Correspondendo ao comentário do nosso comentador-mor Adriano Lima, aqui vai um poema da Regina Correia, publicado no livro "Literatura e Cultura em Tempos de Pandemia" (ed. UCCLA, Fev. 2021), onde também surgem Germano Almeida, José Luiz Tavares, José Luís Hopffer Almada, Lídia Jorge, Manuel Alegre e Joaquim Saial, entre muitos outros luso-falantes.
MÁSCARAS
Espera-se pouco do miolo que, de
si mesmo cria o vazio vivo da
máscara no centro dos pesadelos,
na vibração dos signos alterados.
da contemplação. Recentra-se a maré
no tempo que tudo leva. Quem corre
para os arcos detrás dos condenados?
Mais tarde, frente ao sol, novas máscaras.
Um pássaro renova canto e margens
sobre os frutos que emergem minerais.
Diante nas cicatrizes na pedra
sem máscara sucumbe o antílope
ao golpe pleno dos pontos cardeais.
Hip !
ResponderEliminarHip !
Hip !
Hurra !
Obrigado mindelosempre e a sua Equipa.
Braças e mantenhas
Foi uma grande noite, com Cabo Verde em força, pela primeira vez em Vila Viçosa. Esperamos vivamente por uma repetição.
EliminarBraça para Tours
É bom ver o Germano Almeida alvo de atenção e homenagem. Como não podia deixar de ser, o nosso Djack esteve presente e creio que elemento fundamental para o bom sucesso do evento. Calculo que tenha sido uma grande noite cabo-verdiana.
ResponderEliminarVejo que a Regina Correia declamou poemas de autores cabo-verdianos. Curioso, porque ela podia ter declamado tambêm poemas da sua própria autoria e que muito aprecio. Não sendo cabo-verdiana, tem contudo ligação com a cultura literária cabo'verdiana.
ResponderEliminarPor desatenção, não me identifiquei no comentário anterior.
ResponderEliminarAdriano Lima
Obrigado pelo poema, Djack. Fiel ao estilo peculiar da sua poesia, a autora pretende dizer-nos que com as máscaras ocultamos a angústia da consciência dos nossos limites. É o preço a pagar pela exclusividade do dom de possuir razão e emoção. Só o homem se apossa da presunção de interrogar a realidade, de a interpretar, de a recriar. Alguém afirmou, e com razão, que a realidade seria insuportável se a arte não se encarregasse de a introduzir no domínio dos nossos sonhos e devaneios. Para isso existem os poetas e outros artistas, mas para mim a palavra é o instrumento privilegiado para a interpelação do mundo visível e do mundo invisível. É a transportadora mais eficaz da veemência do apelo e da interrogação.
ResponderEliminarFelicito a autora pela qualidade da sua arte.
Adriano Lima