Questões "simples":
O sujeito que sai do avião é o mesmo que entra no Palácio do Governo (hoje Palácio do Povo), no Mindelo. Um ramo de acácia para quem disser quem ele é e quem é o outro que o acompanha na entrada no edifício. Quem também puder dizer a data em que esta visita aconteceu, terá mais um ramo de acácia.
Ora as respostas eram as seguintes:
A pessoa que sai do avião dos TACV (repare-se na lindíssima e funcional escada posta para a alta personalidade descer da aeronave) era o então subsecretário de Estado do Exército, Francisco Costa Gomes. Bastava olhar para a parte remanescente da cara do militar (nas fotos, à civil) nessa fotografia para chegar lá - já não na outra foto, de muito mais difícil escrutínio. Acertou o José no à época recém-chegado ao arquipélago, governador Silvino Silvério Marques (1958-1962). Pois as duas fotos são da chegada de Costa Gomes ao aeroporto de São Pedro e ao Palácio do Governo (hoje do Povo). O governante andava em visita a Angola, Guiné, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Foi depois dessa viagem que decidiu criar uma tropa especial anti-guerrilha, a Companhia de Caçadores de Lamego. Em 1961, devido ao seu envolvimento no chamado golpe Botelho Moniz, seria afastado e enviado para o quartel de Beja... Acabou por ser o último Presidente da República dos cabo-verdianos, antes da independência.
Ah!... E as imagens são da inevitável Foto Melo do Mindelo, essa grande instituição local que serviu a reportagem são-vicentina (e não só) por tanto tempo... e bem!
Pela indumentária e pelas fardas militares, diria que isto se passa na década de 1950. Um é seguramente governador de CV (o de lencinho no bolso) e o outro será o administrador do concelho de S. Vicente.
ResponderEliminarCorrijo a data estimada no comentário anterior. Deve ser princípios da década de 1960. A razão tem a ver com o dólman da farda do oficial que vem atrás e que deve ser o comandante militar. Ora, o dólman dessa farda (parece-me a cinzenta, e a nº1) era fechada no colarinho até finais da década de 1950. Passou a estar aberta no colarinho a partir de 1960, que é o caso da farda que esse oficial enverga. Estranho é ele não estar de farda branca, que era o que se utilizava nas colónias para a Armada e para o Exército (e sempre fechada no colarinho). Exactamente como estão os oficiais que se vêem mais atrás.
ResponderEliminarO Adriano fez umas aproximações, mas não chega. De qualquer modo, dou uma ajudinha e digo que a coisa é MESM0 na década de 50 (finais)...
ResponderEliminarE mais uma vez recomendo que deixem o acessório e se concentrem no essencial. Olhem bem para o que ainda se consegue ver da cara do sujeito que sai do avião (acredito que se olharem com olhos de ver, chegarão lá). A chave está aí. Depois, com uma ajudinha internética, o resto fica facilitado.
ResponderEliminarComo não tenho a mínima atiro o barro à parede. Trata-se do general Silvino Silvério Marques.
ResponderEliminarPergunto ao José, quem é quem? Há nas duas fotos muita gente, sobretudo na segunda, já que na primeira só há uma figura.
ResponderEliminarDjack há um senhor de óculos que não reconheço ainda. Mas o outro é o general Silvino Silvério Marques governador de cabo Verde.
ResponderEliminarMeio ramo de acácia para o Djosa. O sujeito de cabeça "cortada" à direita na foto do Palácio é de facto o governador Silvino Silvério Marques. Mas o que é curioso é que o homem que sai do avião ainda é mais facilmente reconhecível, Digamos que foi o "último" (...) com Cabo Verde como colónia de Portugal.
ResponderEliminarHumm!~ Marcelo Caetano???
ResponderEliminarNada de Marcelo, mesmo nada...
ResponderEliminarNáo participo porque não sei...Eu estava em Angola!
ResponderEliminarÓ diabo, estar em Angola não é desculpa, ahahaha. Eu estava em Portugal... É que vocês, concorrentes, recusam olhar para foto do avião com olhos de ver. Quando eu disser quem é, dirão: "É verdade, é ele, porque não olhei com cuidado?"
ResponderEliminarBraça e abram a pestana,
Djack
Quando olhei para a pessoa que sai do avião, a minha primeira impressão foi que se tratava do Dr. Baltasar, a avaliar pelo que se vê na parte visível do rosto. Mas olhando para a outra foto, se o Silvino Marques lhe dá a direita, só pode ser alguém que hierarquicamente, ou pelo protocolo de Estado, lhe é superior.
ResponderEliminarOutra hipótese é ser o Sacramento Monteiro, o sucessor de Silvino Marques no cargo. Ora, se é ele, faz sentido porque o Sacramento Monteiro tinha na altura uma patente militar mais alta. Dir-se-ia então que o governador que deixa o cargo está a receber o que toma posse. Mas não faz sentido porque, a haver cerimonial do género, só poderia acontecer na capital da colónia.
