Varela, Corsino Fortes, José Luiz Tavares», de Maria de Fátima Fernandes, defendida na Faculdade de Letras e Ciências Humanas da Universidade de S. Paulo, em 2013.

É o escritor mais premiado de sempre da história da literatura cabo-verdiana.

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