Ocorrência 9 - O afundamento do "Hindpool"
(ver oito anteriores ocorrências, em posts já lançados do Praia de Bote; clique na etiqueta Ocorrência, mesmo no final deste post)
Luís Filipe Morazzo |
No final do conflito os números vieram dar razão a Churchill, a Grã-Bretanha tinha sido salva da tentativa de bloqueio naval pela Alemanha, não sem pagar um preço elevadíssimo: 37.000 tripulantes da sua marinha mercante, que representavam 30% dos tripulantes embarcados, tinham tombado a bordo dos cerca de 2000 navios mercantes, (13 milhões de toneladas) afundados, 57% de toda a tonelagem disponível no início da guerra, tudo isto obra desta magnífica arma, os incomplacentes U-Boats. No mesmo intervalo, a arma submarina alemã também pagou uma fatura elevadíssima, perdeu em toda a guerra, 29 000 dos seus melhores homens e 785 de seus 1 162 submarinos.
O Hindpool |
Continuando a seguir a ação desenvolvida pelo comandante do U-124, Wilhelm Schulz, contra o comboio SL-67, vamos ficar a saber qual foi o último dos quatro navios afundados por este temível comandante de U-boats. Tratou-se do Hindpool cargueiro de 4897 toneladas brutas, construído em 1928, para o armador Sir R. Ropner, tinha a bordo uma pesada carga de cerca de 8000 toneladas de ferro a granel. Foi a penúltima vítima de um ataque concertado por uma matilha composta por três submarinos (U-106, U-124, e U-105), contra este comboio, efetuado no dia 8 de Março de 1941.Como foi anteriormente mencionado, este comandante após ter disparado uma salva de 6 torpedos, no período compreendido entre as 5h47 e as 6h08 do dia 8 de Março de 1941, obteve um sucesso invejável, pois quatro grandes cargueiros do comboio foram afundados quase em simultâneo (Tielbank, Nardana, Lahore e por último o Hindpool).
Infelizmente em relação a estes quatro torpedeamentos, o do Hindpool, foi o mais mortífero de todos, pois de uma guarnição de 40 homens, 27 morreram, com o comandante do navio incluído neste número. Treze sobreviventes foram resgatados pelo navio de escolta HMS Faulknor e de seguida levados para Gibraltar onde desembarcaram no dia 16 de Março.
Continuamos a acumular dados importantíssimos sobre o historial da batalha naval travada no Atlântico. Estou na lista dos que não perdem pitada do assunto.
ResponderEliminarA Inglaterra, sobretudo ela, devia fazer miniaturas de todos esses navios sacrificados na batalha do Atlântico.
ResponderEliminarEra criança quando a II Guerra começou mas, mesmo assim, tive o privilégio de acompanhar vàrios acontecimentos pois o meu saudoso Pai nos ia informando. Lembro-me perfeitamente dos dois funcionàrios da MI que residiam na Western onde recebiam informações que transmitiam aos barcos aliados que faziam escala no Porto Grande. Mesmo assim alguns não conseguiram passar e SonCente recebeu vàrios nàufragos que contavam as suas odisseias.
ResponderEliminarAo tomar conhecimento destes capitulos da Histôria, revivo factos, lamentando nunca ter podido saber quem foi realmente o Captain Sands que "funcionou" antes dos dois MI's. Era um velhinho, raquitico, pequeno, que viajava num Ford Anglia, de duas portas,da sua casa na Matiota ao escritôrio do Consulado com o seu mordomo (Nho Ludger) ao lado. Oficialmente ele era Consul de Sua Magestade mas na realidade era mesmo espião que procurava diàriamente saber do que passava na terra, do que se dizia. E informava mesmo à Head Office. Disse ele deu provas.
Pelo que nos concerne, esse Homem merece ser lembrado e citado. Digo sem poder aqui relatar algum "mexerico".