Pela primeira vez, o tema da arte pública escultórica em Cabo Verde relativo à época que antecede a independência é tratado em texto, de modo mais ou menos sistemático. Não há muitas peças mas as que existem deram para cerca de 14 páginas de estudo (e 84 notas), a publicar ainda este ano em revista universitária portuguesa. Se entretanto for possível (tal não supõe grandes dificuldades, nem que seja por partes), o mesmo sucederá em Cabo Verde, logo depois. Vários amigos deram localmente uma ajudinha, como Zeca Soares e Ondina Ferreira, para além da nossa amiga em Portugal, professora Maria José Amador que nos fez a revisão do abstract. Um obrigado a todos.
Joaquim Saial
Abstract
Even for geographical size reasons, the public art sculpture emerged in Cape Verde until 1974 was much smaller than in other Portuguese possessions. Here too there was in the transition to independence or shortly after a wave of taking down or destruction of materials representing former colonizer memories. However, nearly all were soon restored and now constitute significant evidence of the long common history to both homelands.
There are no systematic studies on the local artistic side - thus no bibliography, so this article will address the topic using the meager material available, full of gaps.
We remind that we designated the text as public art sculpture from the colonial era and not colonial public art, because here there wasn’t such objective program. Two or three pieces commissioned by the Ministry of Overseas Territories are not enough to give the set of the noted representations the derogatory name.
Aesthetically, the road remained aligned between naturalism of the eight hundred and the official statuary of the Estado Novo.
Keywords
bronze, busto, cruz, esfera, estátua, Fogo, Mindelo, obelisco, padrão, pedra, Praia, Ribeira Brava, Sal, Santiago, Santo Antão, S. Filipe, S. Nicolau, S. Vicente
Cabo Verde, arquipélago africano pobre em recursos naturais, foi uma das colónias mais esquecidas pelo poder central português. A arquitectura teve escassas obras significativas e a arte pública foi bem mais reduzida que noutras possessões. E à semelhança do que aconteceu nessas, também aqui houve na fase de transição para a independência ou logo após esta uma onda de apeamentos ou destruição dos materiais escultóricos que representavam memórias da antiga potência colonizadora. Porém, com sábio acerto, praticamente todos foram em breve repostos e hoje constituem significativo testemunho da longa história comum a ambas as pátrias. Como deve ser, aliás…
Mas, ao iniciarmos este trabalho, confrontámo-nos com uma lacuna: é que não existe estudo sistemático sobre a arte pública realizada no tempo colonial do arquipélago – logo, também não bibliografia. Artigos por nós escritos na imprensa cabo-verdiana e palestras que sobre a matéria temos realizado em associações e outras instituições culturais ligadas ao meio em Portugal constituem excepções a este desinteresse pela área – que o presente artigo tratará com recurso ao parco material disponível, laboriosamente coligido de há vários anos a esta parte , e a humildade intelectual que o desbravamento de território virgem e por isso pleno de omissões sempre comporta. (...)
Excelente, excelente, Joaquim.
ResponderEliminarVamos aguardar a publicação.
Além das pessoas citadas que colaboraram, pergunto se a universidade de Cabo Verde se prestou para qualquer colaboração, sendo ela, obviamente, a primeira interessada num estudo e divulgação desta natureza.
Não foi pedida colaboração, pois dificilmente esta seria dada, por quase total ausência de bibliografia conhecida localmente e apenas agora de certo modo desenterrada. Mas tenhamos esperança no futuro.
EliminarBraça em estátua,
Djack