Pois é verdade. O Joaquim Nicolau Tolentino veio de Bissau para São Vicente (talvez em regresso definitivo), onde estaria estabelecido com negócio cujo conteúdo desconhecemos (aparelhagem electrodoméstica, talvez), por volta de 1941. E ainda gastava os envelopes que antes utilizara na Guiné, riscando o "Bissau - Guiné Portuguesa - A.O. (África Ocidental)", substituindo esses topónimos por "São Vicente (Cabo Verde) A.O.". Era o tempo da II Guerra Mundial, havia que poupar, até nos envelopes. Atrás, no sítio do remetente, pregou-lhe uma carimbadela do mesmo teor, quando ainda, pelos vistos, nem tinha alugado uma caixa postal nos correios de São Vicente. Quanto ao papelinho colado num e no outro lado do envelope, já sabemos de que se tratava, nesta época de conflito mundial - tanto mais quando havia um Djack a escrever para a Mérca sobre rádios...
E enviava a carta para a Zenith Radio Corporation, em Chicago, a fábrica que inventou maravilhosos rádios que mais pareciam torradeiras e a rádio FM, hoje prestes a cair em desuso, devido ao digital. Honra seja feita então ao Joaquim Nicolau Tolentino que contribuiu para a modernidade da cidade do Monte Cara. Claro que o Zito sabe decerto alguma coisa sobre este tema...
A memória que tenho de um Tolentino remete para um organizador de bailes aos fins-de-semana em que havia uma regra interessante: damas não acompanhadas, não podíam entrar e a quota de participação era a mesma, quer o homem se apresentasse só ou com o seu par feminino...Lá para as tantas havia uma canja de galinha que muitos diziam que mais parecia de gaivota,,,Era um forrobodó dos diabos que, mais tarde, veio a ser imitado pelo Pedro Comparação...Esses bailes tinham a designação, um tanto inigmática de "bailes nacionais"...
ResponderEliminarBraça dançante
Zito
Nicolaus Tolentinos eram (e devem continuar a ser) às carradas, em Cabo Verde, talvez por ser o santo padroeiro da freguesia com esse nome, em Santa Catarina, Santiago. O meu comandante de castelo na MP, por exemplo, chamava-se assim.
EliminarBraça a marchar,
Djack
Posso, hoje, confirmar que o Tolentino de quem falo acima era JOÃO, nada tendo a ver, portanto, com o seu xará NICOLAU...As minhas desculpas pelo lapso de memória, remediado por e.mal de pessoa amiga...
ResponderEliminarBraça com memória fraca
Zito
Eu sou a filha mais nova de Joaquim Nicolau Tolentino, e neste momento a unica sobrevivente dos seus oito filhos, cinco raparigas e tres rapazes. O seu primeiro rapaz que levava o seu nome Nicolau de Oliveira Tolentino faleceu em Junho do ano passado e do pai herdou habilidades imensas na area da tecnologia.Conheci bem esses carimbos e o seu orgulho de escrever A.O. depois de Cabo Verde, Africa Ocidental, a contrastar com o selo do Imperio Colonial, um claro desafio as autoridades Portuguesas
ResponderEliminarJoaquim Nicolau Tolentino viveu sempre afrente do seu tempo. Dos varios nomes por ere conhecido entre os amigos lembro-me de Jack, Boy, Zuquinha.
Para nos foi sempre paizinho. Falava e escrevia correctamente o Portugues (foi revisor da Revista Claridade), o Ingles, o Frances, o Alemao, o Grego e o Latim!Nada mau para quem nasceu em 1910!
Cara Gunga,
EliminarMuito mas mesmo muito obrigado pela sua participação e pelas informações que prestou. Foram pessoas como o seu pai que fizeram do Mindelo (e de São Vicente) uma grande terra, à qual nos orgulhamos de pertencer, por nascimento ou adopção.
Apareça mais que será sempre bem-vinda.
Um braça luso-mindelense,
Djack