Volto de novo à carga. Elimino a hipótese de governador que toma posse, pois o Silvino Marques esteve no cargo até princípios da década de 60.
ResponderEliminarVolto de novo à carga. Elimino a hipótese de governador que toma posse, pois o Silvino Marques esteve no cargo até princípios da década de 60.
ResponderEliminarO Adriano aplicou aqui toda a sua sabedoria profissional militar e tudo o que disse, de início e no fim, é esclarecedor. Embora não tenha acertado, o Pd'B agradece o empenho e as interessantes adendas que prestou.
ResponderEliminarBraça militar,
Djack
Pois é o Costa Gomes.
ResponderEliminarQuanto ao que ele criou em Lamego não foi bem uma companhia de caçadores. Foi o Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE). Mas foi dali que saíram para o Ultramar as chamadas companhias de caçadores especiais, daí eu ser obrigado a perdoar uma "pasta" ao Djack.
Mas isto foi um bom exercício de memória, não há dúvida.
Quanto à escadinha do avião, valha-me Deus, eu mandaria dar 57 voltas à parada do quartel ao dono da criança.
Como o Costa Gomes era então tenente-coronel, ainda estava em forma física suficiente para dispensar aquela escadinha de madeira. Pois poderia ter dado um saltinho para o chão.
ResponderEliminarEste post foi sabim.
Obrigado, meu coronel, para me penitenciar (embora tenha lido isto no site da Presidência da República) vou desencravar 38 FBP que estão para ali no paiol que nem um dedo do King Kong consegue dar àquele gatilho.
ResponderEliminarBraça à Fábrica de Braço de Prata,
Djack
Djack, eu só não concordo quando dizes que o homem era facilmente reconhecível. Ainda por cima só com aquela nesga de cara que estava visível. Eu ainda estou envergonhado de ter pensado no nhô Baltas, mas isso só foi por causa dos óculos (parte) e de um certa parte do rosto. Mas claro que foi disparate porque nhô Baltas não usava chapéu nem tinha nada a ver com protocolos de Estado.
ResponderEliminarQuanto ao chapéu, só podia ser de um governante porque não sei se sabem que Salazar instituiu o uso
obrigatório daquela peça de indumentária a todos os membros do governo. Adriano Moreira conta que quando ele o chamou para ser ministro das colónias perguntou logo: "Já providenciou o chapéu?".
Por último, se eu tinha mais obrigação de reconhecer o Costa Gomes, os civis nem por isso, até porque ele então estava em funções do âmbito da Defesa e não do Ultramar.
Contou-me o general Arménio Ramires de Oliveira, então chefe de estado-maior no Comando Militar de Cabo Verde, que o Costa Gomes, durante essa visita, tomou algumas resoluções sobre as peças de artilharia do Morro branco e João Ribeiro, tendo algumas sido enviadas para a Metrópole. Disse ainda o referido general que foram experimentar aquelas peças (fogo real) e que algumas não deram qualquer sinal de si, ah-ah-ah.
Sim, talvez eu esteja influenciado por ter visto as imagens antes de as trabalhar. Mas ainda agora acho que se topa a cara do Costa Gomes, mesmo com o corte - na foto do avião, claro. Na outra, só um golpe de sorte me faria adivinhar quem eram os dois.
ResponderEliminarQuanto aos canhões, santa ingenuidade. Depois de mais de dez anos ao abandono, que queriam?
Braça ferrugenta,
Djack
Parece que desta vez eu eo Adrianio dividimos os ramos de palmas ou melhor acácia. Aha hah
ResponderEliminarDjack, Djack, comer o ovo depois de cozido não custa nada!
ResponderEliminarJá agora, não o então, talvez, Ramalho Eanes, instrrutor dessa Companhia de Caçadores de Lamego?
É que o meu cunhado, Rogério - infelizmenbte já falecido - então estudante universitário, fez a tropa naquilo a que ele chamada de Companhia de Caçadores Especiais de Lamego e era instruendo, salvo erro do R.Eanes...
Talvez o Adriano saiba...
P.S. - Do Costa Gomes só ouvi falar depois do 25 de Abril...
Mais vale metade de um ramo de acácia na mão do que um a voar (abanar na árvore ao sabor do vento leste), ahahahaha
ResponderEliminarZito, lamento mas não posso confirmar se ramalho Eanes passou por Lamego na qualidade de quadro instrutor. Sei que ele comandou uma companhia que foi para Macau por volta de 1962 08 63, mas tanto quanto me parece não era de caçadores especiais, porque estas eram mais vocacionadas para os teatros de operações, na altura apenas em Angola e Guiné. Essas companhias de operações especiais viriam a ser substituídas por "Comandos".
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