À semelhança do que o "Praia de Bote" e o "Arrozcatum" fizeram recentemente, "Notícias do Norte", sítio noticioso de Cabo Verde, dá conta (e com filme) AQUI do estado miserável de abandono e desprezo do Fortim d'El Rei (NOTA: não percebemos para que entraram no nome da velha fortificação aqueles "y" e o "del", numa estranha grafia a atirar para o castelhano...). O que poderia ser por exemplo uma pousada ao estilo das que se fizeram em Portugal ou em Espanha (ali designadas como Paradores Nacionales), salvando-se deste modo muitos monumentos da ruina, é neste momento um pardieiro degradado e infecto, à espera que o tempo e os vândalos dêem uma ajuda aos políticos do poder central e local que nunca para ele olharam porque não estão para perder tempo com tais ninharias. Devem estar mesmo a pensar: "Quanto mais depressa caires, mais depressa se calam estes tipos com manias de defesa do património." O Pd'B não consegue é perceber como é que os que têm responsabilidades no assunto ainda têm lata de sair à rua e enfrentar os seus concidadãos sem a cara enfiada dentro de um saco... E mais não dizemos, porque o PdB não é blogue de marteladas. Porém, era impossível não deixarmos aqui o nosso contributo de alerta, perante tamanho desmando. E, embora eles pensem que não, a História registará os nomes dos que passaram pelo Governo e pelo poder local durante a queda lenta de um dos mais emblemáticos edifícios coloniais de São Vicente e logo de Cabo Verde. Seguem duas fotos de Setembro deste ano do infeliz Fortim.
Foto José Carlos Marques - Fortim d'El Rei, São Vicente de Cabo Verde |
Foto José Carlos Marques - Fortim d'El Rei, São Vicente de Cabo Verde |
INDIGNEZ-VOUS DIZIA STEPHAN HESSEL UM INTELECTUAL JUDEU E FRANCÊS, FALECIDO RECENTEMENTE (2013), HOMEM DE ESQUERDA MODERNA E ESCLARECIDA, RESISTENTE ANTI-NAZI E PRISIONEIRO DOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NOS ANOS 40. ESTA FAMOSA PALAVRA DE ORDEM UM DESAFIO QUE LANÇOU EM 2010 APÓS A CRISE FINANCEIRA FICARÁ GRAVADA NA MEMÓRIA DE TODOS OS INCONFORMISTAS. INDIGNEZ-VOUS PERANTE A INJUSTIÇA O DESCASO E A DESCONSIDERAÇÃO.
ResponderEliminarCaros amigos como não podemos não ficar indignados, e eu fico com o dia estragado cada vez que vem a publico estas notícias e tenho que mandar para fora esta revolta. Desculpem-se se as vezes exagero, pois quando vejo tanta indiferença da gente da nossa terra (tont da dam) começo a perguntar....
Mas não é revoltante caros amigo que os responsáveis pela cultura e património deste país não tomem nas mãos estes e outros dossiers relativamente ao património histórico da cidade do Mindelo, ou só é cabo Verde Cidade Velha e santiago (eu sei que é politicamente dizer isso mas qualquer um de nós que vem seguindo este processo de descalabro na nossa ilha só pode chegar a esta conclusão, ou haverá uma conspiração contra a nossa ilha em que os seus próprios filhos estejam envolvidos) .Onde para o Ministério da Cultura, o IPAR a Câmara as autoridades. Mas bolas esta gente não tem sensibilidade?
TAMBÉM JÁ ME ENVERGONHEI... NO ACA!
ResponderEliminarZito
Choca-nos a todos esta vergonha. Claro que o PdB não se destina a "dar marteladas", mas nada impede que os carpinteiros que a visitam não martelem nas tábuas de alguns botes que se apresentem carcomidos no seu areal. O que está a acontecer causa perplexidade, repúdio e indignação. É inaceitável que os responsáveis pela administração da cidade permaneçam indiferentes à degradação do património público, como se nada disso fosse com eles. É incompreensível que ignorem que o património histórico está no cerne da identidade nacional, feita do enlaçamento entre a sua substância material e imaterial. Também não se entende que alguns, a avaliar pela grafia submetida ao nome, pensem que o Fortim foi construído no reinado dos Filipes de Espanha. Este reparo é para quem escreveu fortim com y e utilizou a preposição de. Se calhar esta ignorância explica muita coisa.
ResponderEliminarO Fortim só pode ter um destino: ser o Fortim. O que me parece conveniente é que o seu espaço sirva para um museu, o da cidade ou do porto, ou as duas finalidades em conjunto, dado que a cidade e o porto se criaram no mesmo amplexo criativo e amoroso.
Esta ideia do Adriano cruza-se com uma que aparentemente já está morta.
ResponderEliminarCabo Verde é terra e mar. Museu do Mar esteve para ser (pelo menos falou-se disso) a velha Torre de Belém. Melhor sítio não há para um equipamento onde se conte a história trágico-marítima das ilhas. Porém, a ideia faleceu...
E se o Fortim regressasse à sua versão incial, poderia ser um Museu da Luta Armada ou coisa parecida. É mais que estranho que um território hoje independente que nasceu como país a partir de uma guerra (embora feita no exterior) não tenha um local onde essa luta seja lembrada... Esse museu poderia até contar a história dos ataques de piratas ao arquipélago e da luta que "não" houve, na II Guerra Mundial, enquadrando o historial das tropas expedicionárias e coloniais nessa memória. Tanta coisa se podia fazer, ao mesmo tempo guardando a memória, dando emprego a várias pessoas e fazendo uns dinheiros à custa de ingressos de nacionais e turistas.
Braça cheia de ilusões,
Djack