domingo, 21 de julho de 2013

[0514] Bombardeiras, com fotos e texto de Zeca Soares

Elas ainda lá estão! Quem não as conhece? São as BOMBARDEIRAS da ribeira de João Évora, ou no criolu "Jond'ebra", que devido a dificuldade de acesso àquela zona, foi possível prosseguirem o seu desenvolvimento num ambiente tranquilo, sem nenhum tipo de perturbação ou poluição dos "progressistas" dos tempos modernos. Resistiram décadas a todas as intempéries, e quase se julgava que tinham desaparecido da ilha de São Vicente.

Agora, com a chegada do "progresso??"  com o projecto de um grupo belga para a jond'ebra, vamos todos REZAR, para que elas não sejam destruídas. O Praia de Bote deserto irá dar uma ajudinha não é assim?

Foto Zeca Soares

Foto Zeca Soares

Foto Zeca Soares

Foto Zeca Soares

Foto Zeca Soares
Bombardeira Ver origem do artigo clicando AQUI

Trata-se de um arbusto da família Apocynaceae e que dá pelo nome científico de Calotropis procera (Aiton) W.T.Aiton [Sinónimos: Asclepias procera Aiton; Calotropis busseana K.Schum.; Calotropis hamiltonii Wight; Calotropis heterophylla Wall.; Calotropis inflexa Chiov.; Calotropis persica Gand.; Calotropis syriaca (S.G.Gmel.) Woodson; Calotropis wallichii Wight; Madorius procerus (Aiton) Kuntze]. Segundo o "Portugal Botânico de A a Z", a planta é conhecida,  entre nós, pelas designações de Bombardeira e de Algodoeiro-de-seda, divergindo das designações, entre si convergentes, nas línguas inglesa (Apple of Sodom), francesa (Pommier de Sodome) e espanhola (Manzana de Sodoma). As apontadas designações têm, no entanto, todas elas, a sua explicação: os frutos da planta têm uma forma arredondada e o tamanho aproximado duma maçã, e ao serem colhidos, depois de maduros, como que "explodem", libertando as sementes providas de penachos brancos, cujas fibras podem ser utilizadas como substituto do algodão hidrófilo.
É considerada nativa da Ásia (Médio Oriente, Arábia Saudita e Índia) e de África, e encontra-se naturalizada na América do Sul, onde foi introduzida. Tem o seu habitat preferencial em ambientes desérticos quentes,  em locais onde exista alguma humidade, como sejam as depressões de cursos de água, ou os oásis.

4 comentários:

  1. Estes arbustos são os dignos representantes vegetais dos próprios habitantes da ilha, como perenes resistentes às adversidades, sobrevidendo, bravamente, a todas as tormentas!
    Afectuosamente,
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  2. Nunca esqueci dos arbustos mais resistentes da minha ilha e das brincadeiras que com eles fazíamos no Lameirão. Além da bombardeira (e seu leite !!!)havia a "chalutêra" e a "burbiaca". Sem falar das acácias e suas vagens. Vi meninos comer "baginha d'espinhera". Não sei o gosto que tem já que o próprio cheiro me agoniava.
    E a babosa? Que eu saiba, nunca ninguém (na nôs terra) se lembrou de explorar esta planta medicinal mas conheci gente que vendia as "pirrla d'babosa". Como qualquer menino curioso perguntei para que serviam as "pirrlas". Não me disseram que era para desmancho.

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    1. Da babosa me recordo de Dadal Martins ter curado os seus pés-de-atleta com o seu suco...
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  3. Mas que belas fotos o Zeca Soares nos oferece! A secura da paisagem choca ao primeiro impacto quem desembarca nas ilhas, mas quem nelas nasceu, como eu, descobre qualquer coisa de belo e mágico em tudo aquilo. A minha filha mais nova no ano passado visitou S. Vicente pela primeira vez e disse-me que lhe vieram lágrimas aos olhos ao avistar do avião a terra natal do pai. Quanto à bombardeira, confesso que não me lembrava dela até ver um exemplar na EXPO 98, ao lado de outras plantas exóticas. A tabuleta dizia: Bombardeira, Cabo Verde.
    Quanto à "bajinha da espinheira", vi meninos comer aquilo e devo dizer que provei e não achei o gosto muito detestável. Se não me engano, até tem um sabor adocicado.

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