Tarrafal: guardas, guardas e mais guardas…
Tal como as cadeias, os campos de concentração (ou de internamento, como por vezes são eufemisticamente chamados) requerem guardas. E mais especializados que os das prisões "normais", dadas as características desses sítios de que o Tarrafal (na ilha de Santiago) foi o de pior memória portuguesa. Campo "da morte lenta" lhe chamaram, pois que dos 32 detidos que ali perderam a vida, alguns faleceram por maus tratos de tortura; outros, devido à quase completa falta de assistência médica – que não atalhou irremediáveis consequências, em particular as provocadas pela temida biliosa.
Ora neste espaço prisional, para além da segurança que o facto de se situar numa ilha ofertava às autoridades que o patrocinavam, as edificações planeadas para o efeito que se pretendia e a vedação de arame farpado (que custou 20 contos) aumentavam as garantias de ineficácia de possíveis tentativas de fuga. Ainda assim, era necessário ter uma guarnição que impusesse o respeito pelas normas que para o Tarrafal foram concebidas. É disso que este texto tratará.
(excerto)
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Uma memória que é sem dúvida tenebrosa.
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