Este Dia de S. Vicente encheu-me as medidas, talvez mais do que aconteceria se estivesse no Mindelo, a pisar as suas calçadas. Se não vejam. Logo de manhãzinha, dei uma voltinha no “nvizim” S. Vecente, de nome assim mesmo escrito, a maresia a inebriar-me os sentidos e o rumor do vento a trazer-me vozes antigas. Num instante, S. Vecente levou-me do Paul ao "tchon" da minha ilha natal, vento de feição a emprestar-lhe asas de pássaro. Logo a seguir, Bana e Cize fizeram-me sentar num morro sobranceiro à nossa Baía, a ouvir as suas vozes inigualáveis, a brisa do mar a atenuar a inclemência do sol a pique sobre a minha cabeça. Queria suspender o tempo para ficar indefinidamente na sua companhia, mas o sino da igreja paroquial quebrou o meu embevecimento. Anunciava a procissão… Num ápice, meti-me na multidão e dei o braço à minha avó materna, católica devota, que nunca perdia a procissão deste dia. De passada lenta e arrastada, lá fomos murmurando uma prece, almas reconfortadas pela piedosa tarde cumprida. À noite, dei uma escapadela a uma discoteca e dancei ao ritmo de nhô Antone Escaderode, embalado pelas mãos musicais do Joel Xavier, em boa hora convidado para animar a noite mindelense. Ah, o povo da ilha não brinca em serviço mal “sol ta cambá na horizonte”… E foi assim um Dia de S. Vicente em cheio. Tudo graças ao nosso Djack, mindelense dos mais puros.
Mais um belo e divertido texto do nosso coronel-plumitivo, um dos indefectíveis desta praia. Quanto ao resto, era mesmo necessário comemorar com stil o vicentino dia, pois é em São Vicente (e no Mindelo) que está o cerne deste blogue. E, com um certo orgulho, estou quase certo de que foi o Pd'B que melhor o comemorou no universo bloguista. Finalmente... viva Soncente!
Por la também andei mas por lados opostos. Na Salina (Praça Estrela), chão de Toco Estrela, Miguel Patada e Antãozinho, os seresteiros, Subi a Rua de Matadouro (à porta da casa de B.Leza)antes de ir à minha Chã de Cemitério e, pouco mais além, Monte Sussego que já não é de terra vermelha mas de odores holandeses e outros mais. Eu também festejei o meu Soncente no lugar onde Lela de Preciosa fabricava os seus violões e o Hilàrio de Nha Sabina passava tardes inteiras dedilhando solos no seu banjo. Eu também festejei, mas, menos tempo, talvez mais depressa para não ter tcheu sodade. Braça devagarim
Sim, Val, a saudade levou-nos até ao colo carinhoso da nossa ilha natal, no dia em que ela é ungida pelo seu santo protector. De certeza absoluta que não fomos os únicos viajantes, pois cada um o fez à sua maneira, Só que, sisudos, não nos querem dizer das suas aventuras.
Este Dia de S. Vicente encheu-me as medidas, talvez mais do que aconteceria se estivesse no Mindelo, a pisar as suas calçadas.
ResponderEliminarSe não vejam.
Logo de manhãzinha, dei uma voltinha no “nvizim” S. Vecente, de nome assim mesmo escrito, a maresia a inebriar-me os sentidos e o rumor do vento a trazer-me vozes antigas. Num instante, S. Vecente levou-me do Paul ao "tchon" da minha ilha natal, vento de feição a emprestar-lhe asas de pássaro.
Logo a seguir, Bana e Cize fizeram-me sentar num morro sobranceiro à nossa Baía, a ouvir as suas vozes inigualáveis, a brisa do mar a atenuar a inclemência do sol a pique sobre a minha cabeça. Queria suspender o tempo para ficar indefinidamente na sua companhia, mas o sino da igreja paroquial quebrou o meu embevecimento. Anunciava a procissão…
Num ápice, meti-me na multidão e dei o braço à minha avó materna, católica devota, que nunca perdia a procissão deste dia. De passada lenta e arrastada, lá fomos murmurando uma prece, almas reconfortadas pela piedosa tarde cumprida.
À noite, dei uma escapadela a uma discoteca e dancei ao ritmo de nhô Antone Escaderode, embalado pelas mãos musicais do Joel Xavier, em boa hora convidado para animar a noite mindelense. Ah, o povo da ilha não brinca em serviço mal “sol ta cambá na horizonte”…
E foi assim um Dia de S. Vicente em cheio. Tudo graças ao nosso Djack, mindelense dos mais puros.
Mais um belo e divertido texto do nosso coronel-plumitivo, um dos indefectíveis desta praia. Quanto ao resto, era mesmo necessário comemorar com stil o vicentino dia, pois é em São Vicente (e no Mindelo) que está o cerne deste blogue. E, com um certo orgulho, estou quase certo de que foi o Pd'B que melhor o comemorou no universo bloguista. Finalmente... viva Soncente!
EliminarBraça em dia festivo,
Djack
Por la também andei mas por lados opostos. Na Salina (Praça Estrela), chão de Toco Estrela, Miguel Patada e Antãozinho, os seresteiros, Subi a Rua de Matadouro (à porta da casa de B.Leza)antes de ir à minha Chã de Cemitério e, pouco mais além, Monte Sussego que já não é de terra vermelha mas de odores holandeses e outros mais. Eu também festejei o meu Soncente no lugar onde Lela de Preciosa fabricava os seus violões e o Hilàrio de Nha Sabina passava tardes inteiras dedilhando solos no seu banjo.
ResponderEliminarEu também festejei, mas, menos tempo, talvez mais depressa para não ter tcheu sodade.
Braça devagarim
Sim, Val, a saudade levou-nos até ao colo carinhoso da nossa ilha natal, no dia em que ela é ungida pelo seu santo protector. De certeza absoluta que não fomos os únicos viajantes, pois cada um o fez à sua maneira, Só que, sisudos, não nos querem dizer das suas aventuras.
ResponderEliminarEscutei e apreciei. Boa interpretação. Maviosa e agradável. Bem escolhida a peça.
ResponderEliminarAbraços
Ondina.