Emocionado, li esta reportagem sobre a arte da gastrónoma e grande mulher que é a Lourdes Chantre. Emocionado porque ela é minha amiga pessoal, assim como o foi o seu já falecido esposo, Guilherme Chantre. Que continue a sua louvável tarefa de publicitar a nossa rica e gostosa culinária! Adriano Lima
Meus amigos, Lourdes e Guilherme Chantre. Segui de perto a composição do livro que vai sair e participei um pouco nele com muito gosto.Eu e a Lourdes Chantre conversámos sobre o livro há dias, ambas ansiosas que esse dia chegue.Só tenho imensa pena que o Professor, como eu o chamava, já não esteja entre nós, para ter o prazer de o ver o publicado. Conto-vos um episódio interessante que se passou antes do seu falecimento. Eu, Dina Salústio, também muito amiga de Lourdes Chantre, fomos visitá-los, também para falarmos do livro. Falámos bastante sobre divesos assuntos. O Professor estava sentado na sala, e nós, na varanda de um apartamento onde passavam uns dias de férias. Entrámos para lanchar e o Professor que julgávamos longe das nossas conversas, volta-se para nós e diz muito sério: " afinal, falaram de tudo menos do livro....". Foi olharmos umas para as outras e desatármos a rir. Teve imensa piada. A conversa sobre livro tinha ficado para outra sessão...
DOÇURA A ESCOAR-SE PELA GARGANTA (à amiga Lourdes Chantre, com carinho)
Os dedos de minha mãe brincam com a farinha como uma criança com a poeira num facho de luz que lhe entra pela janela
mãos jovens que trabalham a farinha como carícia nos cabelos sedosos de sua menina codê
Mistura-se a farinha e o fermento com a manteiga, adiciona-se o açúcar e o leite...
O rumor da sua voz entra-me pelo coração contente a manteiga fresca rasteja lenta e derrama-se nas minhas mãos macia saborosa doçura a escoar-se pela garganta
respiro o seu aroma que me faz lembrar o frescor do campo e retenho-o.
Mistura-se as gemas e o vinho de Porto e vai ao lume ...
Tenho dez anos minha mãe olha-me com um sorriso feliz flor quase menina e continua
leva-se ao lume o açúcar com a água até conseguir o ponto pérola...
Sou feliz.
Pérolas de açúcar canela essências cheiro a limão sentam-se nas minhas mãos rosadas e sorriem-me como a chuva nos cântaros das nossas ilhas violeta
As minhas felicitações à autora por mais este valioso e histórico documento sobre a gastronomia cabo-verdiana. Votos de muito êxito junto dos seus leitores.
Uma nota pessoal, se me é permitida. Um grande e afectuoso abraço à minha querida Prima, a nossa Lourdita (assim tratada na família) de parabéns, pela sua constância, pela sua perseverança numa escrita prazerosa, culta e valiosa para o conhecimento da cozinha das nossas ilhas. Ondina Ferreira
Ainda não adquiri o livro, mas tenho a primeira edição com um prefácio excelente do nosso Mestre Roque Gonçalves. Publiquei há anos um artigo no A Nação sobre a "Culinária cabo-verdiana e portuguesa", no qual me refiro ao livro da Sra D. Maria de Lourdes Chantre, por aí ter recolhido muitos manjares nossos. Este artigo está num dos meus livros publicados.
Emocionado, li esta reportagem sobre a arte da gastrónoma e grande mulher que é a Lourdes Chantre. Emocionado porque ela é minha amiga pessoal, assim como o foi o seu já falecido esposo,
ResponderEliminarGuilherme Chantre.
Que continue a sua louvável tarefa de publicitar a nossa rica e gostosa culinária!
Adriano Lima
Boa notícia, já estou com água na boca.
ResponderEliminarEspero pela data e local do lançamento
Meus amigos, Lourdes e Guilherme Chantre. Segui de perto a composição do livro que vai sair e participei um pouco nele com muito gosto.Eu e a Lourdes Chantre conversámos sobre o livro há dias, ambas ansiosas que esse dia chegue.Só tenho imensa pena que o Professor, como eu o chamava, já não esteja entre nós, para ter o prazer de o ver o publicado. Conto-vos um episódio interessante que se passou antes do seu falecimento. Eu, Dina Salústio, também muito amiga de Lourdes Chantre, fomos visitá-los, também para falarmos do livro. Falámos bastante sobre divesos assuntos. O Professor estava sentado na sala, e nós, na varanda de um apartamento onde passavam uns dias de férias. Entrámos para lanchar e o Professor que julgávamos longe das nossas conversas, volta-se para nós e diz muito sério: " afinal, falaram de tudo menos do livro....". Foi olharmos umas para as outras e desatármos a rir. Teve imensa piada. A conversa sobre livro tinha ficado para outra sessão...
ResponderEliminarDOÇURA A ESCOAR-SE PELA GARGANTA
ResponderEliminar(à amiga Lourdes Chantre, com carinho)
Os dedos de minha mãe
brincam com a farinha
como uma criança
com a poeira
num facho de luz
que lhe entra pela
janela
mãos jovens
que trabalham a farinha
como carícia
nos cabelos sedosos
de sua menina
codê
Mistura-se a farinha e o fermento
com a manteiga, adiciona-se
o açúcar e o leite...
O rumor da sua voz
entra-me pelo coração contente
a manteiga fresca
rasteja lenta e derrama-se
nas minhas mãos
macia saborosa
doçura a escoar-se pela garganta
respiro o seu aroma
que me faz lembrar
o frescor do campo
e retenho-o.
Mistura-se as gemas e o vinho de Porto
e vai ao lume ...
Tenho dez anos
minha mãe olha-me
com um sorriso feliz
flor
quase menina
e continua
leva-se ao lume o açúcar com a água
até conseguir o ponto pérola...
Sou feliz.
Pérolas de açúcar
canela
essências
cheiro a
limão
sentam-se nas
minhas mãos rosadas
e sorriem-me
como a chuva nos
cântaros
das nossas ilhas
violeta
Carlota de Barros
(Mulheres de Março)
ResponderEliminarAs minhas felicitações à autora por mais este valioso e histórico documento sobre a gastronomia cabo-verdiana. Votos de muito êxito junto dos seus leitores.
Uma nota pessoal, se me é permitida. Um grande e afectuoso abraço à minha querida Prima, a nossa Lourdita (assim tratada na família) de parabéns, pela sua constância, pela sua perseverança numa escrita prazerosa, culta e valiosa para o conhecimento da cozinha das nossas ilhas.
Ondina Ferreira
Ainda não adquiri o livro, mas tenho a primeira edição com um prefácio excelente do nosso Mestre Roque Gonçalves. Publiquei há anos um artigo no A Nação sobre a "Culinária cabo-verdiana e portuguesa", no qual me refiro ao livro da Sra D. Maria de Lourdes Chantre, por aí ter recolhido muitos manjares nossos. Este artigo está num dos meus livros publicados.
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