terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

[1374] Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago (Cidade Velha) relembra viagem de Darwin a Cabo Verde

Charles Darwin
Comemoram-se 184 anos sobre a data em que Charles Darwin desembarcou em Cabo Verde. Pretendendo honrar a memória do insigne naturalista britânico (que em breve será invocado  na Cidade Velha), a Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago regista a histórica viagem do navio "Beagle".

A bordo do "Beagle", Charles Darwin chegou a Cabo Verde a 16 de Janeiro de 1832. Desembarcou na Praia num barco a remos, havia seca no arquipélago há um ano. No seu diário há referências aos aspectos que observou: “Aqui vi pela primeira vez a glória da vegetação tropical. Tamarindos, bananas e palmeiras, floresciam aos meus pés (...). Não se trata apenas da graça das formas ou da novidade que constitui a profusão de cores, é o sem número de associações confusas que rapidamente atravessam a mente de quem vê”.

Depois de ter ido ao Djeu de Santa Maria, onde recolheu os primeiros espécimes, no quarto dia de permanência em Santiago internou-se na ilha, acompanhado de Charles Muller, também tripulante do "Beagle". Interessou-se então por desenvolver importantes estudos de história natural. E no dia seguinte foi a Trindade onde conheceu um embondeiro que mais tarde mediu com um sextante (13m,75cm de altura).

No dia 20 subiu ao Monte Vermelho e a 23 explorou todo o Monte Facho (ao pé de Bota Rama). E três dias depois visitou, a cavalo, Ribeira Grande de Santiago, cujo vale percorreu e recolheu plantas em flor, insectos e invertebrados de água doce. Descreve no seu diário o que viu:

"Beagle"
“Até chegarmos ao vale de São Martinho, a região apresentava o seu costumeiro aspecto de um castanho monótono; mas aqui, um pequeníssimo riacho produz margens vívidas com a mais luxuriante das vegetações. No período de uma hora, chegámos a Ribeira Grande e ficámos surpresos diante da visão das portentosas ruínas de um forte e de uma catedral.

Acompanhado por um padre africano e um intérprete espanhol esteve na Sé, que lhe lembrou a Europa. 

Visitaram mais tarde S. Domingos, estando 23 dias nesta ilha. Ao todo, descobriu nela 210 novas espécies, incluindo 123 invertebrados, 42 plantas e algas, 21 insectos e aracnídeos, nove peixes, oito aves, cinco répteis e dois mamíferos.

Regressou a Cabo Verde no torna-viagem do "Beagle", a 4 de Setembro de 1836.

3 comentários:

  1. Ora, aí está um facto histórico digno de referência e de estudo aprofundado...Não fazia ideia de que a curiosidade do investigador havia "descoberto" tantas novidades naturais...Seria interessante sabermos algo mais sobre tais descobertas e o seu actual estado de eventual desenvolvimento...Será isso possivel?!
    Braça investigador
    Zito

    ResponderEliminar
  2. Disto jà nem me lembrava e li com agrado o conteùdo com o gostinho de estar descobrindo.
    Razão pela qual devemos trazer fotos e factos antigos para relembrarmos momentos histôricos e mostrar aos que não souberam ainda as riquezas e os valores.
    Estou certo que, pelo menos, 50% dos visitantes desconheciam a passagem do ilustre Charles Darwin pelas nossas terras.
    Isto é que trabalho de reportagem depois de persquizas.
    Um BRAVO ao PdB
    Braça

    ResponderEliminar
  3. Este facto de importância histórica e científica é bom que seja relembrado, e parabéns ao PdB por o fazer. Aliás, a posição geográfica das nossas ilhas as tornava ponto de escala obrigatório nas rotas para o Sul e para o continente sul-americano. Ainda bem que não foi só paragem para aguada e reabastecimento de víveres, pois houve uma recolha significativa de espécies.

    ResponderEliminar

Torne este blogue mais vivo: coloque o seu comentário.