Rua da Luz. Saía eu da Capitania, virava à direita entre a Vascónia (Ferro & Companhia) e o botequim do Faustino (hoje, "Boca de Tubarão), bordejava a Rua de Matijim (de Santo António), passava à frente da velha casa do Sr. Firrim, ignorava a Rua de S. João, e depois a que hoje se chama de Moçambique e chegava à Rua da Luz que percorria, desembocando na Pracinha da Igreja, quase na esquina direita do templo...
Dei agora com este envelope de 1971 que me avivou as memórias da Rua da Luz (não pensem no Botequim da Luz, próximo do do Faustino - que deste modo se chamava, acho que devido ao designativo da proprietária, mulher bem bonita, esguia e elegante) e o nome deste comerciante, Domingos António Duarte, a conferir com o existente no texto do excelente trabalho de Érica Antunes Pereira sobre a escritora Vera Duarte, cujo início aqui reproduzimos.
Vera Duarte: “a mulher cabo-verdiana é uma personagem interessante”
Érica Antunes Pereira
Nesta apresentação, procuro aliar minha pesquisa acerca da poesia de Vera Duarte – especialmente de sua primeira obra, Amanhã amadrugada –, desenvolvida em nível de Doutorado na Universidade de São Paulo (USP), com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), à perspectiva da própria autora, dialogando tanto sobre seu “fazer poético” quanto sobre a situação das mulheres cabo-verdianas na atualidade, e tomando como pontos de apoio a teoria da hermenêutica do cotidiano e a entrevista a nós concedida por Vera Duarte em Cabo Verde (Ilhas de Santiago e São Vicente), em dezembro de 2009.
14 de dezembro de 2009. O Grupo de Estudos Caboverdianos (na ocasião representado pela sua coordenadora, a Profa. Doutora Simone Caputo Gomes, e por Antonio Mantovani, Cláudia Corrêa, Cristina Maran, Genivaldo Sobrinho, além desta que agora fala) entrevistava1 a escritora e poeta Vera Duarte nas ruas do Mindelo, na Ilha de São Vicente, Cabo Verde, onde nasceu e viveu até a adolescência. Uma experiência ímpar compartilhar a emoção da poeta diante de sua casa de infância, em cuja porta ainda figura, numa placa, o nome do falecido pai, António Domingos Duarte, comerciante radicado na Ilha desde os anos de 1950.
NÃO DEIXE DE VER OS LINKS DO POST ANTERIOR, SOBRE A VIAGEM DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE CABO VERDE À EUROPA
Já não me lembro bem desta casa comercial. Boa memória tem o nosso Djack, por poder percorrer aquela zona da "morada" fazendo uso apenas da planta radicada, e indestronável, na sua cabeça. Não conheço a Vera Duarte, que não deve ser dos meus tempos de liceu, por bem mais nova. Por acaso, li uns poemas do seu livro Amanhã Amadrugada, que não apreciei muito por achá-los politizados. Para mim, a poesia não pode ser apenas um reflexo do processo social, muito menos com convenientes amarras políticas. A poesia deve realizar-se por si própria, ser capaz de recriar a realidade e, nesta ordem, não pode pactuar com um sistema ideológico dominante. Enfim, opinião minha. Todavia, muito gostaria de conhecer a evolução poética da senhora, porque julgo que o referido livro de poesia foi escrito numa altura em que ela era ainda muito jovem e, por certo, influenciada no seu subconsciente por um dado momento e situação. Pois sei que é pessoa de grande formação jurídica e literária.
ResponderEliminarUm pouco mais além do D. A. Duarte, que bem conheci e com quem convivi, a Casa Feijóo que aínda existirá e, na esquina, a Casa Confiança que tinha, na esquina oposta, a Padaria de Nhô Anacleto Cabral, que tinha uns pon de dfez toston de que o meu palato ainda hoje recorda, e o meu olfato rememora...
ResponderEliminarDomingos António Duarte ou Manin Duarte comerciante abastado de S. Vicente, homem bastante fino e educado pai de tantos filhos, entre outros: Jorge, Eva, Vera, Teck etc. Todos meninos da Rua da Luz e da Rua da Moeda. Gente boa. Pena que o comércio familiar periclitou à imagem do que aconteceu com toda a actividade da ilha
ResponderEliminar