domingo, 15 de maio de 2011

[0063] O que a Shell era… e o que a Shell é… RIP Shell em Cabo Verde!!! - Texto de jornal que está no âmbito das comemorações do 50.º aniversário do cais acostável do Porto Grande

Numa altura em que a Shell abandona Cabo Verde e muitos outros países de África, vem o PRAIA DE BOTE fazer a oração fúnebre da petrolífera na região (diz-se que outra pode vir a tomar o seu lugar) com um texto dos bons tempos da Shell, tempos de grande prosperidade do estaminé vizinho da Capitania dos Portos e da Praia de Bote. Nhô Grigório  Alves, um dos mais antigos e competentes funcionários que conheci dessa empresa,  lá no céu deve chorar se souber deste desvario...

«Diário de Notícias» de New Bedford, EUA
24.Outubro.1968

S. Vicente, Cabo Verde — Com a presença do governador de Cabo Verde, comandante Sacramento Monteiro, do presidente da Câmara Municipal, sr. José de Brito, e outras individualidades oficiais e particulares, realizou-se nesta cidade a assinatura do contrato de concessão entre o governo da província e a Shell Portuguesa para o fornecimento de combustíveis à navegação no molhe de S. Vicente, envolvendo um investimento de 25 mil contos na medida em que implica a ampliação e modernização das instalações portuárias daquela empresa.

Usou da palavra o eng. Lopes Nicolau que representava a administração da Shell Portuguesa e recordou datarem de 1920 os primeiros trabalhos levados a efeito pela Companhia no arquipélago. Prosseguiu: «É agora a vez de assinarmos com o governo de Cabo Verde um contrato de concessão para o fornecimento de combustíveis à navegação no novo molhe de S. Vicente, responsabilidade que envolve um investimento de cerca de 25 mil contos, na medida em que implica a ampliação e modernização das nossas instalações neste porto.»

Depois de frisar o desenvolvimento de Cabo Verde, disse o orador: «- Esse desenvolvimento não nos pode deixar indiferentes. Não só porque, na Shell Portuguesa, Cabo Verde tem sido uma constante das nossas actividades, como também é princípio basilar da ética do Grupo Royal Dutch-Shell, onde predomina o capital holandês e a que a nossa Organização está ligada, procura contribuir tanto quanto possível para o progresso dos países em que exerce a sua acção.»

Na sua resposta, o governador Sacramento Monteiro salientou os benefícios que têm recaído sobre o porto de S. Vicente nos últimos tempos, com o seu apetrechamento, de forma a poder concorrer com os portos vizinhos e estar apto a servir a navegação, cuja frequência poderá vir a ser cada vez maior, dado o porte dos barcos que são agora obrigados a escolher a rota do Cabo, em carga que justifique, economicamente, o longo percurso a fazer.

Destacou entre outros factores relevantes, a criação recente da zona franca, anunciando que está já previsto o projecto de um novo rebocador para serviços no Porto Grande.

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