in RTP
A amarga crónica de um homem que perdeu a oportunidade de sair de Cabo Verde para ser futebolista no Benfica e nunca conseguiu ultrapassar, ao longo de toda uma vida, a sensação de frustração e vazio.
A vida correu demasiado depressa para Mané. Ao passar os 50 anos, assiste impotente ao lento sacrifício dos seus ideais. Lucy, sua mulher, prendeu-o num quotidiano familiar. O trabalho numa pequena tasca de comércio desgastou-o. Os sonhos esvaíram-se na aridez dos campos de terra batida do Mindelo. Caído no esquecimento, do seu passado de grande jogador do Mindelense, em S. Vicente, nas ilhas de Cabo Verde, resta-lhe a compaixão serôdia de conhecidos, vizinhos e amigos de tertúlia: "Ele foi importante", "Foi o maior goleiro de Cabo Verde". Inconformado, Mané vai partir, vai lutar e vai ganhar contra todos os impossíveis. A longínqua Lisboa é o cais dos seus sonhos, a sua imaginação é um rio grande que alimenta a terra e desagua no mar.
"Fintar o Destino" é o envolvente retrato humano e psicológico de um homem que fica face a face com o vazio da sua vida, marcada pela nostalgia amarga dum passado falhado como futebolista. Uma primeira obra de Fernando Vendrell, construida com sensibilidade e inteligente ironia.
Nota do Pd'B: Repare-se no europeu que sobe a escada por volta do minuto 1. Quem é o rapaz? Dá-se uma bola autografada por todos os jogadores do Mindelense e por todos os Tubarões Azuis a quem acertar.
Ficha Técnica
Título Original: Fintar o Destino
Com: Carlos Germano, Betina Lopes, Paulo Miranda, Manuel Estevão, Daniel Martinho e Horácio Santos
Realização: Fernando Vendrell
Produção: Fernando Vendrell e Luís Alvarães
Autoria: Carla Baptista e Fernando Vendrell
Música: Nuno Canavarro
Ano: 1997
Duração: 76 (cor) minutos
Penso ter encontrado porque o nome do homem não mudou muito. Ê o actual seleccionador nacional de Cabo Verde, filho de um grande internacional que foi do Benfica.
ResponderEliminarTantas àguas se passaram e o Rui não se afogou: està (salvo?) na Praia
Valdemar não faz teatro com o futebol e acerta logo à primeira. É de facto o Rui Águas, actual seleccionador de Cabo Verde. E casado com uma cabo-verdiana, para completar...
ResponderEliminarBraça,
Djack
E já agora, ganha um ramo de acácia. Não se tratava de um concurso formal mas teve a mesma oportunidade que outros que não responderam. Estava com 2 ramos e meio, passa para 3 ramos e meio.
ResponderEliminarNós sabemos que ele preferia um alho francês, mas aqui só damos ramos de acácia.
Braça ramal,
Djack
Amigo,
ResponderEliminarAqui pode-se comer à francesa (nem sempre) mas nada como cmida d'terra; come-se sobretudo cmida d'Cabe Verde e em Portugal é a corrida para o peixinho. E assim conserva-se o fisico.
Guarde os raminhos até eu chegar ai.
Braça
Cá esperamos o vice-cônsul para uma almoçarada lisboeta em que o bacalhau e o Borba serão reis e nós os súbditos. E com remate de ginja ou eduardino, como já se tornou hábito.
ResponderEliminarBraça esperante,
Djack
Ora, ora, só agora pus o pé na areia e acertei logo, e sem batota, pois foi antes de ver o comentário do Val. O jeito do Rui Águas não engana. Oxalá seja feliz com a selecção de Cabo Verde. Não sabia que ele era casado com uma conterrânea.
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