Cais acostável, dia de chegada de vapor, anos 60/70, séc. XX |
Já anda perto das 400 páginas o novo/futuro book (descobri-o ontem, em sessão de trabalho que se arrastou noite dentro), fruto de artigos no Liberal e de outros textos dispersos por jornais de Cabo Verde (digitais e em papel) ou de Portugal, com pontaria de saída para o Natal deste ano. Nada a ver com as muito mercóne "Crónicas do Norte Atlântico", guardadas para outra aventura, a seguir a esta.
Num dos textos (no caso, gileânico..., li este excerto que aqui partilho convosco (por muito comum aos habitués da Praia de Bote e que qualquer um de vós podia ter escrito).
"(...) Coisas boas, havia-as em maior número. A camaradagem formidável; os momentos irrepetíveis da espera por um professor que não vinha e a consequente observação atenta da sineta que através do toque da tolerância nos libertaria para explorações dos arredores do liceu ou sessões de anedotas e falatório sobre últimos filmes vistos no cinema do Tuta ou no Eden Park, sentados nos bancos da pracinha do liceu; as exposições de final de ano (o que eu passei para fazer um cavalo em guache num azulejo, ordem do saudoso professor Chantron, que se desmanchava quando lhe aplicava verniz); o sobe-e-desce das escadarias, com corridas por aquela varanda do primeiro andar; as disputadas trocas de cromos comprados na casa do Celso Leão; as sessões culturais (lembro-me da presença de José de Azeredo Perdigão, da Fundação Calouste Gulbenkian); e a ginástica no pátio, à tarde, que acabava muitas vezes num passeio ao cais acostável com o "Bintin" ou o "Picau", eu sei lá que mais, tanta, tanta coisa boa de recordar. (...)"
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