A propósito do post 1420 (ver AQUI), da relação do Monte Cara com os Fuzileiros de Cabo Verde, há que desvendar o enigma sugerido - e que não o foi antes, devido a tarefas pessoais ingentes e ao facto de as conversas dos dois amigos de Adriano Lima terem a necessidade de respirar sem outros posts que as abafassem. Aliás, seguir-se-á a este post a IV parte dessa conversa que tem dado farto lucro e divertimento aos leitores e ao dono do botequim onde os dois comparsas linguistas se têm reunido.
Ora então trata-se do seguinte: algumas das fotos que temos vindo a divulgar feitas pelo nosso amigo Filipe Conceição e Silva em época recente no Mindelo retratam o Monte Cara, com bastante definição. Interessado em fotografia e em São Vicente, aqui o Pd'B vasculha tudo em pormenor, não deixando mosca de plurim d'pêxe por observar. E foi assim que deu com um enorme símbolo dos fuzos de Cabo Verde, pintado no sopé do nosso monte mais famoso. Digamos que o Cara está bem guardado ali em baixo, a partir do Morro Branco, embora o facto não abone totalmente a favor da pureza natural que se quer do maior símbolo "vivo" de São Vicente e do Mindelo (e das imediações do dito), ou seja, "Monte Cara ca ta pintá cabel nem pescoce". Ainda assim, um viva aos fuzos de Cabo Verde e outro ao Monte Cara, tudo bons rapazes.
Veja as três fotos
Só à lupa, claro...
ResponderEliminarOra, aí está um facto que eu desconhecia. Presumo assim que terá havido fuzileiros em S. Vicente por alturas dos anos 70
ResponderEliminarOra bem, a inscrição pode de facto ter sido feita pelos fuzileiros portugueses nos idos de 60 e 70, quando a guarnição de Marinha em São Vicente aumentou exponencialmente, já que Cabo Verde passou a ser uma espécie de retaguarda da guerra na Guiné. Se não estou em erro, nessa altura até um pequeno hospital foi feito em São Vicente, para tratar pessoal da Armada. Do pé para a mão, passou-se de uns 10 homens em finais de 1965 (capitão de porto, único oficial, patrão-mor, único sargento, cabo de mar e cabo escriturário e uns seis ou sete marinheiros e grumetes artilheiros, telegrafistas e electricistas) para umas duas centenas, mais coisa menos coisa. É possível que sim, mas duvido que a pintura aguentasse 40 anos… Daí que considere que o símbolo cheio de garbo seja mais provável obra de fuzos cabo-verdianos, corpo afinal de grandes tradições portuguesas. Na Praia, almocei com um amigo que me apresentou a um grupo de fuzileiros do arquipélago, todos com curso no Alfeite. Só por piada, os talheres tinham gravados emblemas de clubes portugueses… No mesmo restaurante reencontrei a Tété Alhinho (que não via há mais de 30 anos), com quem estive a relembrar o pai, também ele antigo sargento da Armada e da Aeronáutica Naval.
ResponderEliminarPortanto, sem sabermos quem é quem, o quem que se acuse…
Braça com fuzilada de G3,
Djack