Casa a casa, olhos nos olhos e com frontalidade. Foi assim a jornada de sexta-feira, 17. O Presidente José Freitas de Brito palmilhou a comunidade de Palhal de uma ponta à outra. Foram 5 horas e 30 minutos de estrada, feito a pé, com paragem em 20 casas, duas abordagens pelo caminho (uma senhora que subia para Hortelã e um jovem que cuidava dos animais) e contacto directo nesta primeira “presidência aberta” de 2014, com pelo menos 87 pessoas.
Assim como anunciado, o Presidente da Câmara Municipal deixou esta sexta-feira, 17, o seu gabinete de trabalho e foi ao terreno tomar pulso à situação de vida dos seus Munícipes. Palhal, comunidade que segundo dados do Censo 2010 acolhe uma população residente na ordem de uma centena de pessoas, foi a primeira etapa desta “presidência aberta” que se vai prolongar nas próximas semanas e se estender a todos os povoados do Concelho.
No seu bloco de notas o edil ia, pessoalmente, anotando as reivindicações dos moradores que de forma desinibida e descomplexada com ele conversavam. Um problema comum em Palhal, e muito inquietante: falta de emprego. Segunda grande preocupação: qualidade das habitações (coberturas, sobretudo).
A estas duas inquietudes, o Presidente anotou outras reclamações como a necessidade de aumentar os apoios a nível da educação, melhoria dos caminhos vicinais, estrada na zona, situações que ele assegurou trabalhar para encontrar as respostas mais eficazes. “Todos sabem que a Câmara não tem muitos recursos. Para além das dívidas, todos os pedidos são de carácter urgente. Todas as pessoas pedem apoio e querem ser os primeiros a ser contemplados”, observou, explicando que a sua ida às comunidades é para “expressar” a solidariedade da Câmara Municipal e do Executivo com todos, por um lado, e por outro “para juntamente buscarmos as melhores formas de responder às preocupações de cada um”.
Em todas as portas que bateu, o autarca foi acolhido com simpatia - uma característica das gentes da ilha - parou, sentou-se, ouviu, falou e no final ficou com um retrato fiel das preocupações dessa pacata aldeia.
“O problema maior é a habitação, encontramos situações gritantes, pessoas que vivem debaixo de tectos que ameaçam ruir”, sintetizou no final da visita, explicando que vai agora instruir o serviço municipal da Promoção Social no sentido de fazer o enquadramento destas situações, para de seguida estabelecer um programa de intervenção. “Não será possível apoiar a todos, mas vamos estabelecer regras, prioridades e avançar pois estas intervenções são urgentes e é uma questão de dignidade”, comentou.
Palhal foi a primeira zona a acolher esta “presidência aberta” promovida pelo edil José Freitas de Brito, seguindo-se no próximo dia 25, sábado, a comunidade de Alto Fontainhas, na periferia da Cidade. Amanhã, sábado, o autarca estará à frente de uma delegação da Câmara Municipal, numa visita de trabalho a Carbeirinho – Maravilha de Cabo Verde – onde se vai fazer um levantamento no quadro da melhoria do acesso àquela zona.
Olho para este presidente e simpatizo logo com ele. Espírito de missão, militância e humildade, é o qualificativo que me sai logo da cabeça. Resta saber por quanto tempo vai aguentar a pedalada, a avaliar pelos kms percorridos ou que terá de amiúde percorrer. Dá ideia de que ele precisa de ver para crer, como S. Tomé, o que pode induzir a conclusão de que não confia muito na estrutura que dirige. E também dá perguntar se a democracia se cumpre melhor assim ou se é uma maneira de ela se purificar. Mas simpatizo com este rapaz e não me importaria de o acompanhar numa dessas caminhas pelo interior de S. Nicolau, ilha que não conheço.
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